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COLONIALISMO FRANCÊS
França: um imperialismo em decadência
Gabriela Liszt

Os recentes atentados que sacudiram Paris, levaram o presidente socialdemocrata Hollande a encabeçar uma nova ofensiva militar contra o ISIS bombardeando território sírio, enquanto implementa dentro de suas fronteiras o Estado de exceção permanente. O governo francês oculta que se converteram em alvo do Estado Islâmico em função das constantes intervenções militares que a França vem realizando no Oriente Médio e na África; que só crescem desde começos dos anos 2000.

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Os recentes atentados que sacudiram Paris, levaram o presidente socialdemocrata Hollande a encabeçar uma nova ofensiva militar contra o ISIS bombardeando território sírio, enquanto implementa dentro de suas fronteiras o Estado de exceção permanente. O governo francês oculta que se converteram em alvo do Estado Islâmico em função das constantes intervenções militares que a França vem realizando no Oriente Médio e na África; que só crescem desde começos dos anos 2000.

Em números, França ocupa atualmente o quinto posto como potência imperialista no mundo (e o segundo como vendedora mundial de armas) e junto dos EUA e da Grã-Bretanha é o país com mais conflitos e ocupações militares nessa região. A história da França demonstra que nunca deixou de lados suas ânsias imperialistas. A conquista, colonização e o saque indiscriminado dos recursos naturais nas colônias que controlaram durante décadas os agentes do imperialismo francês explicam por que, parafraseando Marx, poderíamos dizer que a República da “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” deveria trocar seu famoso lema pelo da “Infantaria, Cavalaria e Artilharia”.

Crescimento e decadência o império francês

França, junto da Inglaterra, foram os grandes impérios dominantes durante o século XIX. Com colônias desde começos do século XVII, que partiam da América do Norte, passavam pela África e chegavam ao sudeste asiático. Entre 1919 e 1939 (no seu maior auge e expansão), o segundo império colonial francês se estendia por quase 13 milhões de Km2 de terra (8,7% da área terrestre mundial). Na primeira guerra mundial foi parte da repartição secreta das colônias do Império Otomano, derrotado e desintegrado. A França se apropriou dos territórios correspondentes a Líbia e Síria. Não somente controlavam economicamente suas colônias como também se impunham política e socialmente através da sua “cruzada civilizatória” dando ar ao racismo e a xenofobia indiscriminada. Isso gerou um profundo ódio entre as populações locais que viram destroçadas suas culturas e foram submetidos a uma série de governo títeres encabeçados por seus colonizadores.

Apesar de terem sido parte dos vencedores da Segunda Guerra Mundial, França e Inglaterra perderam grande parte das suas colônias. Os movimentos de liberação nacional enteavam em ascenso. Em 1947, por exemplo, França massacrou 90.000 habitantes de Madagascar para deter o movimento.

As principais colônias francesas foram Indochina (hoje Vietnã) e Argélia. Em ambas se produziram importantes movimentos de libertação nacional, iniciados com o fim da segunda guerra, que se enfrentaram com o exército francês. Os movimentos de libertação nacional surgidos na década de 30 (que tiveram que lutar inclusive com os enviados do Partido Socialista da Frente Popular francesa) foram dirigidos pelo Partido Comunista (Ho Chi Minh) e o segundo pela Frente de Liberação Nacional. Indochina derrotou suas vezes a França (em 1945 e definitivamente em 1954 em Dien Bien Phu). Em 1954 começou a guerra na colônia norte-africana, Argélia, que terminou com sua derrota em 1962, agudizando a crise imperialista. Na França, o Partido Comunista (PCF) apoiava o “seu” imperialismo contra o povo indochino. Tanto na Indochina como na França haviam grupos trotskistas que realizavam ações em favor da libertação da colônia. A vitoria sobre o moderno Exército Colonial Frances surpreendeu o mundo ocidental.

Argélia foi colônia francesa desde do ano 1830. Durante o transcurso da guerra pela independência, os brutais métodos colonialistas empregados pelo exército francês (métodos que aprenderam do exército argentino para reprimir em 1976), entre os quais se destacavam a tortura, foram criando um clima de repudio à politica imperialista mesmo na França, especialmente nas universidades. O PS francês também defendeu a dependência desta colônia desde seu governo de Frente Popular em 1937 no chamado Estatuto Blue-Violette. O PCF dilapidou grande parte do seu prestígio ao prestar “apoio critico” ao imperialismo francês durante a guerra colonial. Os ativistas se nucleavam por fora do PCF em organizações clandestinas de ajuda à causa argelina, organizavam manifestações contra a guerra colonial com milhares de estudantes universitários e secundaristas, reuniam fundos para os combatentes argelinos e realizavam tarefas de propaganda no exército francês por meio de panfletos e inserção de núcleos de militantes nos regimentos.

Frente essa radicalização do movimento estudantil, começou a atuar a Organização do Exército Secreto (OES), que representavam uma ameaça fascista contra o movimento anticolonial. Se criaram em Sorbonne comitês de ação antifascista que rapidamente reuniram centenas de militantes e conseguiram limpar os fascistas do bairro latino de Paris. No dia da proclamação da independência argelina, se içou em Sorbonne uma bandeira da FLN (Frente de Libertação Nacional da Argélia). Essa história da colonização e intervenções militares é a que nos permite compreender o ódio que foram acumulando durante anos os povos oprimidos contra os grandes impérios do Ocidente, neste caso contra o francês em particular.

 
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