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Setor privado demitiu 11,5 milhões em um ano no Brasil
Redação

No período entre setembro de 2019 e 2020, foram demitidos da iniciativa privada quase 6 vezes o número de demitidos do setor no período entre 2015 e 2016, quando o país passava por um período de crise econômica e política.

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Foto: reprodução

Segundo levantamento da IDados, entre os meses de dezembro de 2015 e 2016, quando o país começava mais fortemente a sentir os impactos da crise econômica mundial e internamente estava em pleno funcionamento o golpe institucional que levou a frente impeachment de Dilma e posteriormente a proscrição da candidatura de Lula, o setor privado demitiu cerca de 2 milhões de pessoas. Entre os meses de setembro de 2019 e 2020, foram 11,5 milhões, fruto do recrudescimento da crise econômica potencializada pela pandemia, mas fundamentalmente pela defesa irrestrita dos capitalistas de seus desejos de cada vez mais lucros.

Viram as costas para os trabalhadores e suas famílias que amargam um período de pandemia sem condições para sobreviverem,engrossando a marca de 14 milhões de desempregados no país segundo o IBGE. Dão de ombros com as necessidades candentes pela produção de insumos para o combate a pandemia já que o país segue deficitário em respiradores, oxigênio, seringas, UTIs outros equipamentos essenciais para salvarem vidas.

A pandemia tem escancarado cada vez mais que a tão chamada “responsabilidade social” do setor privado é uma falácia. Justamente no momento em que os burgueses, em suas propagandas e anúncios adoram falar em valores como solidariedade, compromisso etc, retiram do povo trabalhador o emprego e a renda de suas famílias, tudo em nome da garantia cada vez maior de lucros.

Em processo de fechamento da produção no Brasil, a Ford, no terceiro trimestre de 2020 teve um lucro 6 vezes maior do que o mesmo período do ano anterior, e, vale ressaltar, teve desde sua instalação no país no começo do século passado, gozado constantemente de pacotes de incentivos, sejam investimentos diretos ou isenções milionárias para operar no país.

A Latam, que recebeu no início de 2020 fortes incentivos fiscais no começo de 2020, demitiu milhares de trabalhadores em meio a pandemia e avança em seu projeto de terceirização e precarização do trabalho mesmo tendo garantido lucros milionários com suas operações no Brasil como denunciou Marcello Pablito, ex candidato a vereador pela Bancada Revolucionária nesse artigo.

Em março de 2020 o Banco Central anunciou uma injeção de 1,2 trilhões para salvar o setor financeiro , mesmo sendo esse o setor que mais lucra mundialmente com especulação e juros.

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Esses são exemplos que mostram que por trás das mensagens “humanitárias“ que as empresas veiculam na televisão e nas redes, para além de uma demagógica preocupação com a saúde da população, o que eles vêem na crise atual é a possibilidade de mais lucros e mais exploração sobre o trabalho humano, seja com reestruturações produtivas (fechamentos de fábricas, contratação de terceirizados, rebaixamento salarial etc) seja pela pressão que fazem sobre os poderes para atacar os direitos dos trabalhadores e para isso tem o governo ao seu lado.

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Empresas como a Ford, cujas plantas são equipadas com o que tem de mais moderno em maquinário e processos de produção, poderiam cumprir um grande papel reconvertendo sua produção, nesse momento crítico de pandemia, para produzir insumos para salvar vidas, como respiradores, equipamento de UTI e muitos outros que faltam. As empresas aéreas poderiam também cumprir um grande papel se re organizassem seu fluxo de vôos e logística para levar equipamentos de saúde até onde são mais necessários para salvar vidas.

Ao invés disso o que vemos é a falta de ítens básicos como seringas para aplicação de vacinas e insumos básicos para a produção delas. E nesse cenário de escassez fica mais evidente o pensamento de rapina desses empresários quando aumentam exorbitantemente os preços de seus produtos justamente por estarem escassos, a velha lei da oferta e da procura que beneficia somente os capitalistas e passa a conta para os trabalhadores.

Para barrar a fuga de empresas como a Ford e a sanha de milhares de outras empresas que hoje pede mais e mais incentivos para o governo para que não fechem, e mesmo assim tem total liberdade de demitir e reduzir salários, é necessária a unificação dos trabalhadores de todos os setores do país, lado a lado com os desempregados e o povo pobre para que com a força de milhões e com os métodos próprios da classe, ergam a força necessária para barrar o ataque aos empregos e direitos, assim como colocar de pé um movimento desde as bases operárias para re converter a produção de setores chave das fábricas para a produção de bens cruciais para a garantia da vida e a saúde do povo. As centrais sindicais tem que romper a paralisia, para com seus atos de fachada e organizar um verdadeiro movimento nacional em defesa do sempregos e para que os capitalistas paguem pela crise.

 
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