www.esquerdadiario.com.br / Veja online / Newsletter
Esquerda Diário
Esquerda Diário
http://issuu.com/vanessa.vlmre/docs/edimpresso_4a500e2d212a56
Twitter Faceboock
A América atingiu um milhão de mortes por Covid-19: o que pode ser feito?
Redação

O continente americano atinge uma preocupante marca: um milhão de mortos por coronavírus. A ganância capitalista é responsável por esses números desastrosos, assim como os governos, principalmente as gestões negacionistas de Bolsonaro e Trump, cujos países lideram o número de casos da doença. O que pode ser feito frente a este cenário?

Ver online

Já há um milhão de mortes no continente após a confirmação de 7.700 novos óbitos nas últimas 24 horas, segundo a OMS, situação que se reflete na intensificação das medidas de contenção em países como o Brasil e preocupa o resto da América Latina.

Na Argentina, o sistema de saúde notificou 679 casos novos de coronavírus correspondentes a não residentes na Cidade, com os quais o total acumulado chegou a 149.050, com 7 óbitos (1.939 acumulados) e 803 receberam alta (131.714 acumulados). Já no Brasil, nas últimas 24h ocorreram 631 mortes, com um total acumulado de 217.712 vítimas do covid.

Desde a chegada da pandemia à Argentina, em março do ano passado, foram realizados 1.271.087 testes de swab na cidade de Buenos Aires, com uma taxa de positividade acumulada (casos confirmados em exames realizados) de 27,7%, dos quais 776.449 foram realizados nos moradores do distrito, com positividade de 26,76%.

Do total de 10.949 swabs relatados ontem (16,3% de positividade), 7.707 foram realizados em residentes da cidade (10,9% de positividade); enquanto nos últimos sete dias foram realizados 18,2 testes por cada mil habitantes.

Por outro lado, foi relatado que 12 novos casos de coronavírus foram notificados ontem nos bairros populares de Buenos Aires, enquanto 14 pessoas receberam alta e 2 mortes foram registradas.

O total acumulado de óbitos nesses conglomerados é de 290, enquanto o número de infectados desde março é de 18.154, as altas acumuladas são de 16.895 e a letalidade é de 1,6%.

No Brasil, segundo o jornal o Globo, há 8.872.964 casos confirmados de covid. O país representa 2,7% da população mundial, porém bate a marca de 10% do total de casos de coronavírus no mundo.

Diante desse panorama, insistimos na necessidade de lutar por 7 medidas que são urgentes:

1) Não aos cortes na saúde! Aumento imediato do orçamento. No marco de um plano geral de ajuste do governo argentino, imposto pelo FMI para continuar pagando a dívida pública fraudulenta aos especuladores, o orçamento de 2021 votado pelo Congresso Nacional determinou que os valores para este ano na saúde são de US$ 353 bilhões. Isso significa que haverá um reajuste na área, em termos reais, de pelo menos 16% em relação a 2020, que pode ser maior caso a inflação ultrapasse a estipulada pelo governo nacional. No Brasil, o país se encontra afetado pela Lei do Teto de Gastos, lei essa que estrangula o orçamento da saúde e chegou ao ponto de causar uma crise na capital do estado de Amazonas, onde os pacientes não tem oxigênio para utilizar na internação por covid, e os familiares acabam tendo que conseguir cilindros de oxigênio por conta própria. Chega de ajustes na saúde: todos os recursos necessários para hospitais públicos, laboratórios, leitos e aparelhos.

2) Por testes massivos e acompanhamento dos casos. Quase um ano após a chegada do vírus ao país, a América Latina continua com pouquíssimos testes, algo que é urgente reverter para enfrentar a pandemia. É essencial realizar campanhas massivas para rastrear as pessoas infectadas, isolá-las e aos seus contatos próximos e fazer avançar ativamente as seguintes cadeias de contatos para impedir a propagação do vírus. Da mesma forma, os testes massivos permitiriam saber com mais certeza o mapa da infecção no continente e que os governos pudessem atuar com mais recursos nas áreas onde existem os principais focos. Eles também permitem determinar as atividades, empregos e setores da população mais vulneráveis, com uma visão mais científica.

3) Unificação e centralização do sistema de saúde em nível nacional, que reúna todos os recursos dos sistemas público, privado, serviço social e universitário, sob o controle de trabalhadores e profissionais da saúde. Implantação de comitês centrais de crise, com a participação dos trabalhadores. Os laboratórios medicinais, fábricas de insumos sanitários, fabricantes de testes e reagentes e de equipamentos de proteção individual, devem ser declarados de utilidade pública e encerrar os negócios de um punhado de empresários que lucram e especulam sobre a saúde da população. O estado deve centralizar a compra de insumos, regulamentando a exportação e importação, para que nenhum insumo falte em nenhum hospital do país onde for necessário.

4) Atendimento imediato às demandas dos profissionais de saúde . Foram considerados como essenciais e se arriscaram o ano todo expondo sua saúde, mas os governos nacionais e estaduais não reconhecem suas reivindicações legítimas. Recomposição salarial imediata, regime de licenciamento adequado, fim das perseguições, fim das modalidades de precariedade e pagamento de salários devidos a residentes, passagem para carreiras profissionais de trabalhadores de biometria, instrumentação e enfermagem e equipamentos de proteção adequados. Essas são algumas das principais demandas do setor que devem ter uma resposta imediata.

5) Pela criação de comissões de higiene e saúde no local de trabalho , com delegados eleitos a partir da base e com competência para impor a dispensa de tarefas caso os trabalhadores considerem que não existem condições de saúde adequadas. Por equipamentos de proteção adequados e exames obrigatórios e periódicos para todo o pessoal hospitalar, o mais exposto a contágios.

6) Não ao fortalecimento do aparato repressivo . Desde o início da pandemia, os governos nacionais e estaduais capacitaram as forças de segurança para um maior controle da população e, principalmente, assediando os setores populares e jovens, com os consequentes casos de gatilho fácil, repressão policial e casos como o de Facundo Castro na Argentina. É necessário rejeitar totalmente o fortalecimento do aparelho repressivo.

7) Onde podemos obter recursos para essas demandas rapidamente? Do não pagamento da dívida pública. Desde o início da pandemia, a situação social continuou a se deteriorar. Depois dos anos de ajuste de Mauricio Macri na Argentina, durante 2020 a pobreza continuou a crescer até atingir 20 milhões de pessoas na Argentina, enquanto credores, bancos, latifundiários ou exportadores, entre outros, continuaram a ganhar. No Brasil do negacionista governo de Bolsonaro, o país alcançou 14 milhões de pessoas desempregadas segundo dados do IBGE. Esta situação deve ser interrompida. Pela implementação de um seguro para desempregados. Pela elevação do salário mínimo e dos planos de aposentadoria e sociais. Mobilidade automática através de cláusula de gatilho. Por um programa especial para a população desabrigada e em situações de superlotação. Ocupação temporária de prédios vazios durante a pandemia enquanto se executa um plano de construção de moradias populares assim que as condições sanitárias permitirem. Existem recursos para tudo isso e para um plano de saúde como o que propomos: não ao pagamento da dívida pública aos especuladores, para que os recursos dos países sejam usados ​​para atender a emergência, como uma das principais medidas, a par de outras, como um verdadeiro imposto especial sobre grandes empresários, bancos, oligarcas e multinacionais, como o proposto pela Frente de Esquerda na Argentina.

 
Izquierda Diario
Redes sociais
/ esquerdadiario
@EsquerdaDiario
[email protected]
www.esquerdadiario.com.br / Avisos e notícias em seu e-mail clique aqui