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MOVIMENTO OPERÁRIO
Centrais Sindicais se reúnem e definem prioridades: mais uma vez de costas para os trabalhadores
Babi Dellatorre
Trabalhadora do Hospital Universitário da USP, representante dos trabalhadores no Conselho Universitário

Centrais Sindicais trilham um caminho impotente para garantir os direitos dos trabalhadores: dialogar com todas as instituições que aprovaram as reformas trabalhista e da previdência ao invés de organizar a classe trabalhadora para lutar e barrar o curso de ataques.

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Em sua primeira reunião do ano hoje (5), as centrais sindicais elaboraram uma lista de demandas prioritárias para 2021. Entre os itens de pauta estão a prorrogação do auxílio emergencial e do programa de proteção ao emprego e renda até o fim da pandemia e a defesa de um programa de vacinação nacional coordenado pelo SUS.

De acordo com Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros) e do diretório paulistano do PDT, "Já que o governo Bolsonaro é incapaz de ouvir a pauta dos trabalhadores, as centrais sindicais continuarão dialogando pelo avanço dessas pautas no Judiciário, no Congresso Nacional, com os prefeitos eleitos e com os governadores". Porém, ainda que alguns governadores e prefeitos buscaram uma aparência mais responsável frente à pandemia, o fato é que também não garantiram o auxilio emergencial num valor mínimo que garantisse o sustento de uma família, não garantiram testes massivos periódicos para quem continuou trabalhando durante a quarentena, não realizaram contratação para ampliar o SUS e os serviços essenciais, como os transportes.

O programa do Bolsonaro, ironicamente chamado de Benefício Emergencial para Preservação do Emprego e da Renda, era a permissão para as empresas cortarem os salários e realizarem demissões temporárias (através da suspensão de contrato). Hoje os trabalhadores enfrentam um recorde de desemprego que atinge 14 milhões.

“O programa de proteção ao emprego do governo Bolsonaro significou para os trabalhadores dos serviços, comércio e indústria a suspensão de 9 milhões de contratos e 11 milhões de salários reduzidos, na maior parte com corte de 70%. É um verdadeiro ataque aos trabalhadores. E é este ataque que as centrais elencaram como primeiro ponto de suas prioridades para 2021.” Marcello Pablito

Em meio à disputa para a presidência da câmara dos deputados, as centrais anunciam que buscarão os candidatos. Assim, entram na disputa entre o golpista Baleia Rossi (MDB) e Artur Lira, candidato oficial de Bolsonaro, como força auxiliar dos partidos de oposição que definiram apoio ao Baleia Rossi.

Baleia Rossi é do partido de Michel Temer e votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff que, como denunciamos no Esquerda Diário, foi um golpe institucional organizado pelo Congresso, pelo judiciário, STF, Lava Jato, com o apoio dos militares e da grande mídia. E que tinha o objetivo de retirar todos os direitos dos trabalhadores, mais rápido do que o PT vinha fazendo. Os militares e a ala ideológica do governo tem grande simpatia por Baleia que votou junto ao governo "em mais de 90% dos temas", como relembrou o vice-presidente General Mourão. O ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, mantem contato permanente com o emedebista. Ainda que Bolsonaro mantenha o apoio público à Artur Lira, que vem liderando o centrão na corrida à presidência da câmara, existe um desconforto com o cenário que se desenha de ficar preso ao toma lá da cá, uma vez que ofereceu 500 cargos ao centrão em troca de votos.

Nessa disputa entre diferentes alas que representam os interesses da burguesia, que deram um golpe abrindo espaço para uma situação reacionária com a eleição de Bolsonaro facilitando os ataques contra os trabalhadores e que agora buscam equilibrar e consolidar um novo regime político muito mais autoritário, os trabalhadores não podem se aliar a nenhum desses bandos. É preciso construir uma alternativa própria dos trabalhadores que defenda suas demandas sem rebaixá-las a migalhas. E para isso é preciso não só combater Bolsonaro, mas o regime e todos os atores e instituições que buscam consolidar uma situação reacionária.

Os parlamentares de esquerda, como os do PSOL, deveriam apresentar um programa claro em defesa dos trabalhadores que passa pela anulação da reforma da previdência e trabalhista, revogação da lei de responsabilidade fiscal e do teto dos gastos e um plano de combate a pandemia que inclua a proibição das demissões, renda emergencial no valor do salário do Dieese, testes massivos, contratação de profissionais de saúde e todos os serviços essenciais.

Ao mesmo tempo, as centrais sindicais precisam romper com a estratégia que vem adotando de negociar e fazer acordos com os setores que atacam os trabalhadores. É um momento de organizar as forças dos trabalhadores, discutindo com a base de cada categoria, realizando reuniões e assembleias virtuais e presenciais para construir uma mobilização por baixo, unificando toda a classe trabalhadora, pois apenas com essa força é possível barrar os ataques, a extrema direita e combater o regime político do golpe.

Pode te interessar: Líder do PSOL na Câmara, Sâmia Bonfim defende apoio ao bloco de Maia com Baleia Rossi (MDB)


Veja os 5 itens da lista de prioridades das centrais sindicais:

1. Defesa da extensão do pagamento do auxílio emergencial de 600 reais e do Programa de Proteção ao Emprego até o fim da pandemia.
2. Defesa do emprego (medidas de geração de emprego, retomada de obras públicas, frentes de trabalho, apoio às micro e pequenas empresas).
3. Defesa de um programa de Vacinação - universal, gratuita e sob coordenação do SUS
4.Avanço na PEC da Reforma Sindical que trata do fortalecimento e financiamento da estrutura sindical
5.As centrais buscarão reuniões com todos os candidatos à presidência da Câmara e do Senado e com o presidente do STF. Além disso, também planejam encontros com governadores e com o fórum de prefeitos.

 
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