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VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES
Feminicídios marcam o Natal
Redação
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Viviane Vieira do Amaral, de 45 anos, de Niterói (RJ), assassinada pelo ex-marido com 16 facadas na frente das 3 filhas pequenas, na véspera de Natal. Thalia Ferraz, 23, de Jaraguá do Sul (SC), foi morta a tiros pelo ex-companheiro na frente da família. Evelaine Aparecida Ricardo, 29, de Campo Largo (PR), baleada pelo namorado durante a ceia, não resistiu. Loni Priebe de Almeida, 74, de Ibarama (RS), morta com um tiro na cabeça pelo ex-companheiro. Anna Paula Porfírio dos Santos, 45, de Recife (PE), morta pelo marido na frente da filha de 12 anos. Aline Arns, 38, de Forquilhinha (SC) baleada pelo ex-companheiro na noite de natal.

Todos esses casos reafirmam a barbárie social a que é possível chegar no capitalismo, que impede o direito das mulheres decidirem sobre suas próprias vidas e seu corpo, tratando-as como cidadãs de segunda categoria, com menos autonomia que os homens, objetificando seus corpos à exaustão na mídia e na indústria cultural. Além de condenar as mulheres a serem o setor mais explorado, precarizado e com salários menores do que seus companheiros. Tudo isso constitui violências contra as mulheres, pelo único fato de serem mulheres, organizadas desde o Estado e que são a base na qual se apoia a violência no seu extremo, estupro e assassinato, que apesar de se expressar entre indivíduos é produto dessa ordem social, não casos individuais. Daí a responsabilidade pela violência contra as mulheres ser do Estado e suas instituições, e o combate necessário ser coletivo.

O assassinato da juíza Viviane, do Tribunal de Justiça do RJ, expressa a brutalidade da violência contra as mulheres. O judiciário, a partir desse caso, disse estar estudando medidas de combate ao feminicídio, tratando como quase como inédita a violência machista. A verdade é que são milhares os casos que não vêm à público de trabalhadoras sofrem abusos e toda forma de humilhação de seus supervisores e chefes, de empregadas domésticas que vivem sozinhas nas casas de família e são vítimas de seus patrões, que muitas vezes são políticos, juízes, grandes empresários.

Esta situação se aprofunda no governo Bolsonaro, abertamente misógino e que junto a Damares Alves atacam impiedosamente mulheres e meninas, naturalizando o estupro. Como no caso da criança de 10 anos que engravidou fruto de estupros repetidos, em que Damares afirmou ser pior o aborto do que a violência contra a menina.

Carolina Cacau denunciou

Essa violência se intensifica no governo de Bolsonaro, misógino e machista, e no regime do golpe que com todas as instituições golpistas, como o judiciário e os militares, solidificam a violência do estado contra as mulheres e atacam os direitos das e dos trabalhadores. Por isso, a luta das mulheres é contra a opressão, contra Bolsonaro e também deve se dirigir contra o regime do golpe.

Sendo o Brasil o país a ocupar o 5º lugar no ranking mundial de violência contra mulher, não é um detalhe que por duas vezes times de futebol contrataram jogadores que cometeram estupro e um assassinato brutal, como nos respectivos casos de Robinho e o goleiro Bruno.

Ao mesmo tempo em que o Estado reconhece o feminicídio, submete as mulheres a mais violência nas delegacias e tribunais, nas ruas com a violência policial. Foi estarrecedor o julgamento do caso Mari Ferrer em que o advogado do réu Robinho esteve livre, com aval do juiz, para humilha-la.

A violência e opressão contra as mulheres se mantem porque é funcional ao capitalismo para dividir homens e mulheres da classe trabalhadora e aumentar a exploração. Assim também são funcionais o racismo, a homofobia e a xenofobia. Os inimigos não são os homens, para as feministas socialistas o inimigo é o capitalismo que se desenvolveu incrustado no patriarcado, e todos os seus agentes: o Estado dos empresários e banqueiros, o regime político, seus governos e leis. Por isso, as mulheres só podem confiar em suas próprias forças.

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Nessa semana, dia 29/12, estará em votação no senado argentino oprojeto de lei que legaliza o aborto. Retomamos esse tema, porque diz respeito ao direito das mulheres decidirem sobre seu corpo e a negativa desse direito fortalece a ideia de que a vida das mulheres, sua sexualidade, serve à outra pessoa que não elas mesmas. Na luta por esse direito na Argentina, o grupo de mulheres Pan y Rosas, junto à Frente de Esquerda e dos Trabalhadores Unidade (FIT-U), apostam na força da mobilização das mulheres impulsionando sua organização nas escolas e locais de trabalho, amplificando a luta nas ruas com os deputados da FIT-U utilizando os parlamentares para desenvolver a luta extra-parlamentar.

O Pão e Rosas, no Brasil, apresentou um plano emergencial para combater a violência contra as mulheres através de medidas que impactam os diversos tipos de violência e também que podem fortalecer a mobilização e organização das mulheres para combater a sociedade de classes, pois é de onde se origina todas as formas de violência. Entre essas medidas estão o direito às casas abrigo e plano de moradia, licenças do trabalho e das instituições escolares, assistência financeira e acompanhamento de equipes especializadas, legalização do aborto, educação sexual nas escolas, efetivação dos terceirizados sem concurso ou processo seletivo, igualdade salarial.

 
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