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Colapso no SUS do RJ é fruto do desmonte de Witzel, Castro e Crivella!
Desirée Carvalho
Gabriel Girão

Desde antes da pandemia do novo Coronavírus chegar ao Brasil, já se falava dos efeitos nefastos que o vírus poderia causar diante do sucateamento do SUS, das condições insalubres de moradia e trabalho que grande parte da população brasileira é exposta e pelos ataques que os trabalhadores vem sofrendo aos seus direitos. Mesmo com a chegada da pandemia, a precarização seguiu, fazendo com que o estado do Rio enfrente um cenário de calamidade.

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(Foto: Pedro Teixeira / Agência O Globo)

Atualmente estamos em um momento de aumento de casos e mortes em diversos estados do país, onde a média móvel de mortes atingiu nos últimos 7 dias 600 mortes, sendo a mais alta registrada em 2 meses.

O Rio de janeiro se encontra no triste recorde do estado com mais mortes por 100 mil habitantes no país, falta teste, e vemos o aumento dos casos confirmados, efeitos da política de flexibilização do comércio, sem a garantia de medidas de proteção dos trabalhadores. No final de novembro o município do Rio já tinha atingido o índice de 99% de ocupação dos leitos de UTI exclusivos para pacientes com o novo Coronavírus no SUS. Agora, o estado voltou a registrar filas, com quase 400 pessoas aguardando por um leito apenas na região metropolitana. Até suas estatísticas são capengas: em pleno dezembro, ainda tem mortes ocorridas em setembro sendo registrados no sistema.

Embora haja um aumento significativo dos casos nas últimas semanas – um fato que era plausível de se esperar - é importante salientar a falta de leitos de UTI na rede pública se dá pelo total descaso de Crivella, Witzel, e agora Castro, governador apoiado por Bolsonaro. Se durante o primeiro pico em maio, vimos que os hospitais de campanha atrasaram horrores (alguns nem foram inaugurados), causando uma fila de mais de 1000 pessoas, também vimos que após uma queda inicial de casos simplesmente colocaram baixo toda a estrutura que foi construída com atrasos e de forma precária.Crivella ainda chegou justificar alegando que o Rio não teria uma segunda onda

Portanto, é importante termos em conta que colapso atual é devido ao fato que se desmontou toda a estrutura do SUS, desde fechar hospitais de campanha por todo o estado, inclusive sem pagar seus funcionários, demitindo equipes inteiras contratadas de forma emergencial para a linha de frente do combate à pandemia, chegando até a inutilização e a já conhecido sucateamento de enfermarias em hospitais gerais.

Neste momento com a demandas de liberação de novos leitos, ao invés de reabertura dos hospitais de campanha com toda a estrutura necessária e teste massivos para barrar a contaminação, se vê uma proposta de “remendo” do SUS que é fechamento dos leitos e outras estruturas para outros procedimentos “não emergenciais”. Isso significa que várias pessoas terão seus exames, cirurgias e outros procedimentos “não emergenciais” adiados para uma data longínqua. Algumas, inclusive, já tiveram esses procedimentos adiados na “primeira onda” do Rio e poderão ter de novo adiados. Essa proposta não se propõe a responder de fato ao problema pois cobre um lado descobrindo outro, acarretando em outros problemas sanitários importantes, como os casos de pessoas que tiveram problemas de saúde agravados ou até vieram a óbito, justamente por esses atrasos nos exames e procedimentos.

Isso sem falar na proposta de “testagem em massa” de Castro, que no seu primeiro dia fez um total de 359 testes em apenas dois hospitais do Estado, uma piada.

Isso demonstra que não há por parte de nenhum governante nenhuma preocupação em salvar a vida e garantir o melhor tratamento para os trabalhadores, os negros e negras e povo pobre. Pelo contrário, mesmo com a pandemia, seguiram com a precarização do SUS, inclusive nesse momento com aproxidamente 16 mil trabalhadores terceirizados correndo o risco de ficarem sem seus salários de novembro e dezembro e o 13° já que a prefeitura afirma não ter dinheiro para repasses para as Organizações Socias e a sua própria empresa pública RioSaúde.
E já estão programados cortes na saúde no orçamento estadual do ano que vem. Inclusive o novo prefeito que assumirá ano que vem, Eduardo Paes, um velho conhecido dos cariocas, já anunciou um ajuste fiscal.

Ao mesmo tempo que anuncia esse duro ajuste, cortando inclusive da saúde, promete reforço no SUS e uma testagem em massa. Evidentemente não passa de uma promessa vazia, vinda do ex-prefeito que também precarizou a saúde foi justamente responsável pela implementação em massa do sistema de OSs na capital, que precarizou o trabalho e foi uma fonte imensa de corrupção inclusive nessa pandemia.

Exatamente por isso que precisamos reinvindicar que as medidas de fato de prevenção e tratamento ao COVID-19 sejam feitas. Primordialmente um plano real de testagem massiva, com o objetivo de achar os infectados (inclusive assintomáticos) e isolá-los, para assim cortar a transmissão do vírus. Junto à liberação de todo os trabalhadores que são grupo de risco até o fim da pandemia, contratação de mais profissionais da saúde com todos os direitos garantidos e com as condições de segurança sanitária, incorporação sem concurso público de todos os terceirizados que estão na linha de frente, estatização da rede privada de saúde e fila única para os leitos de UTI, proibição das demissões e cortes de salário. Além da garantia de todas as condições econômicas necessárias para que todos os trabalhadores não essenciais possam ter condições de realizar quarentena, o que envolveria também a ampliação do auxílio emergencial em seu valor e extensão para todos aqueles que necessitam.

Essas são medidas mínimas que se tivessem sido garantidas desde o começo da pandemia poderiam ter salvado muitas vidas, mas que mesmo diante de tamanha amplitude das mortes não são implementadas pelos governantes, demonstrando o total descaso com a vida dos trabalhadores e do povo pobre. Nossa vida vale mais que o lucro deles!

 
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