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CENSURA
Censura: para proteger família Bolsonaro, autoritarismo judiciário intima Bonner e Renata
Mateus Castor
Cientista Social (USP), professor e estudante de História

No início de setembro, a juíza Cristina Serra Feijó proibiu a Globo de veicular documentos da investigação contra Flávio, o número 1 do presidente, pelo o caso das “rachadinhas” que tornaram-se um escândalo nacional. Hoje, a Polícia Civil do Rio intimou os apresentadores do Jornal Nacional, William Bonner e Renata Vasconcellos, à depor pelo suposto crime de desobediência a esta decisão judicial.

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Apesar de grandes aliados golpistas durante a campanha midiática em torno da Lava Jato pelo impeachment em 2016, a rede Globo e o Judiciário, que sempre vão estar de mãos dadas em defesa da aplicação de reformas draconianas, entraram em confronto em torno do escândalo envolvendo o esquema das “rachadinhas” de Flávio Bolsonaro e do Caso Queiroz.

A intimação autoritária feita pela Polícia Civil aos apresentadores do Jornal Nacional, William Bonner e Renata Vasconcellos, à depor na tarde desta sexta-feira (04), pelo suposto crime de desobediência, foi mais um capítulo deste atrito.

Tal intimação tem como base a decisão tomada em setembro pelo Tribunal de Justiça do Rio, que buscando proteger o clã Bolsonaro e assim dar continuidade ao pacto nacional estabelecido, tomou a decisão autoritária de censurar as informações envolvendo a investigação do medíocre senador, Flávio Bolsonaro.

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Os tribunais e cortes do país diante da corrupção capitalista do clã presidencial se faz de cega em defesa do pacto entre o Executivo e o STF, simbolizado pelo abraço de Dias Toffoli e Bolsonaro, que, no primeiro semestre, chegaram também a ter grandes atritos em torno das intervenções do presidente na Polícia Federal, com uma troca de medidas e ameaças autoritária entre si, com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, General Heleno, fazendo uma clara ameaça golpista através de uma carta.

Análise: O abraço do regime golpista e a necessária nova Constituinte

O escândalo das “rachadinhas”, que no momento ocupa menor espaço na política nacional, se dá em torno da proteção ou desgaste de Flávio Bolsonaro. No momento, contudo, este mesmo Judiciário se volta contra aquela que sempre é sua aliada em várias campanhas golpistas e de ataques, como o golpe institucional em 2016 e a prisão e de Lula e manipulação das eleições em 2018, assim como pela reforma trabalhista e da previdência, e assim também serão aliados para avançar a reforma administrativa. Apesar dos atritos, ambos compartilham o mesmo programa político de fazer com que a classe trabalhadora pague pela crise.

Isto, contudo, não é motivo para deixar de lado o rechaço ao tamanho autoritarismo que o Judiciário faz uso para proteger o clã Bolsonaro. Ao mesmo tempo, este controle absoluto das informações sobre as investigações das “rachadinhas” dá ao Judiciário um recurso para a barganha e ameaças com o Governo Federal. As medidas autoritárias do Estado contra a imprensa burguesa podem ser direcionadas para a repressão da imprensa operária em escala ainda maior. Em rechaço ao autoritarismo judicial, defendemos a liberdade de imprensa, de informação e expressão, direitos democráticos mínimos hoje atacados pelo regime golpista, que a própria rede Globo ajudou a erguer.

 
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