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JUSTIÇA PARA JOÃO ALBERTO
Neste domingo (23) centenas foram ao ato no Carrefour do Norte Shopping no RJ por justiça para Beto
Redação

Ontem (23) no Carrefour do Norte Shopping e em outros supermercados da rede, no estado do Rio de Janeiro, se expressou muita indignação e revolta após o brutal assassinato de João Alberto. É preciso fortalecer novos atos, o caminho pelo qual é possível impor justiça e enfrentar o racismo que ceifa vidas negras todos os dias.

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O 20 de novembro foi de luto e revolta, quando amanhecemos com a cena chocante dos seguranças do Carrefour e de um policial à paisana assassinando Beto a sangue frio. Desde então a resposta a essa barbárie tem sido a indignação legítima expressa em manifestações pelo país, como ontem (23) no Norte Shopping, protagonizada por jovens negros e negras, cerca de trezentas pessoas fazendo ecoar que vidas negras importam, racistas não passarão e Carrefour assassino!

A juventude precisou enfrentar a direção/organização do shopping que buscavam impedir a entrada dos manifestantes, assim como a polícia e a segurança que buscou impedir que o ato andasse pelo shopping. Se somaram também no dia de ontem os atos no Carrefour de Niterói e em Campo Grande.

É em meio ao segundo turno das primeiras eleições do governo Bolsonaro, com uma situação, a nível nacional, muito reacionária, quando os golpistas seguem destruindo direitos e vidas dos trabalhadores e do povo, que destilam todo seu ódio ao povo negro com o aumento da violência policial, na estrutura racista com profundos ataques, e ainda descaradamente Mourão declara que "não existe racismo no Brasil", e é nesse marco que a indignação que começou a se expressar mais ativamente aponta um importante caminho. 

Depois dos ventos da fúria negra que arderam em chamas os EUA nos últimos meses, reverberando em outros países que também enfrentaram a violência policial, vemos mais um caso, que nada tem de isolado, aqui no Brasil, na mesma multinacional racista e exploradora que, friamente, deixou o corpo de Moisés, trabalhador da loja em Recife, estendido no chão durante horas, em agosto deste ano, para não atrapalhar seus lucros. O Carrefour também é responsável por demitir funcionários que exigiam receber por feriados trabalhados. Na sede do Rio de Janeiro há uma denúncia de estupro e tortura de uma mulher negra, dependente química, divulgada também na última sexta. Tamanhas atrocidades que evidenciam a importância da nossa mobilização apontando que fortalecer os atos é o caminho pelo qual é possível impor justiça e enfrentar o racismo que ceifa vidas negras todos os dias. 

Os atos podem ser ainda mais expressivo, correspondendo com a revolta e indignação de massas gerado pela brutalidade do caso, se os sindicatos e movimentos sociais dirigidos pelo PT e pelo PCdoB, que dirigem as maiores centrais sindicais, a CUT e a CTB, coloquem todo o seu peso. É preciso exigir dos sindicatos, que se somem ao apoio e à construção das manifestações. Assim como as organizações de esquerda precisam colocar todas as suas forças nisso. A histórica eleição de negros e negras no país na Câmara de Vereadores este ano é expressão da potencialidade de massas da luta antirracista, sendo eleitos pelo programa antirracista, e precisa estar à serviço de colocar todo o seu peso na construção das mobilizações mas ir por mais: porque não é por dentro das instituições deste regime político autoritário e golpista que os profundos problemas vividos pelas massas negras e trabalhadoras serão resolvidos. É preciso enfrentar o racismo estrutural que retira e explora as vidas negras, fazer justiça por Beto não se trata apenas de garantir que sejam punidos e condenados o policial e o segurança do supermercado. A sede de lucro do Carrefour também é responsável pelo ocorrido, um supermercado que é parte de uma gigante rede multinacional que, no Brasil, é dirigida por uma mulher negra. Como afirmou Letícia Parks "Curioso, não mudou que o chão mais uma vez está sujo de sangue negro. Precisamos lutar pelo fim da divisão entre topo e chão." Por isso os próprios trabalhadores do Carrefour e de todos os supermercados precisam também se somar, sem serem penalizados por isso, enquanto os supermercados estiverem fechados, devem continuar recebendo igual, sem nenhum direito a menos.

O Esquerda Diário, do Quilombo Vermelho e do MRT coloca todas as forças a serviço dessa perspectiva e faz um chamado a todas e todos, juventude e trabalhadores a somar nestas batalhas. O Carrefour e os capitalistas têm as mãos sujas de sangue negro, assim como também Bolsonaro, Mourão e todos os atores políticos deste regime golpista. É preciso escancarar a necessidade de unir a luta antirracista com a luta do conjunto da classe trabalhadora, para derrubar este governo racista e reacionário, e enfrentar também todo o regime político.

 
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