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SUPEREXPLORAÇÃO
Ex-funcionária do Walmart se demite pelo alto-falante, denunciando racismo e machismo
Redação

Em um ato de denúncia e luta, Shana Ragland, uma ex-funcionária da loja Walmart, no Texas (EUA), se demitiu e a ação viralizou na web. Neste domingo (1º), Shana divulgou em suas redes sociais que finalmente tomou coragem para sair do emprego, mas antes disso, ela denunciou o racismo do Walmart que se expressa nas atitudes "racistas" e até mesmo "pervertidas" de alguns funcionários enquanto outros são simplesmente demitidos por serem negros.

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(Reprodução/ Twitter)

Shana Ragland gravou a si mesma enquanto se pronunciava no alto-falante da loja, compartilhando a filmagem na internet em seguida. “Finalmente, deixei meu trabalho tóxico que estava me deixando absolutamente miserável por um ano e sete meses. Foda-se, Walmart”, escreveu Shana no Twitter, juntamente com o vídeo.

“Atenção todos os clientes, funcionários e gerentes do Walmart: meu nome é Shana, do estoque, e eu só queria dizer que Henry é um canalha racista, Giovana é uma racista, Lia é uma gerente babaca”, começou ela. “Essa empresa demite funcionários negros sem motivo. Essa empresa trata seus funcionários feito merda, especialmente os do estoque”, alegou.

De acordo com Shana, a loja tinha problemas também em outras áreas, então ela começou a citar nomes de funcionários que a teriam assediado: “Jimmy da seção de esportes, Joseph do caixa e Larry do setor de jardinagem, vocês todos são uns tarados e eu espero que vocês não falem com suas filhas do mesmo jeito que falam comigo”, pontuou.

Uma colega de trabalho que conseguiu escapar da “bronca” foi uma pessoa chamada Ariel, a quem Shana agradeceu por ajudá-la a conseguir este emprego “quando ela mais precisava”. Para finalizar, a jovem mandou um recado aos seus superiores: “Fodam-se os gerentes, a empresa, este cargo e aquela vagabunda preguiçosa da Cris. Eu me demito dessa porra”.

Quando somos apresentados a esse cenário repressivo, é também necessário traçar a anatomia das relações altamente escandalosas de exploração da mão de obra dos funcionários das redes de supermercados, elementos que se retroalimentam em uma relação simbiótica de opressão e exploração.

Em uma entrevista dada ao esquerda diário, Patrícia Lemos, pesquisadora do Instituto de Economia da Unicamp (CESIT), diz “Quando analisamos o trabalho nos chamados “pontos de venda”, ou seja, nas lojas de super e hipermercados do Walmart, essa obsessão com a redução de custos é evidente. Os baixos salários, longas jornadas e estratégias de não pagamento por horas extras é combinada com um modelo de gestão bastante despótico e com um quadro sempre muito reduzido de trabalhadores que força a sobrecarga dos demais.”

Além disso, não podemos deixar de lembrar do escandaloso caso que ocorreu no Brasil, agora na franquia Carrefour, no qual Moisés Santos morreu enquanto trabalhava e a única medida tomada pelo supermercado foi cobrir o corpo com guarda-sóis e cercar a área com caixas e tapumes improvisados até o IML ir retirar, escancarando o absurdo descaso e desprezo da varejista com a vida dos trabalhadores.

Esses eventos não são coincidência. Explicitam a face mais podre desse sistema capitalista, cujo objetivo primeiro é roubar a força de trabalho e a riqueza dos trabalhadores para garantir que um punhado de parasitas lucrem. Basta! É necessário que todas as Shanas, trabalhadoras e trabalhadores oprimidos e explorados mundo afora, se juntem para dar um ponto final nessa história sangrenta, sendo nós os autores de um novo capítulo!

 
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