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TRAGÉDIA EM MINAS GERAIS
Na UFMG, mais de 100 estudantes e professores discutem a tragédia de Bento Rodrigues - Mariana
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Estudantes da FAFICH (Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas) organizaram uma discussão sobre o rompimento da barragem de rejeitos de mineração em Bento Rodrigues, no município de Mariana, ocorrido duas semanas atrás. Vários professores também foram convidados e compareceram. Participaram, entre outros, os professores e pesquisadores sobre conflitos ambientais Klemens Augustinus, do Departamento de Geologia do IGC (Instituto de Geociências), e Andréa Zhouri, do Departamento de Sociologia e Antropologia da mesma FAFICH.

Klemens tratou o desastre de “catástrofe anunciada” e denunciou como as doações da Vale aos políticos governantes blinda a Vale e própria Samarco de represálias e garante a continuidade dos lucros e da destruição do meio ambiente. Já Andréa lembrou da parceria Capes-Vale, que premia as melhores “inovações” no ramo da mineração, mostrando como a própria UFMG – cuja reitoria ainda não se pronunciou sobre o ocorrido – contribui para os imensos lucros da Vale muito mais que para o questionamento dessa forma de mineração. Além disso lembrou de todos problemas na relação da universidade com as empresas privadas, que nem sequer dispõe de um código de conduta. Cobrou da UFMG um posicionamento sobre o ocorrido e chamou a todos a “nos enraizarmos na ciência” e em grupos de pesquisa consolidados nesta “guerra de laudos” que deverá começar em breve para determinar os impactos ambientais.

Ficou claramente marcado na fala dos estudantes de diversos cursos da UFMG (como Ciências Socioambientais, Ciências Sociais, Biologia e Filosofia) que sabiam que não havia sido um acidente. Há uma ânsia nos estudantes de colocar o conhecimento que têm acesso na universidade a serviço da população e contra as empresas e governos.

O governador Fernando Pimentel foi denunciado em sua cumplicidade com a empresa várias vezes, e os estudantes lembraram o PL 2946/15 que flexibiliza ainda mais os licenciamentos ambientais, defendido pelo governador, bem como os R$ 1,8 milhões de doações recebidas por ele da Vale na campanha eleitoral de 2014. Também lembraram que a privatização da Vale do Rio Doce no governo FHC veio pra precarizar ainda mais as condições de trabalho, destruir o meio ambiente e, acima de tudo, lucrar mais e entregar nossas riquezas naturais ao capital estrangeiro. Os estudantes participarão do ato de sábado às 16:30 na Praça da Liberdade, que denuncia a responsabilidade da Vale e da Samarco no acidente.

Sobre a atividade, Francisco Marques, coordenador-geral do Centro Acadêmico de Filosofia e militante da Juventude às Ruas disse: “Hoje fizemos essa importante discussão com a presença de vários estudantes e professores. Pra nós a tarefa é nos apoiarmos na imensa indignação e solidariedade e colocar de pé um movimento contra o governo de Pimentel e as empresas Samarco e Vale, pela investigação independente – realizada por sindicatos, associações de moradores e atingidos e entidades estudantis – e pela punição dos culpados. Mas queremos também apontar um sentido profundo de resolução deste problema, pra que nunca mais aconteçam catástrofes sociais e ambientais como essa. Temos que lutar pela re-estatização da Vale sob controle dos trabalhadores e da população, bem como lutar pelo confisco dos bens da Samarco e que sejam usados para reparação às vítimas e ao meio ambiente. Não podemos aguentar mais nenhum segundo essa espoliação que vem desde a escravidão e as minas de ouro, e que hoje continua com os lucros bilionários das mineradoras sobre nossos recursos naturais.”

 
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