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PANTANAL EM CHAMAS
Ministério da Economia desbloqueia verbas do Ibama após queimadas destruírem biomas
Pedro Pequini

Em meio a queimadas catastróficas que devastaram 21,2% do bioma do Pantanal, Ricardo Salles havia paralisado as ações de combate aos incêndios desde o dia 21 de agosto, reativando somente no dia de hoje (24/10).

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(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

O cenário de catástrofe ambiental vivida no governo Bolsonaro é o seguinte: de acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, desde o início do ano até dia 20 de setembro, a área queimada no Pantanal alcançou 3.179.000 hectares, o equivalente a 21,2% do bioma. Cada hectare corresponde, aproximadamente, ao tamanho de um campo de futebol oficial.

Todavia, a postura anti-meio ambiente do governo é insaciável e continua devorando a biodiversidade do bioma. Na noite de quarta-feira, 21 de agosto, Salles e o Ibama ordenaram a paralisação imediata do trabalho de 1,4 mil agentes de combate aos incêndio que estavam em campo, por causa da falta de recursos e dívidas acumuladas.

Tal medida foi revertida hoje (24), porém, diferentemente do que disse Mourão, "É isso aí, morre o assunto. Crise superada", ainda há muito a ser feito. Ademais, não é atoa que a verba foi liberada somente agora, depois das queimadas já terem cumprido seu papel fundamental, que foi o de abrir terreno para os grandes latifundiários.

De acordo com o vice-presidente, a verba estava bloqueada por causa de um "problema no teto de gastos" que envolvia recursos vindos da Operação Lava Jato. Segundo Mourão, os valores passaram pelo MMA antes de serem entregues aos Estados e esbarraram na regra do teto de gastos. "O Meio Ambiente entregou esse recurso no começo do ano, pelo problema do teto de gastos do recurso passar por dentro do orçamento e afetou o orçamento do Ministério do Meio Ambiente", disse.

Mourão também afirmou que, desde julho, o ministro Ricardo Salles pedia a liberação da verba. "Ficou naquele vai pra lá e vai para cá e agora ficou acertado. Ontem, nós conversamos, conversei com o Braga Netto (ministro da Casa Civil) e vai ser liberado os R$ 134 milhões dele (MMA)", declarou. Deste verba total, o Ministério da Economia liberou R$ 60 milhões hoje.

O que não foi dito, e nem será pelo Vice-Presidente, é o papel criminoso e ilegítimo que a lei do teto de gastos cumpre. Ele é um dos mecanismos que impedem governos de investir na solução dos problemas sociais, em nome do interesse dos empresários, juntamente com a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Dívida Pública.

Além disso, as queimadas no Pantanal começaram no dia 21 de julho de 2020, enquanto Bolsonaro já vinha cortando as verbas para brigadistas em 58% desde o ano passado (2019), gerando esse descompasso e a paralisação das ações para combater os incêndios.

Posto isso, torna-se evidente o papel que esse governo asqueroso de extrema direita, do Bolsonaro, Mourão e militares, cumpre: garantir os interesses dos grandes empresários, banqueiros e latifundiários capitalistas em detrimento da vida e da biodiversidade do nosso planeta. Em meio a uma crise sanitária, o Estado está deixando queimar as nossas reservas ambientais, intensificando ainda mais a insalubridade e o esmigalhamento dos elementos essenciais para a vida no planeta, como o ar, a água e a fertilidade dos solos.

 
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