Imagem: Fábio Vieira/Estadão Conteúdo
Realizado pela prefeitura do município de São Paulo, o estudo buscou rastrear a doença na capital, medida que se utilizada já no início da pandemia, poderia ter evitado milhares de mortes e uma quarentena racional. De acordo com o estudo, 26,1% dos desempregados foram infectados contra 14% em toda a população paulistana.
O estudo ainda indicou um salto do número de donas de casas infectadas nos últimos dois meses, passando de 8,3% para 14,5%, esse dado escancara como a flexibilização da já muito fajuta quarentena tem seus resultados em primeiro lugar nos setores mais precários.
De forma demagógica o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, justifica esse aumento dizendo que “as pessoas começaram a sair e se expor mais”, como se fosse uma mera escolha a exposição em um contexto de alto desemprego, diminuição do auxílio emergencial e falta de testes para a população.
Outros setores com alta de contaminação na cidade são os setores de serviços como vendedores de lojas e mercados, que têm taxa de 21,4% de contaminação e trabalhadores do telemarketing, com 19,9%. Infelizmente este dado não é uma novidade, uma vez que, como denunciado pelo Esquerda Diário, o setor de telemarketing nunca teve direito à quarentena.
A obrigação à exposição dos setores mais precários e a alta do desemprego tem relação ainda com a chamada MP da morte de Bolsonaro, que permitiu suspensão de contratos, demissões e redução salarial, abrindo margem para que os trabalhadores se vissem obrigados até mesmo a trabalhar doentes por medo se serem afetados com a medida.
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