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BNDES libera empréstimo com garantia do Tesouro a grandes empresas
Redação

Em aceno do governo às grandes empresas, linhas de crédito não garantem redução do desemprego.

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(Foto: Agência Brasil/Arquivo)

Com aprovação da equipe econômica do governo Bolsonaro, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) liberou o acesso de grandes empresas à linha emergencial de crédito garantida pelo Tesouro, que até esta terça (6) era permitido apenas a empresas consideradas pequenas e médias, com faturamento anual de no máximo R$ 300 milhões.

A linha de crédito se chama PEAC (Programa Emergencial de Acesso ao Crédito) e em junho o governo liberou os recursos do Tesouro como garantia para as pequenas e médias empresas. Segundo o BNDES, R$13,2 bilhões do Tesouro foram liberados para garantir os empréstimos, da meta inicial de R$20 bilhões como garantia. Essa meta permitiria a concessão de aproximadamente R$100 bilhões em empréstimos, já que cada R$1 liberado pelo governo pode alavancar R$5.

Os setores beneficiados serão as indústrias automotiva, têxtil, calçadista, de borracha e plástico, além de serviços como saúde, educação, telecomunicações e transporte aéreo.

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Apesar de formalmente o governo e o banco afirmarem que a linha de crédito é parte de garantir os empregos, não há nenhuma garantia de que o dinheiro será realmente usado para manter postos de trabalho.

Visto os dados da recente pesquisa do IBGE, com o desemprego em julho na casa alarmante dos 13,8%, com o fechamento de 7,2 milhões de postos de trabalho em 3 meses, e280 mil empresas reduzindo o quadro de funcionários em agosto, as linhas de crédito empresariais estão muito provavelmente servindo para cobrir o recuo da taxa de lucro durante a crise.

Assim funciona a lógica capitalista contra os trabalhadores: em momentos de ascensão econômica as empresas retêm entre seus poucos acionistas lucros astronômicos às custas do trabalho de milhares, enquanto durante as crises quer dividir as perdas com o Estado e jogá-las nas costas dos trabalhadores.

Esse é um aceno do governo Bolsonaro às grandes empresas, apesar das críticas de pequenas e médias empresas nos primeiros meses de pandemia sobre as dificuldades de conseguir crédito, visto a falta de garantias para as operações e o fato dos bancos preferirem conceder dinheiro a grandes empresas para evitar riscos.

As grandes empresas acionaram suas linhas de crédito pré-aprovadas no início da pandemia, de forma a diminuir boa parte dos recursos disponíveis para as pequenas e médias empresas.

Pesquisa do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) entre 30 de abril e 5 de maio com 17,2 milhões de micro e pequenos negócios aponta que 86% dos pequenos empresários que buscaram crédito não conseguiram (em maioria por pendências no Serasa) ou não receberam resposta, mesmo depois de aprovadas medidas de liquidez econômica.

 
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