www.esquerdadiario.com.br / Veja online / Newsletter
Esquerda Diário
Esquerda Diário
http://issuu.com/vanessa.vlmre/docs/edimpresso_4a500e2d212a56
Twitter Faceboock
DEBATE COM A ESQUERDA
Corrente do Bloco de Esquerda do PSOL é vice em coligação com partido golpista
Tatiane Lima

Em Santo André, cidade que pertence à Grande São Paulo, o PSOL está disputando a prefeitura em uma coligação com a Rede Sustentabilidade, partido de Marina Silva, conhecida apoiadora do golpe institucional e das medidas autoritárias da Operação Lava, entre as quais estão a prisão arbitrária de Lula e as manipulações que contribuíram à chegada de Bolsonaro ao poder.

Ver online

Com Bruno Daniel na chapa do PSOL está Rosi Santos como candidata à vice. Rosi pertence à corrente Socialismo ou Barbárie (SoB), a mesma organização da parlamentar argentina Manuela Castañeira. O SoB é parte do Bloco de Esquerda do PSOL.

A corrente de Manuela Castañeira no Brasil se sentiu muito à vontade para auxiliar a política da ala majoritária do PSOL de coligar-se com partidos burgueses, inclusive golpistas. É o que se deu em Santo André, em que o Socialismo ou Barbárie, corrente ligada ao Nuevo MAS de Castañeira na Argentina, aceitou sustentar o candidato a prefeito do PSOL em coligação com a Rede.

A professora Maíra Machado, do Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT), veio travando uma enorme batalha na cidade de Santo André contra a coligação do PSOL com a Rede. Após confirmação da coligação pela convenção partidária, Maíra anunciou a retirada de sua candidatura vereadora, por ser contra o vale-tudo eleitoral que significa essa aliança com o partido burguês de Marina Silva, que na própria cidade é reconhecido por ter sido parte do atual governo de Paulo Serra do PSDB, que apoiou Bolsonaro nas eleições de 2018.

Veja o artigo completo, debatendo essa questão aqui e confira o vídeo que a professora Maíra Machado retirou sua candidatura nesse link.

Não podemos dizer que o Socialismo ou Barbárie desconhecesse o que é a Rede a nível nacional, nem o que faz no estado de São Paulo. É notório como a Rede no início deste ano votou pela reacionária reforma da previdência do governador João Doria, ao mesmo tempo que do lado de fora da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo a polícia do PSDB reprimiu com bombas de gás e spray de pimenta milhares de professores e servidores estaduais que defendiam suas aposentadorias.

Quão ridículo poderia ser qualificado o oportunismo do Socialismo ou Barbárie? Esta corrente, sem qualquer expressão no Brasil, havia em determinado momento se pronunciado contra a coligação com a Rede, tomando os devidos cuidados para “não fechar nenhuma porta”. Entretanto, quando a candidatura do PSOL, encabeçada por Bruno Daniel, apoiou para a vaga de vice Rosi Santos, o mundo mudou de coloração para a corrente do Socialismo ou Barbárie. Aceitou a oferta, e com prontidão subalterna “esqueceu” da coligação com o partido golpista de Marina Silva. Groucho Marx, comediante estadunidense, ironizava a mentalidade política de correntes como essa: "Estes são meus princípios; se você não gosta deles, tenho outros".

O SoB aprendeu rápido com outras correntes internas do PSOL, que em Santo André mostraram seu leque interminável de contradições: o MES se posicionou contrário à coligação com a Rede na cidade, enquanto está coligado com a mesma Rede em Cachoeirinha no Rio Grande do Sul. A Resistência, que se apesar de criticar no início a decisão do PSOL, se recusou a assinar a nota conjunta das organizações que se opuseram à coligação em Santo André, agora assina uma nota de apoio à candidatura majoritária.

Diante de uma batalha correta pela independência de classe, que demos de maneira intransigente pelo MRT desde o início das informações sobre essa coligação com a Rede, o SoB decidiu rumar para o lado oposto, em função de interesses de aparato. Enquanto nenhum dos problemas de Santo André pode ser resolvido sem um combate frontal ao regime do golpe institucional a nível nacional, o SoB desempenha o papel insignificante de corista subordinado da política de coligações com burgueses, que o PSOL vem desenvolvendo em distintas cidades do país.

Se é essa a “contribuição” do Nuevo MAS no Brasil, já concorre com grande sucesso para a irrelevância política.

 
Izquierda Diario
Redes sociais
/ esquerdadiario
@EsquerdaDiario
[email protected]
www.esquerdadiario.com.br / Avisos e notícias em seu e-mail clique aqui