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STF
Flávio Bolsonaro quer juiz evangélico para futura vaga no STF
Ana Carolina Fulfaro

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, Flávio Bolsonaro (Republicanos) indicou o nome do juiz federal e pastor evangélico William Douglas dos Santos para vaga de ministro no Supremo Tribunal Federal (STF). William Douglas também foi indicado pelo pastor Silas Malafaia e outras lideranças evangélicas.

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Foto: reprodução

Jair Bolsonaro poderá indicar dois ministros para o STF durante seu governo. Suas indicações ocuparão o lugar de Celso de Mello, que deve se aposentar ainda este ano, e de Marco Aurélio Mello, que aposentará no ano que vem.

Flávio Bolsonaro é investigado em esquemas de corrupção, e procura influenciar a decisão de quem ocupará a cadeira, pois a definição sobre o foro privilegiado nessas investigações sobre as “rachadinhas” passará pelo STF.

Bolsonaro e o STF já estão alinhados em muitas pautas. Não é à toa que Dias Toffoli (ex-presidente do STF), Luiz Fux (atual presidente) e Bolsonaro trocaram elogios e sinalizações de alianças. O poder judiciário vem atuando de diversas maneiras para impedir o andamento e a resolução acerca das investigações de corrupção de Flávio Bolsonaro. As indicações de Bolsonaro ao Supremo podem aprofundar este alinhamento e, inclusive, aprofundar a presença das igrejas no Estado.

No ano passado, durante um culto evangélico realizado no mês de julho na Câmara dos Deputados, Bolsonaro afirmou que indicaria para o STF um ministro “terrivelmente evangélico”. Pastores e lideranças evangélicas de várias igrejas entregaram uma lista para Bolsonaro solicitando a indicação de William Douglas.

Além de pastor, William Douglas é oficial de reserva do Exército e já recebeu medalhas militares. Além do mais, em entrevista para um jornal bolsonarista, o juiz defendeu que “existe cristofobia e perseguição religiosa no Brasil” e que “há uma verdadeira implicância de alguns setores com os cristãos”, declaração análoga à recém realizada por Bolsonaro na ONU.

Jair Bolsonaro se elegeu e se mantém com grande apoio da bancada evangélica e os exemplos acima indicam o peso que ocupa cada vez mais no Estado. Essa bancada faz parte da ala conservadora que mantém um dos pilares desse governo reacionário de Bolsonaro e os militares. Uma das atuantes para não apenas impedir, mas também tentar regredir direitos, como é o caso do direito ao aborto. Sob um falso discurso de "direito à vida" são vários os exemplos de políticos cativos da bancada evangélica envolvidos em escândalos, basta lembrar da deputada federal Flordelis (PSD) e do Pastor Everaldo (PSC), preso por chefiar esquema de corrupção no Rio de Janeiro.

A interferência da Igreja no Estado só garante retrocessos em direitos fundamentais. O próprio STF coaduna com isso ao pactuar com Bolsonaro e também ir contra direitos, como o já citado direito ao aborto. Por tudo isso, a separação da Igreja e do Estado é primordial.

 
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