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PANTANAL EM CHAMAS
Ganância capitalista queima 83% do território indígena no Pantanal
Redação

A Terra Indígena Baía dos Guató, localizada em Barão do Melgaço (MT), teve pelo menos 83% da sua área destruída nas últimas semanas, segundo cálculo do Instituto Centro de Vida (ICV). Os 16 mil hectares devastados até agora equivalem a 101 parques Ibirapuera.

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Foto: Jorge Salomão Júnior/BBC

No início de Setembro, o Pantanal registrou uma grande área devastada com 2,3 milhões de hectares atingidos pela queimada. De acordo com resultados de perícia em cinco áreas da região do Pantanal divulgados pelo governo do Mato Grosso em nota, a devastação foi provocada por ação humana. Essa devastação tem a finalidade de transformar essas áreas em pasto para o gado e literalmente “passar a boiada”, tal como falou Ricardo Salles na reunião ministerial no início da pandemia.

Os indígenas guatós, primeiros habitantes históricos da região, já sofriam com a escassez de água, falta de luz, assistência média e desemprego. Agora, os problemas ficaram ainda mais graves. Com a água escassa e não potável, uma moradora do local Antonia Oliveira, disse: “Estamos bebendo urina e bosta dos jacarés e das capivaras. Porque não tem outra água aqui perto. Nunca secou assim. Estou com o estômago ruim, ruim, mas não tem outra água. E com essa seca, você fica o dia inteiro bebendo. Já bateu diarreia, ’vomitação’, dor de barriga, tudo”.

Além disso, os moradores afirmam que, quando os brigadistas de incêndio apareceram no local, ficaram apenas um dia, fizeram um aceiro (faixa de terra exposta para proteger 3 casas do incêndio) e partiram. No pantanal, o Corpo de Bombeiros atua quase sempre nas áreas privadas, como o Sesc pantanal, as fazendas e as pousadas. Enquanto isso, deixam os moradores locais que não possuem estruturas básicas de moradia, como saneamento, água potável e alimentação de qualidade, largados à própria sorte, sem nenhum tipo de assistência médica e condições de sobrevivência.

Isso é uma enorme demonstração da destruição consequente da sede de lucros capitalista, a qual oferece a degradação do meio ambiente para a população enquanto rouba terras para a exploração de grandes latifundiários e industrias agropecuárias. Esse setor é responsável por inúmeras queimadas em alguns biomas brasileiros, como o a Mata Atlântica, a Amazônia e o Pantanal, que são transformados, cada vez mais, em pasto para o gado ou em plantações de cereais transgênicos, os quais não são usados para alimentar a população, mas sim para exportação de commodities aos países imperialistas.

Enquanto a população passa fome e sede, os capitalistas aproveitam para destruir a natureza e os animais para garantir seus lucros, pouco importando-se com a vida dos da população e dos povos indígenas da região. Em meio à pandemia, fica ainda mais claro que esses ataques e “acidentes naturais” fazem parte de um projeto capitalista de aceleração da exploração tanto dos trabalhadores quanto do meio ambiente, empurrando a classe trabalhadora para a fome e o desemprego.

Por isso, a solução desses problemas passa por fomentar a auto-organização dos trabalhadores rurais, por uma reforma agrária ampla, que exproprie os latifúndios e destine essas terras para quem realmente produz nosso alimento. Se os capitalistas destroem o planeta, destruamos o capitalismo.

Veja o vídeo da Letícia Parks, que faz parte da Bancada Revolucionária de Trabalhadores, candidatura coletiva para vereador em SP, falando das queimadas no Pantanal.

 
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