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MINISTÉRIO DA SAÚDE
O desastre Pazuello na Saúde
Pedro Costa

Eduardo Pazuello foi efetivado ontem, 16, por Bolsonaro. Durante sua gestão, o número de mortes aumentou 9 vezes: no dia 15 de maio, primeiro dia dele no cargo, o número de mortes pelo novo coronavírus notificadas no Brasil era de 14.817, e ontem o número chegou a 134.174 mortes.

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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil.

Eduardo Pazuello, general do exército e paraquedista, assumiu o cargo depois da renúncia de dois ministros, Henrique Mandetta primeiro, que passou mais de um ano no cargo e saiu por conta de divergências em relação à condução da crise, e Nelson Teich, que passou menos de um mês na pasta.

Pazuello é um especialista em logística, não tendo nenhum tipo de formação na área da saúde, sendo primeiramente cotado apenas como ministro temporário, mas após quatro meses como “temporário eterno”, foi empossado como titular.

Quando o paraquedista assumiu, os casos e mortes de Covid-19 no Brasil eram respectivamente, 218 mil e quase 15 mil. Hoje, o Brasil está na marca de mais de 4,4 milhões de casos confirmados e 134 mil mortes; ou seja, durante gestão interina de Pazuello as mortes cresceram 9 vezes.

A primeira ação efetiva do ministro foi a recomendação do uso da cloroquina para todos os casos, assim que começassem os primeiros sintomas, atitude que provou ao presidente e a todos que Pazuello estava totalmente alinhado com o bolsonarismo.

O ministro tomou diversas medidas questionáveis em seu histórico nestes quase 4 meses. Não renovou o financiamento para a Epicovid, considerado o maior estudo brasileiro sobre os efeitos e prevalência da pandemia na população, coordenado pelo Centro de Pesquisas Epidemiológicas da UFPel.

Criou, juntamente com Guedes, um grupo de trabalho interministerial (GTI) para revisar a lista de enfermidades e afecções que autorizam o pagamento de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, as mudanças ocorrerão na Lei nº 8.213, de julho de 1991.

Foi durante sua gestão também que a pasta chegou a retirar de painéis próprios informações sobre o total de casos e mortes pela Covid-19, uma clara tentativa de manipulação de dados e uma atitude antidemocrática explícita. Por fora do problema da pandemia do coronavírus ainda existem vários problemas que continuam sem resposta por parte do ministério, como a queda na cobertura vacinal em crianças.

Até agora, em nenhum momento o Ministério e o Governo se importaram em disponibilizar testes massivos, única forma de rastrear o vírus e planejar medidas efetivas no combate à pandemia. Muito pelo contrário, o que o governo fez foi não disponibilizar testes suficientes, encolhendo os números oficiais de contaminados e mortos, enquanto sabe-se que estes números são provavelmente muito maiores.

No final de junho, Pazuello admitiu que o ministério só havia gastado 27,5% da verba total liberada para lidar com a Covid-19. À época, o ministro afirmou que o ritmo dos gastos estava “bom”, enquanto milhares morriam por falta de EPIs, testes e tratamento adequado.

Pazuello é, assim como tantos outros, mais um militar a comandar alguma pasta chave do governo. O ministro nomeou 10 militares para comporem seu ministério, enchendo ainda mais o governo de não civis. Além disso, enquanto interino o paraquedista recebeu um salário maior do que Mandetta e Teich, pelo fato de existir um benefício que os militares têm direito ao ingressar no governo.

O militar também se utilizou, em junho, da lei de segurança nacional para blindar seus pares em relação a denúncias.

Atualmente o ministro defende, ainda de mãos dadas com Bolsonaro, uma reabertura de alto risco em relação a todos os estabelecimentos, afirmando que em breve a população terá, segundo suas palavras, de aprender a “conviver com um novo normal”.

 
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