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Greve dos Correios completa um mês com atos contra privatização e os ataques aos direitos
Lara Zaramella
Estudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

Hoje completa um mês do início da greve nacional dos trabalhadores dos Correios que enfrentam a destruição dos direitos com o projeto privatista de Guedes e Bolsonaro. Atos em diversas cidades do país foram chamados. É fundamental apoiar a greve, fortalecendo a mobilização para barrar esses ataques.

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Foto: Luiz Rocha - SINTECT-MG/LPS

Hoje, 17, completa exato 1 mês da greve nacional dos Correios que se mobilizam contra os ataques a direitos e benefícios, com objetivo de retirar 70 dos 79 tópicos do acordo coletivo, além de estarem em greve também contra a privatização desta empresa estatal que está na mira dos planos neoliberais de Bolsonaro, Guedes e militares, como Floriano Peixoto, atual presidente dos Correios. Neste dia, ocorrem atos e manifestações em diversas cidades do país, de apoio e demonstração de força da categoria.

Ao longo deste mês de greve, os trabalhadores foram atacados com comentários do governo federal e da grande mídia que alega que são uma categoria “privilegiada”, deslegitimando a mobilização dos trabalhadores em uma tentativa de colocar a população contra a greve. Justificam a privatização como forma de eliminar os gastos com os salários desse “monte de privilegiados”, alegando que trabalham pouco e ganham muito.

É absurdo dizer isto, quando vemos que os trabalhadores dos Correios em média têm um salário de R$ 1.700, segundo o acordo coletivo de 2018-2019. O que nem Bolsonaro, Guedes ou as grandes mídias dizem é que os funcionários que recebem supersalários e produzem gastos altos para os cofres públicos são justamente os de alto escalão, como Floriano Peixoto, general escolhido pelo presidente que está no comando dos Correios e recebe cerca de R$40 mil por mês.

De mãos dadas com os planos de privatização dos governos, Floriano Peixoto quer aplicar esta retirada de 70 tópicos do acordo coletivo, o que significa retirar o vale-alimentação, auxílio-creche, licença maternidade, reduzir o adicional de férias, adicional noturno, dentre outros direitos básicos trabalhistas.

Os trabalhadores dos Correios são parte dos trabalhadores essenciais que em meio à pandemia do novo coronavírus que já matou mais de 130 mil pessoas no país, seguiram trabalhando ininterruptamente, sem acesso a EPIs de qualidade o que fez, inclusive, com que a categoria hoje contabilizasse mais de 120 trabalhadores mortos pela Covid-19.

Mas isso não importa para a sede de lucro de grandes empresas e dos governos. O plano de privatização, tanto dos Correios, mas de outras tantas empresas estatais, tem se aprofundado com mais força, governo após governo. Vemos como a privatização é pilar dos projetos políticos do governo federal e também nos Estados como vemos com o recente PL 529 de João Doria, ataque vai privatizar e extinguir serviços que atendem a toda a população na área da moradia, saúde, educação, transporte.

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O que importa é garantir que as grandes empresas vão seguir e aumentar seus lucros e que a crise econômica não irá afetá-las, sendo despejada então nas costas de toda a classe trabalhadora. O ministro das Comunicações da gestão de Bolsonaro, Fábio Faria, já declarou que há 5 gigantes empresas interessadas em comprar os Correios, estando entre elas a multinacional Amazon, acusada por práticas antissindicais e superexploração nestes últimos meses.

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Para manter os lucros das empresas e banqueiros, inclusive, os governos não titubeiam em cortar direitos e salários, a atacar a organização e greve de trabalhadores. Através da Lei de Responsabilidade Fiscal e a lei do Teto dos Gastos - antiga PEC do fim do mundo - seguem fielmente pagando a fraudulenta dívida pública, que é um verdadeiro saque e direciona dinheiro público para os bolsos dos banqueiros todos os anos.

Não só isso, mas está na ordem do dia como prioridade central tanto de Bolsonaro, mas também de Rodrigo Maia no Congresso, a tramitação da Reforma Administrativa, que justamente daria poder ao presidente para extinguir qualquer órgão público por decreto. É o sonho dos governos privatistas, pois neste caso não lidariam com greve de trabalhadores e como declarado mais de uma vez por Bolsonaro, ele poderia simplesmente “acabar com os Correios”.

Neste momento vê-se então como os distintos setores do regime político se unem. Se há momentos em que a grande mídia, o judiciário e o Congresso demonstram críticas ao governo Bolsonaro, quando se trata de atacar os servidores, alegando que são “privilegiados” e portanto devem ter salários e direitos cortados, todos se unificam. O STF vem compactuando com esse ataque via decisões judiciais e tratorando o acordo coletivo.

Justamente por isso, a greve dos correios não é somente uma importante mobilização para barrar este ataque aos direitos trabalhistas e a privatização desta estatal, como também é demonstração de como a população pobre e trabalhadora pode se fortalecer e se organizar contra todo este projeto de privatizações e precarização do trabalho e da vida que Bolsonaro, Guedes, os militares, governadores, o STF e Congresso querem nos impor.

Confira abaixo o vídeo gravado no ato dos Correios hoje em São Paulo no qual a Bancada Revolucionária de Trabalhadores expressa seu apoio à luta dessa categoria:

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Nós do, Esquerda Diário, apoiamos esta importante categoria que está em greve há um mês, assim como todos os atos e manifestações que estão sendo convocados para o dia de hoje em diversas regiões e cidades do país. Na próxima segunda-feira, 21, dia da audiência de julgamento do acordo coletivo, haverá um ato em Brasília, com caravanas saindo de várias cidades.É fundamental que que as grandes centrais sindicais, como a CUT e a CTB mobilizem suas forças para barrar os projetos privatistas e de precarização do trabalho, construindo de fato os atos e mobilização.

 
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