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Um terço de Bangladesh está inundado: a mudança climática do planeta é culpada
Redação

Pesadas chuvas de monções inundaram Bangladesh e submergiram mais de um terço do país. A enchente vem nos calcanhares da pandemia de coronavírus e de um ciclone mortal, deixando claras as injustiças da mudança climática.

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Um terço de Bangladesh está inundado por conta de chuvas torrenciais de monção que começaram em junho. As enchentes deslocaram 4.7 milhões de pessoas, a maioria trabalhadores e camponeses pobres que moram em casas de palha. Esses indivíduos já convivem em uma situação precária, e são forçados e relocarem-se para regiões mais altas quase que anualmente durante a estação de monções. Pelo menos 100 morreram desde junho, e as chuvas provavelmente continuarão até a metade de agosto. Bengalis já estão com dificuldades de se recuperar da devastação causada pelo ciclone Amphan em maio, isso junto com a atual pandemia. O aquecimento global só exacerbará esses eventos climáticos extremos, enquanto o capitalismo garantirá que os mais pobres paguem o preço.

Fotos de satélite da NASA mostram a escala chocante das inundações. Pelo menos um milhão de casas foram submergidas ou mesmo destruídas, levando consigo animais e bens domésticos. Nos piores casos, a enchente também tomou a vida de familiares: muitos dos que se afogaram eram crianças. Mais de 1.500 km² de fazendas foram danificadas, destruindo plantações e vidas. Ruas inundadas também deixaram isoladas muitas vilas rurais, o que complica esforços de socorro.

Outras crises deixam Bangladesh especialmente vulnerável durante as enchentes. Em maio, o ciclone Amphan atingiu a Bahia de Bengali com fortes chuvas e ventos de 100 km/h, matando mais de 100 pessoas e destruindo comunidades. Bangladesh também é afetada pela pandemia de coronavírus, com mais de 3.100 mortes. O país também sofre com uma crise de refugiados Rohingya que fugiram de Myanmar. Cox Bazar, o maior campo de refugiados do mundo, é especialmente vulnerável a inundações por conta de sua localização costeira.

O clima volátil não é nada novo para os 167 milhões de Bengalis. 80% das chuvas do país ocorrem entre junho e outubro – a chamada estação das monções – e inundações são comuns, especialmente nas regiões dos rios Brahmaputra e Meghna. Localizados na Bahia de Bengali, a maior parte do país se situa no Delta do Ganges, uma região propensa a ciclones e tempestades por conta de suas águas rasas e quentes. As inundações causadas pelas monções ocorrem todos os anos, entretanto, as enchentes têm piorado em anos recentes e as chuvas têm durado mais tempo. O Dr. Saleemul Huz, diretor do Centro Internacional de Mudanças Climáticas e Desenvolvimento de Bangladesh afirma: “Eu acho que isso é definitivamente ligado às mudanças climáticas. Esse tipo de inundação deveria ocorrer uma vez a cada vinte anos, mas é a quinta ocasião em duas décadas que presenciamos esse evento”
Outras características geográficas fazem Bangladesh ser particularmente vulnerável a eventos desastrosos advindos das mudanças climáticas. A maior parte do país está a apenas dois metros acima do nível do mar. Por 2050, a elevação do nível do mar pode inundar 17% do território e desalojar mais de 20 milhões de pessoas. Pelo final do século, os mares podem subir a mais de 1,5 metros. Cidades que não foram inundadas ou destruídas pelo mar terão dificuldades em sobreviver, pois a água salgada afeta a fertilidade do solo, tornando difícil o cultivo. Tais circunstâncias forçaram milhões a fugirem de suas casas em direção à cidades como Dhaka, onde vivem vidas paupérrimas com baixíssimos salários.

O evento climático extremos em Bangladesh expõe as injustiças das mudanças climáticas: Os mais pobres sofrem as consequências do consumo extremo e das altas emissões de poluentes dos ricos. 10% da população é responsável por 50% das emissões totais de carbono, enquanto os 50% mais pobres são responsáveis por apenas 10%. O cidadão americano médio é responsável por 33 vezes mais emissão de carbono que o cidadão médio Bengali. Cientistas até mesmo emitiram um “alerta” sobre riqueza, argumentando que a riqueza é uma barreira para a solução da crise climática.

Pessoas do sul global, em países como Bangladesh, são ainda mais afetadas pela devastação climática e pelo esgotamento de recursos por conta de séculos de imperialismo. Centenas de milhões de pessoas no sul global serão desalojadas pelas mudanças climáticas, e os refugiados do clima já começaram êxodos para fora de áreas afetadas. A não ser que nós tomemos ações urgentes para tratar a desigualdade de renda e as mudanças climáticas, enchentes devastadoras como essa serão cada vez mais comuns. A classe trabalhadora precisa mostrar sua solidariedade internacional, e exigir que os capitalistas paguem por sua destruição ambiental.

 
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