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SAÚDE
Com corrupção na Saúde, 730 pessoas morreram esperando a transferência para um leito no RJ
Redação
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No Estado do Rio, pelo menos 730 pessoas morreram entre abril e junho esperando um leito de enfermaria ou UTI, segundo a Defensoria Pública do Rio. De falta de medicamentos para entubar, até falta de estrutura para transferir pacientes nas UPAs, familiares de pacientes tentaram correr contra o tempo, utilizando a Defensoria Pública para tentar garantir o atendimento à tempo.

Esse foi o caso por exemplo do aposentado Antônio Alves Gomes, de 72 anos, que ficou internado na UPA da Cidade de Deus esperando transferência para a UTI e faleceu depois de esperar por dois dias o cumprimento de uma liminar. Sua neta, Jennifer Gomes, tentou garantir através da justiça o direito ao atendimento.

"Fiquei das 7 horas às 21 horas na UPA esperando o laudo para anexar ao processo. Quando me entregaram, veio errado, era de outro paciente. No dia seguinte, a Defensoria entrou com a ação", conta Jennifer. "No próprio dia 8 de maio já saiu a decisão para ele ser transferido. Se não houvesse vaga em hospital público, a Prefeitura deveria pagar leito privado."

Esta dura realidade é fruto da falta de investimento público na Saúde. Ao invés de leitos, Witzel garantiu foi um belo escândalo de corrupção envolvendo membros de seu governo, seu secretário de saúde, e empresas privadas, as Organizações Sociais que receberam uma verba de quase 1 bilhão de reais sem entregar hospitais de campanha, deixando faltar insumos, fazendo com que muitos morressem simplesmente pela falta de medicamentos necessários para se realizar a intubação.

Das 13.572 mortes oficiais, nas estatísticas que são propositadamente menores do que a realidade pela falta de testes, a ampla maioria destas mortes poderia ter sido evitada caso o sistema público de saúde do Rio de Janeiro não tivesse virado u grande balcão de negócios capitalista.

Se a defensoria pública relata que foram ao menos 730 mortes no período de 3 meses, por falta de transferência para leitos de enfermaria ou UTI, devemos pensar então que há ainda um número muito maior de pessoas sequer acionaram a defensoria pública, por não acreditar ser possível conseguir acesso à saúde pública através da justiça.

A verdade é que, enquanto milhares foram atendidos de maneira precária, por causa da falta de investimento no SUS do Rio, o que o Estado garantiu foi o não pagamento de amplos setores dos profissionais da saúde em plena pandemia, agravando ainda mais esta crise. E agora, o secretário da Saúde de Witzel fala em fechamento dos hospitais de campanha, com um plano de reabertura que não tem nenhuma preparação para lidar com possíveis novas ondas de contágio.

Em uma situação na qual bilhões são jogados no ralo da corrupção enquanto os pobres e os trabalhadores morrem por falta de medicamentos e leitos, o custo da corrupção capitalista é pago diretamente com a vida dos trabalhadores. Ter que pedir na justiça para ter acesso a um direito básico constitucional que é o acesso ao SUS, em plena pandemia, é um retrato desta realidade cruel. Só mesmo com os próprios trabalhadores assumindo o controle de todo sistema de saúde, gerindo os recursos do Estado através de comitês eleitos pelos trabalhadores da saúde, é que é possível pensar uma solução em que o preço da crise não seja continue sendo pago com milhares de vidas. Por um Sistema de Saúde Único 100% estatal controlado pelos trabalhadores, financiado com a taxação das grandes fortunas de empresários como os corruptos financiadores dos governos estatuais do Rio.

Leia mais: Witzel: reabertura, corrupção e trabalhadores da saúde sem salário

 
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