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CONFERÊNCIA LATINO-AMERICANA E DOS EUA
Confira a intervenção de Diana Assunção do MRT na sessão de encerramento da Conferência Latino-americana e dos EUA
Redação

Confira a intervenção de Diana Assunção, dirigente do MRT e integrante da Fração Trotskista - Quarta Internacional (FT-QI), na sessão de encerramento da Conferência Latino-Americana e dos EUA. Diana discutiu os erros da esquerda brasileira, suas raízes teóricas e retomou posições de Leon Trótski sobre a articulação entre consignas democráticas e a luta por um governo operário.

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Hoje 01 de agosto ocorre a sessão de encerramento da Conferência Latino-Americana e dos EUA. A conferência está sendo impulsionada pela Frente de Esquerda dos Trabalhadores da Argentina, reunindo organizações e partidos socialistas de todo o continente americano, e já teve sessões na quinta e sexta-feira.

Veja abaixo transcrição da intervenção de Diana e no final da matéria o vídeo completo da sessão de hoje:

Olá companheiros e companheiras. Eu sou Diana Assunção, membro do MRT no Brasil, saúdo a todas e todos nesta Conferência. Bom, ontem meu camarada André Barbieri colocou nossa política frente ao governo arqui-reacionário de Bolsonaro e o regime do Golpe Institucional. Nós aqui lutamos pelo Fora Bolsonaro, Mourão e os militares e por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana. Lamentavelmente, e apesar dos nossos chamados reiterados chamados, a esquerda no Brasil não defende essa política e levanta um impeachment para Bolsonaro, que caso triunfe significaria a entrada do General Mourão na presidência. Outros levantam eleições, que só mudariam uma parte dos representantes políticos, sem questionar o regime. Esse grave erro, companheiros, tem raízes teóricas.

Entre nossas correntes que se reivindicam parte do trotskismo, as consignas democrático-radicais - como parte do programa transicional rumo à ditadura do proletariado - sofreram todo tipo de deformações, desfigurando esse papel que cumprem justamente como parte desse programa transicional. Bom, existem aqueles que transformam o programa democrático-radical, inclusive como a Constituinte, em um fim em si mesmo, existem os que criam uma etapa intermediária entre a queda das ditaduras ou governos autoritários e os fins socialistas do nosso programa, mas existem também os que dizem que é “democratizante”. Em todos os casos a consequência é debilitar a luta contra os regimes burgueses, o que leva diretamente a se adaptar a eles. É o que aconteceu no Brasil inclusive hoje, adaptando-se ao PT que assimilou essa estrutura política e social quando foi governo e começou a atacar as massas, no segundo governo de Dilma Roussef.

Por isso eu queria falar aqui da relação entre essa consigna democrático-radical, a Constituinte, os sovietes e a tomada do poder. Trótski nos anos 1930, nada menos que na França imperialista, chamava a lutar contra o bonapartismo convocando uma Assembleia Nacional similar a que foi levantada pelos jacobinos na Revolução Francesa. Mais ainda, dialogava com os operários chamando-os a lutar por, citando Trótski agora, “uma democracia mais generosa”, debatendo que quando as massas se colocassem em movimento, iriam varrer todas as instituições apodrecidas do autoritarismo e avançar rumo aos sovietes. Por isso Trótski sempre se enfrentou contra aqueles que buscavam desligar as consignas democrático-radicais da luta pelo poder operário. Na Alemanha, propõe aos operários defender a democracia burguesa, não com os métodos parlamentários, mas com os métodos mais duros da luta de classes. Isso permite estabelecer uma ponte entre a consciência reformista das massas, assim como suas ilusões na democracia burguesa, e a preparação das condições para passar à ofensiva, ou seja, à insurreição.

São situações diferentes, mas é a partir dessa perspectiva que encaramos a consigna da Assembleia Constituinte no Brasil. No nosso país, não é necessário combater apenas Bolsonaro, seu vice e o peso decisivo da casta militar, mas é necessário alertar as massas que entre seus inimigos mais duros está também o sistema judiciário, presidido pelo Supremo Tribunal Federal, que inclusive organizou o golpe, e também o Congresso Nacional e os governadores que atacam as massas. Por isso nossa principal consigna é "Abaixo Bolsonaro, Mourão e os militares" ao passo que levantamos a consigna da Assembleia Constituinte para tentar colocar em movimento os trabalhadores e os setores mais empobrecidos das classes médias contra todos seus inimigos.

Ou seja, não se trata aqui de enfrentar o demônio, que seria Bolsonaro, com os chifres do demônio, que é o Supremo Tribunal Federal no Brasil. Por isso chamamos ao bloco de esquerda do PSOL e o PSTU a não se adaptar e a fazer um pólo de luta não só contra o poder executivo, mas contra todas as instituições do regime golpista. Bom companheiros, eram essas as considerações e agradeço a todos na Conferência.

Veja o vídeo completo da sessão de encerramento da conferência

 
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