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CONTRA A DIREITA E O GOVERNO
Como lutar por um polo dos trabalhadores ligado à luta de classes?
Bruno Gilga
Marcello Pablito
Trabalhador da USP e membro da Secretaria de Negras, Negros e Combate ao Racismo do Sintusp.

Frente aos ataques cada vez mais duros aos trabalhadores e frente à burocracia sindical que tem sido o principal elemento de contenção das lutas, se faz cada vez mais necessária a construção de um polo dos trabalhadores, com independência de classe, antigovernista e antiburocrático que realmente atue nas lutas em curso buscando levar toda solidariedade às greves e confluir com os setores mais avançados da classe que resistem ao plano de ajustes. Grande parte da esquerda hoje está longe de cumprir este papel.

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Frente aos ataques cada vez mais duros aos trabalhadores e frente à burocracia sindical que tem sido o principal elemento de contenção das lutas, se faz cada vez mais necessária a construção de um polo dos trabalhadores, com independência de classe, antigovernista e antiburocrático que realmente atue nas lutas em curso buscando levar toda solidariedade às greves e confluir com os setores mais avançados da classe que resistem ao plano de ajustes. Grande parte da esquerda hoje está longe de cumprir este papel.

O PSOL e a Frente pra deixar Dilma e o PT sem medo

No início de Outubro formou-se a “Frente Povo Sem Medo”, uma frente permanente na qual o MTST conseguiu articular parte da esquerda, principalmente o PSOL, com a UNE e a CUT, que está não só defendendo o governo, mas diretamente implementando medidas do ajuste, como o PPE.

Esse mês o Congresso da CUT, que aprovou o PPE, reuniu em uma mesa Guilherme Boulos, do MTST, Lula, Dilma, e o presidente da CUT, Wagner Freitas, que ressaltou a importância da Frente como uma “Frente que serve para defender a democracia” e no mesmo discurso disse abertamente que “vamos fazer as críticas... mas no fim estamos juntos(...) Já fomos, estamos e voltaremos às ruas para defender o mandato da presidente Dilma".

A Frente marcou um ato no dia 8/11 - um domingo, de modo a não atrapalhar não só a produção, mas nem sequer a circulação - e definiu foco em Cunha e Levy, poupando Dilma.

Não há independência de classe longe da luta de classes

A CSP-Conlutas, na qual o PSTU é direção majoritária, convocou a realização de um ato e um encontro que reuniram milhares de trabalhadores em São Paulo em Setembro, com eixos de denúncia do governo e da oposição de direita e realizou pequenos atos no “Outubro de lutas”. No entanto, isso não se transformou em uma alternativa nas lutas e greves que se seguiram.

O peso da esquerda não pode ficar dedicado a atos e encontros que não servem para potencializar as lutas concretas que os trabalhadores já estão dando contra o ajuste. Como colocou naquele encontro o companheiro Adaílson, rodoviário demitido de Porto Alegre, “queremos ver a força reunida nesse encontro se mostrar nos piquetes dos rodoviários que seguem demitidos, assim como os metroviários, e nas demais lutas dos trabalhadores”. Não vimos.

Na GM de São José e na greve de petroleiros, é possível a mais ampla solidariedade

Os petroleiros se levantam na maior greve nacional dos últimos 20 anos, se enfrentando com a burocracia sindical que divide os trabalhadores inclusive organizativamente. Outro exemplo importante é a GM de São José dos Campos, em que a última greve que demonstrou enorme disposição de luta, se encerrou com o lay-off que o sindicato dirigido pelo PSTU anunciou que aceitaria desde o primeiro dia da greve, e a suspensão das 800 demissões até o fim do ano. Todos sabemos que depois desse prazo a empresa voltará a atacar e a demitir, como vem fazendo há anos, e esse período de trégua seria decisivo para preparar um plano de luta capaz de impedi-lo.

Nossa exigência à esquerda é que coloque toda sua força material e de militância a serviço destas lutas, para que sejam batalhas exemplares. O problema é que como expressamos acima a esquerda não se coloca este objetivo.

Nós do MRT, com nossas forças, buscamos na prática atuar como um embrião de polo para a luta de classes. Em greves como a dos Correios, que foi nacional e conseguiu derrotar importantes ataques, buscamos colocar toda nossa força. Outros exemplos podemos dar, como na Prefeitura da Universidade de São Paulo onde enfrentamos o desmonte e a possibilidade de demissões. Com democracia operária e uma forte discussão de solidariedade de classe, além de disposição militante e confiança na nossa classe, várias lutas que viemos participando podem mostrar, na prática, que se a esquerda jogasse todo seu peso o destino de muitas greves poderia ser distinto, e o tal “terceiro” campo que tanto falam o PSTU e setores do PSOL poderia fazer algum sentido concreto.

O jornal Esquerda Diário impresso tem sido o principal instrumento para essa orientação. Com ele temos chegado, além da versão digital, a milhares de trabalhadores, a dezenas de greves no país, com o objetivo de apoiar ativamente estas lutas e confluir com o mais avançado da vanguarda operária, estudantil e do movimento de mulheres. Colocaremos no próximo período nossa força material e de militância para lutar e colocar de pé um verdadeiro polo para a luta de classes na GM, onde milhares na porta dessa fábrica podem significar uma grande pressão à patronal, e também nas dezenas de assembleias e piquetes dos petroleiros país afora.

 
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