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METROVIÁRIOS SP
Nossa Classe Metroviários: Votar hoje pela greve dia 21 e defender de fato todos os direitos
Fernanda Peluci
Diretora do Sindicato dos Metroviários de SP e militante do Mov. Nossa Classe
Rodrigo Tufão
diretor do sindicato das Metroviárias e Metroviários de SP e do Movimento Nossa Classe
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Com os salários cortados, os Metroviários seguem sendo atacados pela direção da empresa e o governo Doria. O Metrô apresentou hoje o que chama de "nova proposta", mas praticamente só repete os cortes nos quais vem insistindo: das 29 cláusulas com direitos previstos no nosso Acordo Coletivo que o Metrô está cortando ou rebaixando, insistem em 28, voltando atrás somente no "adicional de quebra de caixa" pago aos metroviários que trabalham nas bilheterias, e prometendo para 2022 um reajuste salarial (em base a um índice que neste mês está negativo), quando os metroviários sequer estão reivindicando reajuste salarial, e sim somente a manutenção de nossos direitos e condições de trabalho. Direitos básicos como o adicional de risco de vida, percentual de férias e plano de saúde, são alguns dos cortes que a empresa impôs. Mesmo dizendo que está negociando com a categoria, o Metrô descontou os salários de maio, junho e promete cortar o de julho também.

Enquanto isso seguimos com um quadro de funcionários muito abaixo do necessário, tendo que nos desdobrar para prestar serviço à população, arriscando nossas vidas e das nossas famílias no meio da pandemia, com colegas mortos e mais de 300 afastados por contaminação, enquanto a "solução" para a empresa é convocar de volta ao trabalho presencial os idosos, quando o metrô mais está enchendo e parar de fornecer máscaras de uso profissional

Não abrir mão de nenhum direito!

O Sindicato divulgou propostas que levou para a negociação com a empresa no dia 10/7, com uma lista de cláusulas que a empresa quer atacar, e que o Sindicato propôs que sejam mantidas, deixando de fora grande parte dos direitos que a empresa anunciou cortar (todos que tem impacto econômico). Assim, apontou para a empresa direitos que supostamente se daria prioridade nas negociações a garantir, e por outro lado direitos que ficariam em segundo plano na negociação. Essa linha de negociação não foi debatida sequer na diretoria, muito menos com a categoria, e nós da Chapa 4 - Nossa Classe tomamos conhecimento dela diretamente na negociação, através de um ofício assinado pelos coordenadores das outras três chapas do sindicato.

Só fazer propostas aprovadas em assembleia e construir a auto-organização pela base

Por isso, nós da chapa 4 - Nossa Classe defendemos na reunião de diretoria que ocorreu em seguida, que apenas propostas aprovadas pela categoria fossem levadas à mesa de negociação com a empresa. Essas decisões sobre as negociações e a nossa luta devem ser tomadas pelas assembleias, que devem ser mais democráticas, garantindo que todos possam apresentar e defender propostas. E é fundamental partir do debate na base, com reuniões setoriais, e que elas possam eleger representantes para um comitê que, junto ao sindicato, construa a mobilização e prepare as assembleias

Nossa contraproposta: corte dos supersalários e subsídio estatal para manter todos os direitos

O que foi aprovado pela assembleia da categoria é "Nenhum direito a menos", e devolução do que o Metrô cortou no pagamento de 30/6. Achamos que essa deve seguir sendo nossa luta, e viemos apresentando uma proposta para aprovarmos como categoria para a próxima negociação: que nossa "contraproposta" seja não só o fim dos cargos sem concurso (ad nutuns) e das gratificações por função, mas também o corte de todos os supersalários acima do teto do governador, e que o governo do estado - que repassa centenas de milhões de reais de subsídio aos empresários das Linhas privadas 4 e 5, e nem um centavo ao Metrô público - garanta subsídio público ao metrô estatal para garantir um transporte seguro e de qualidade com a manutenção de TODOS os direitos e condições de trabalho previstos em nosso Acordo Coletivo.

Votar hoje pela greve no dia 21/7 e impulsionar a mobilização na base

Reafirmamos que a greve e a unidade da categoria é o único jeito de preservar nossos direitos. Foi organizado um abaixo-assinado, que nós da Chapa 4 apoiamos, aderimos e difundimos, com a assinatura de centenas de trabalhadores da base defendendo que nossa luta seja pela manutenção de todos os direitos, e que para isso marquemos a greve para o dia 21/7, chamando a diretoria do sindicato a defender essas posições. Nós concordamos com essas posições e viemos batalhando por elas na diretoria e nas assembleias. Na última diretoria as Chapas 1 e 3 votaram contra a proposta de ter indicativo de greve no dia 21, então chamamos os companheiros a reverem essas posições, pois já está claro que sem isso não vamos dobrar a intransigência de Doria e da empresa, e vamos perder nossos direitos.
 
A linha defendida pela CTB/CUT (Chapa 1) só pode levar a perder direitos

Infelizmente a política da Chapa 1 continua sendo a de dizer a categoria que não é hora de lutar. Alimentando ilusões em negociações que são meras formalidades para desgastar os Metroviários, enquanto os ataques já foram implementados em nossa folha de pagamento. A chapa 1 composta majoritariamente pelo PCdoB, segue a linha nacional desse partido de entregar direitos. Assim fizeram com a MP 936, de relatoria do deputado Orlando Silva, onde frente a uma medida provisória que ataca milhões de trabalhadores brasileiros reduzindo salários e direitos, os sindicalistas do PCdoB defendiam a aprovação rápida dessa MP em troca de uma emenda que supostamente garantiria os acordos coletivos até dezembro. Claro que essa emenda foi vetada por Bolsonaro, enquanto a Chapa 1 chamou a categoria a confiar na caneta de Bolsonaro e ficar esperando ela e não saiu em greve dia 01 junto aos entregadores de Apps, nem no dia 8. Chamamos todos os trabalhadores a aprofundar a mobilização na base, e confiar somente na força da nossa luta, e chamar toda a diretoria do sindicato a organizar a luta para defender todos os nossos diretos.

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