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ABSURDO
Reitoria da USP nega teste aos trabalhadores terceirizados, em política racista
Redação

Em mais uma demonstração do absurdo racismo e elitismo da Universidade de São Paulo, o superintendente do Hospital Universitário da USP afirma em reunião do Conselho Deliberativo que não se responsabilizará pela testagem aos trabalhadores terceirizados, na mesma semana em que faleceu uma trabalhadora terceirizada do hospital. Ao mesmo tempo que não se preocupa em exigir das empresas que o façam. Afinal somente agora, 3 meses depois do início da pandemia irá oferecer testes para os trabalhadores efetivos. Também não terá testes para os estudantes residentes que foram convocados a trabalhar.

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A reitoria se nega a garantir direitos iguais para estudantes e trabalhadores que estão garantindo parte essencial do funcionamento do hospital como a limpeza.

A mesma superintendência que se negava a fornecer EPIs para os funcionários do hospital, liberar os que são grupo de risco e contratar mais funcionários para poder lutar com mais armas contra o vírus, agora se diz não responsável pelos trabalhadores terceirizados, que são em sua maioria negros, o que na prática significa colocar que suas vidas valem menos, já que para além de terem de trabalhar com os menores salários e piores condições de trabalho, não tem sequer o direito a serem testados e são obrigados a irem trabalhar todos os dias sem saber se quando chegarem em casa irão contaminar a si e a seus familiares.

Essas discriminação racial e social é parte do ataque da reitoria da universidade que determinou um corte de 25% dos contratos com as empresas terceirizadas, o que já está resultando em dezenas de trabalhadores terceirizados demitidos ou com corte de salário, o que vai se agravar cada vez mais.

Como o Esquerda Diário já retratou, o Hospital Universitário da USP desde o início da pandemia expressou um importante foco de luta em defesa de melhores condições de vida e trabalho para poder salvar vidas. Os trabalhadores do Hospital organizaram uma série de mobilizações que contaram com a presença de sindicatos, entidades estudantis e parlamentares para prestar apoio a importante luta por EPIs, contratação de funcionários e a liberação dos que são grupo de risco.

Tais mobilizações se somaram a dezenas de outras pelo país que também se manifestavam contra a política negacionista absurda do governo Bolsonaro, no país em que mais morreram profissionais da saúde no mundo. No Estado de São Paulo, apesar de sua política favorável ao isolamento no início, Doria também foi parte de, assim como o governo federal, valorizar mais o lucro das grandes empresas e bancos do que as vidas da população e agora com a reabertura do comércio igualmente não garante nenhuma segurança efetiva daqueles que são obrigados a voltar a trabalhar em meio a pandemia, para além de terem sido responsáveis pela precarização da saúde pública por anos, o que hoje se expressa na imensa insuficiência de leitos e respiradores e na morte de dezenas de milhares de pessoas, em sua maioria trabalhadores e negros.

No último Conselho Universitário a reitoria propôs e foi unanime o acordo entre os professores membros a necessidade de se somar ao movimento “Vidas Negras Importam” no combate ao racismo. Contudo, são apenas palavras que em nada alteram a vida da maior parte dos negros na USP, que estão nos postos de trabalho terceirizados. Ao contrário, a reitoria segue atacando os negros estudantes e trabalhadores. A luta contra o racismo deve confrontar diretamente essa desigualdade efetivando os trabalhadores terceirizados, sem necessidade de concurso pois comprovam todos os dias que estão aptos a realizar seu trabalho. Deve confrontar o elitismo e o racismo que deixa a juventude negra fora das Universidades através da luta pela ampliação das cotas raciais e pelo fim do vestibular. E também sendo parte do enorme movimento que se desenvolve nos EUA contra a polícia, na USP exigimos o fim do convênio com a Polícia Militar.

 
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