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USP
Conselho de farmácia autua USP por suposta droga anticâncer
Vitória Camargo

O conselho autuou, na última quarta-feira (28), a USP pela produção e distribuição da substância, que supostamente tem efeitos contra o câncer, sem a presença de um profissional farmacêutico.

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Segundo o conselho, a USP tem cinco dias para se adequar às normas, que incluem a contratação de um responsável técnico e mudanças nas instalações, ou recorrer da liminar. Caso a universidade não cumpra a exigência, será lavrada multa.

A sanção seria uma porcentagem do lucro obtido com a distribuição da substância. No entanto, como não houve comércio da fosfoetanolamina, a multa será simbólica.

Recentemente, publicamos no Esquerda Diário o Comunicado do Gabinete da Reitoria da Universidade de São Paulo expressando seu posicionamento contrário diante da obrigatoriedade, a partir de liminares judiciais, de produzir no Instituto de Química de São Carlos (IQSC) a substância fosfoetanolamina sintética, que possui indicação terapêutica para tratamento de câncer.

Estudado há 20 anos pelo professor aposentado Gilberto Orivaldo Chierice, o caso da fosfoetanolamina revela a serviço de quem está o conhecimento de nossas universidades e como a qualidade de vida da população, até quando se trata de uma doença devastadora como o câncer, é cerceada pela sede de lucro das empresas.

Após visita de fiscais ao laboratório em que o medicamento está sendo produzido, o presidente do CRF-SP comparou o local de trabalho a uma cozinha, apontando a falta de estrutura, de controle de qualidade e de segurança para a fabricação da substância.

O fato, entretanto, é que essa multa seria sobre o lucro obtido com o comércio da substância, sendo que, na verdade, esta não foi comercializada - é distribuída gratuitamente às pessoas que procuram o laboratório. Isso significa que se trata de uma multa simbólica e expressa a conivência do conselho frente à indisposição da reitoria da USP em fornecer o possível medicamento.

No Comunicado, a reitoria afirmou que os mandados judiciais seriam cumpridos, dentro da capacidade da Universidade. Aparentemente, existem profissionais que, segundo ela, "estão se beneficiando do desespero e da fragilidade das famílias e dos pacientes".

Resta, então, questionar: a USP não possui capacidade para garantir a estrutura adequada em seu laboratório, ou não está comprometida com a possibilidade de descoberta e desenvolvimento de um medicamento que trate o câncer? Quando a estrutura da universidade será de fato "fragilizada" pelas angústias reais da população e estará a serviço de solucioná-las, no lugar de se voltar aos interesses das grandes indústrias, que lucram com a doença e de fato se beneficiam do desespero de famílias?

Está claro que somente a universidade, sendo gerida e administrada pela população, estudantes, funcionários e professores, independentemente de qualquer intervenção estatal por órgãos que devem ser eliminados como a Reitoria e o Conselho Universitário (burocratas acadêmicos que recebem supersalários com dinheiro público para atender as empresas) é que o desenvolvimento científico atenderá as necessidades dos trabalhadores e da população pobre.

 
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