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RACISMO CAPITALISTA
O mundo está em chamas porque o capitalismo é racista
Sara Fernandes
Jade Penalva

No Brasil, a polícia é tão racista quanto nos EUA. O mesmo racismo que matou João Pedro, assassinado dentro de sua casa, pela polícia racista de Witzel, Miguel morto pelo descaso atroz que é cara da elite brasileira, enquanto sua mãe tinha que passear com os cachorros da patroa, patroa que largou o menino de 5 anos sozinho no elevador por se incomodar com seu choro em busca da mãe.

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No Brasil, a polícia é tão racista quanto nos EUA. O mesmo racismo que matou João Pedro, assassinado dentro de sua casa, pela polícia racista de Witzel, Miguel morto pelo descaso atroz que é cara da elite brasileira, enquanto sua mãe tinha que passear com os cachorros da patroa, patroa que largou o menino de 5 anos sozinho no elevador por se incomodar com seu choro em busca da mãe. Assim como George Floyd sufocado até a morte com o joelho de um policial em seu pescoço enquanto seus últimos suspiros eram para desesperadamente dizer que não conseguia respirar. E muitas outras vidas e sonhos interrompidos de negros e negras por toda a parte do mundo, mortos pela covid ou pelo racismo ou pela fome.

Respaldados nos governos genocidas e racistas, escancara-se os que perdem o medo em destilar seu ódio contra a população negra, como foi o caso de um homem nos EUA que usou o black-face para incentivar o ódio contra os manifestantes que protestavam a violência policial, sendo escoltado por um policial confirmando a atitude da polícia frente à extrema violência contra os manifestantes negros. Vimos essa mesma reação dos policiais brasileiros ao escoltar uma mulher no protesto que estava utilizando uma arma branca contra os manifestantes e propagando o discurso racista.

A herança escravista, berço do racismo, é um dos pilares estruturantes do sistema capitalista, com diversas homenagens aos mais asquerosos escravocratas. Com as manifestações pelas vidas negras se espalhando pelo mundo, manifestantes vem atacando esses símbolos da herança racista e escravista do capitalismo. Como disse CLR James "o único lugar onde os negros não se rebelaram é nos livros de historiadores capitalistas". E hoje, vários países são palco de revoltas, como nas ruas de Paris, Madrid, Copenhague, como nos EUA que já são mais de 1 milhão rasgando em chamas e fazendo ecoar o grito por justiça, questionando esse sistema, colocando o socialismo como saída, ou como na imensa manifestação na Inglaterra, que rolou rio abaixo a estátua de Edward Colston, um dos maiores traficantes de escravos na Inglaterra, derrubada pela multidão enfurecida que tomou as ruas de Bristol.

Assista ao vídeo de Leticia Parks: Porque eu vou nos atos de domingo?

Grande parte dos negros no Brasil vive em condições precárias, sem saneamento básico, com uma alimentação deficitária, em casas pequenas, muitas vezes de apenas um cômodo, em bairros periféricos, pegando conduções lotadas para chegar ao seu trabalho, e na grande maioria que se não está desempregada, é reservada a ela os postos de empregos mais precários, com os menores salários, com as maiores exposições de sua vida frente ao vírus. Por isso, tratar a quarentena como opção individual é ignorar o fato de 13 milhões de pessoas que vivem em favelas sem estrutura alguma, ou 12 milhões de desempregados que são empurrados para a rua pela fome, e também pelos 40 milhões que ocupam trabalhos informais super precarizados sem direito a poder parar.

Assim, hoje, quando centenas de milhares de pessoas tomam as ruas em diversos países do mundo para gritar que as vidas negras importam, temos que dizer um basta à violência racista e assassina da polícia, mas também gritar alto que nossa demanda é por condições dignas de vida, para que se tenha recursos para enfrentar a pandemia e acabar com as milhares de mortes de negros por COVID-19, que não são um “acaso” promovido pelo contágio de um vírus, mas sim o fruto da herança da escravidão, do racismo inerente ao capitalismo. Além disso, queremos a volta dos dados de número de mortes por Covid-19 em nosso país, que foi retirado pelo governo, e também a exigência de testes massivos para todos, para que se saiba exatamente quem são os contaminados, onde eles vivem e trabalham, e que recebam todo o tratamento adequado.

A classe trabalhadora é a única que pode pôr esse sistema de miséria racista abaixo, batalhando e construindo um mundo outro, que seja pleno de sentido, onde nossas crianças, nossa juventude negra e trabalhadores não morrerão pelas balas da polícia, pela fome ou por um vírus. Avante!

 
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