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LUTA ANTIFACISTA E ANTIRRACISTA
EUA apontam o caminho: é nas ruas a luta contra o racismo e descaso capitalista na pandemia
Redação

As massivas manifestações antirracistas nos EUA mostraram uma poderosa reação e uma energia explosiva diante do racismo estrutural naquele país, aprofundado pela crise econômica e pela pandemia do coronavírus. Estes atos apontam o caminho da luta nas ruas como a única saída que pode verdadeiramente enfrentar a morte dos milhares de trabalhadores, negros e negras que morrem não apenas pela pandemia, mas também nas mãos da polícia, impactando internacionalmente e trazendo novos ares da luta de classes também para o Brasil.

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Foto: AP Photo/Evan Vucci

O brutal assassinato de George Floyd, sufocado por um policial branco que por mais de oito minutos manteve seu joelho sobre o pescoço impedindo que este homem negro pudesse respirar, foi a fagulha que incendiou os EUA nas ultimas semanas resultando em protestos massivos que se enfrentam com Trump, a extrema-direita racista e a violência policial contra os negros e negras. Estes protestos são fruto também do aprofundamento da crise econômica e da pandemia que atinge principalmente os negros, nas massivas marchas podemos notar a grande presença de jovens que protagonizaram greves anteriores contra o trabalho precário nos aplicativos de entrega como Ifood e grandes empresas como a Amazon.

Este enorme processo de mobilizações, no coração do capitalismo, trouxe novos ares para a luta de classes internacionalmente, vimos manifestações se espalharem pelo globo em repúdio ao assassinato de Floyd, hoje dezenas de milhares estão saindo às ruas em Londres contra o racismo e também em Berlim, houve protestos também em Toronto, Sidney e na França milhares de pessoas saíram às ruas em Paris exigindo justiça por Adama Traoré, jovem que morreu sob custódia da policia francesa em 2016.

E também impactou o Brasil, maior país negro fora do continente africano, somando-se ao enorme repúdio expresso nos brutais casos de violência policial que assassinaram João Pedro no Rio de Janeiro e Juan em São Paulo, que estavam em casa quando foram mortos pelas polícias racistas de Witzel e Doria.

As manifestações nos EUA romperam com o “normal” colocado pela pandemia onde muitos diziam e continuam argumentando que não seria possível sair às ruas, pois isto representaria um risco à saúde da população. Nos EUA eles perceberam que para proteger suas próprias vidas a melhor forma pra isso era justamente indo as ruas, era lutando nas ruas contra o estado racista e capitalista, contra a polícia assassina, por justiça por Floyd. A verdade é tanto nos EUA como no Brasil, mesmo antes das mobilizações de rua, os trabalhadores, e principalmente os trabalhadores negros e negras são os mais atingidos pela pandemia justamente por ocuparem os postos de trabalho mais precários, por não contar com a possibilidade de isolamento social, por estarem em condições sociais que impedem a proteção contra o vírus como uma alimentação deficiente e a falta de acesso a saúde.

O debate que está sendo colocado nas redes sociais por setores do movimento negro sobre deixar de ir aos atos aqui no Brasil para proteção a vida encontra seus limites na realidade: vemos que a vida dos 31,3 milhões de brasileiros que sequer tem acesso a água encanada e os 11,6 milhões de brasileiros morando em casas “superlotadas” não se enquadram neste cenário de isolamento social, os milhões de brasileiros que permanecem trabalhando nos aplicativos de entrega, as empregadas domésticas que como Mirtes, mãe de Miguel de 5 anos que teve uma morte trágica, foi obrigada a continuar trabalhando e expôs seu filho ao descaso de uma patroa por não ter garantias de onde deixá-lo frente ao fechamento das escolas e o descaso do estado, são exemplos deste “isolamento”.

Por isso, assim como bem colocou Letícia Parks, temos que nos inspirar nas mobilizações dos EUA e ir sim aos atos antirracistas e antifascistas neste domingo, pois nos mobilizar e ir para as ruas, claro tomando as medidas de segurança necessárias como a utilização de máscaras e o que for necessário, é a única forma de garantir uma saída independente que possa enfrentar este racismo estrutural, mas também garantir uma resposta para demandas imediatas como à falta de saúde, segurança no trabalho e renda e ameaça de desemprego. Por isso atuaremos com força nas manifestações antifascistas e antirracistas levantando a bandeira de Vida Negras Importam: basta de morrer pelas balas policiais, pela COVID-19 e pelo lucro capitalista, mas também para fortalecer uma estratégia da classe trabalhadora para derrotar Bolsonaro, Mourão e os militares.

 
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