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PRECARIZAÇÃO
Entrevista com prof. Sheila, demitida sem direitos após 24 anos de contrato no RS
Diego Nunes

O comitê do esquerda diário sul tomou conhecimento do absurdo caso de demissão da professora de Biologia, Sheila, que após 24 anos em um chamado “contrato emergencial” no estado do RS foi desligada sem direito algum e por telefone, em meio à pandemia. Procuramos a professora para uma entrevista ao portal Esquerda Diário.

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ED - Antes de tudo queremos dizer que nos solidarizamos muito com o seu caso e levaremos à frente essa denúncia para que todos saibam o que significam esses contratos precários de professores e funcionários no estado do RS. Como foi o seu desligamento após 24 anos de serviço? Qual a razão apresentada já que é de conhecimento público que faltam professores na rede?

Sheila - O meu desligamento foi pela redução de carga horária! De 40hs para 15hs! Tive muitas faltas não justificadas pela falta de dinheiro! Acredito que isso pesou no meu desligamento! Eles viram que os contratos fechados, se tornam uma economia nos cofres! Este tipo de contrato não inclui 13 e férias!

ED - Atualmente mais de 30% dos professores e funcionários de escola no RS estão submetidos a contratos precários. Na sua visão, qual a razão do Estado não abrir vagas em concursos para todos? E além disso não nomear todos os que passam em concurso?

Sheila - É para economizar com nosso trabalho em primeiro lugar. O governo não se responsabiliza em garantir direitos mas quer os mesmos deveres dos nomeados. Os contratados muitos já estão há anos nesse regime e exercem o mesmo serviço que os efetivos. Outra questão é que isso ajuda a manter uma divisão na categoria que faz greves bem fortes, eles nos dividem para poder nos enfraquecer por isso não garantem vagas nos concursos para todos e não nomeiam muitos dos que passam. Para a direção do CPERS inclusive também é vantajoso, pois não levam nossas lutas até o fim, muitas lutas nossas são usadas para campanhas eleitorais.

ED - Qual a posição do sindicato frente a essa situação?

Sheila - Olha não entrei em contato com o sindicato! Já sei a posição, iriam me deixar na mão! Eles não têm interesse em resolver nossa situação!

ED - Agradecemos por nos conceder essa entrevista e nos colocamos a disposição para fazer o que tiver ao nosso alcance, por meio do comitê do esquerda diário sul, para batalhar pela sua readmissão buscando solidariedade de outras categorias e buscando nacionalizar essa campanha porque essa é a situação de muitos brasileiros.

É um verdadeiro absurdo que um trabalhador exerça uma função durante 24 anos e possa ser simplesmente desligado da noite para o dia de uma forma humilhante por telefone como foi o caso da professora Sheila. Sem nenhum tipo de direito adquirido durante tantos anos de trabalho. É isso aliás que o governo federal quer votar com a chamada reforma administrativa, que todos os servidores sejam terceirizados e percam a estabilidade. Pensando inclusive processos seletivos para contratos precários e estágios probatórios de até 10 anos. Por isso do lado de cá precisamos nos auto organizar contra esse absurdo, sem esperar pelos dirigentes sindicais e centrais sindicais que estão numa verdadeira paralisia diante dos ataques. Os sindicatos precisam ser retomados para as mãos dos trabalhadores, para que sirvam aos interesses dos trabalhadores e não de uma burocracia que tudo decide à revelia da base.

Precisamos exigir a efetivação imediata de todos os educadores contratados em exercício. Bem como a nomeação imediata de todos os que passaram em concurso público e ainda não foram chamados. Faltam professores e funcionários na rede pública, não será por falta de vagas que alguém ficará de fora. Que após efetivar todos os que já exercem suas funções há anos nos regimes de contrato precário, se abram novos concursos para suprir toda a falta de professores. É possível impor, por meio de uma luta organizada dos trabalhadores, que ninguém mais entre no serviço público de forma precária. Se o governo não realiza concurso para todas as vagas, todo ano automaticamente todos os servidores devem ser nomeados e efetivados ao plano de carreira de servidor público do Estado. Uma vitória nesse sentido pode significar um grande giro na correlação de forças para o lado dos trabalhadores contra os ataques de Bolsonaro e Guedes.

O comitê do Esquerda Diário sul está levantando uma campanha pela readmissão da professora Sheila e pela efetivação dos professores contratados. Some-se a essa campanha publicando na sua rede social nossos cartazes. Estamos fazendo também uma campanha de fotos com trabalhadores da educação e outros setores segurando cartazes com as frases: “Pela readmissão imediata da professora Sheila; Pela efetivação de todos os contratados”. Procure o comitê do Esquerda Diário sul e venha se organizar conosco e pensar o papel que podemos cumprir nessa crise. Contate pelo email [email protected] com o título ‘campanha prof Sheila RS’.

 
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