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VIDAS NEGRAS IMPORTAM
Nos EUA e no Brasil segue o genocídio racista da polícia e do Estado mesmo em tempos de pandemia
Yuri Capadócia

A notícia do brutal assassinato de George Floyd, asfixiado até a morte por um policial, desembarcou aqui em meio aos atos virtuais contra a morte de João Pedro, expondo como aqui no Brasil do racista Bolsonaro e nos EUA do supremacista Trump prosseguem o genocídio do Estado contra os negros mesmo em tempos de pandemia.

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“I can’t breathe!” ( “não consigo respirar!”). Essas foram as palavras finais de George Floyd enquanto o policial supremacista Derek Chauvin se ajoelhava sob o pescoço do homem negro que implorava pela vida. Ao assistir o vídeo o nó na garganta, a sensação de asfixia, parece ser transmitida de George para nós.

A sensação de asfixia só não é maior do que a revolta posterior que o vídeo causa. Um grito desata o nó preso na garganta, #BlackLivesMatter (Vidas Negras Importam!) e Justiça por George Floyd! Gritos ecoados pelas milhares de pessoas que saíram às ruas de Minneapolis para protestar contra mais uma brutal morte pelas mão da polícia.

“Não consigo respirar!”, são palavras que ecoam as mortes de Eric Garner nos EUA, também estrangulado pelas mãos da polícia, e de Pedro Gonzaga aqui no Brasil, asfixiado por um segurança da rede de supermercados Extra no ano passado. A notícia da morte de George Floyd desembarcou aqui em meio aos atos virtuais contra a morte de João Pedro, expondo como aqui no Brasil do racista Bolsonaro e nos EUA do supremacista Trump prosseguem o genocídio do Estado contra os negros mesmo em tempos de pandemia. Apenas na última semana no Brasil tivemos as mortes de João Pedro (14 anos), João Vitor (18 anos), Rodrigo (19 anos) - todos no Rio de Janeiro da polícia sanguinária de Witzel - e Juan Oliveira (16 anos) - no ABC paulista pela polícia de Doria.

O desprezo pelas vidas negras se evidencia no policial que não hesitou minimamente em prosseguir com o estrangulamento de George mesmo em meio às súplicas do homem complementamente imobilizado e inofensivo. Um assassinato a sangue frio, que até o momento, significou apenas na demissão de Derek Chauvin - o policial supremacista que possui fotos com um boné escrito “Make Whites Great Again” (“Faça os brancos grandes de novo”)] - e outros 3 policiais envolvidos. Impossível deixar de conectar esse desprezo e ódio ao choque à direita nas relações raciais que levaram à ascensão ao poder de dois racistas, e por embaixo empoderaram o discurso mais abertamente racista possível.

Em tempos de pandemia a morte por estrangulamento é simbólica. À asfixia causada pela COVID-19, que vem matando principalmente negros nos EUA e no Brasil, se soma a continuidade da sufocante violência policial. Os negros e negras se veem encurralados pela nova letalidade do vírus e pela sempre presente letalidade da polícia, ambas fruto do racismo estrutural presentes nos dois países herdeiros da escravidão. A brutalidade dessa morte ressalta a vulnerabilidade e o desprezo pelas vidas negras, são os negros e negras os mais expostos ao vírus em razão das piores condições de assistência médica, das piores condições de trabalho, das piores condições de vida em suma, a que estão expostos nos EUA e no Brasil.

Entretanto, constatar esse avanço da letalidade que encurrala os negros e negras, não significa dizer que não haverá resposta. O que a repercussão do trágico assassinato de George Floyd mostra é que, mesmo numa situação de crise sanitária, as massas negras responderão a violência racista saindo às ruas para cobrar justiça. O levante dos negros e negras em Minneapolis assinala que as populações oprimidas se levantarão para pôr abaixo o sufocante racismo estrutural que os arrasta à morte seja pela letalidade do vírus, potencializada pela degradadas condições de vida, seja pela letalidade das forças policiais, ambas responsabilidades diretas do Estado racista.

 
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