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IDEIAS NAS UNIVERSIDADES #1
As universidades privadas e sua sede de lucro mesmo com números recordes de mortes
Ana Carolina Toussaint
Calvin de Oliveira
Estudante de Geografia da UFF - Niterói

A situação para os estudante de universidades privadas tem sido dramática, mas o grandes monopólios de educação seguem com uma modalidade extremamente precária de ensino à distancia visando apenas seus lucros.

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Bolsonaro no seu primeiro ano de governo avançou com a reforma da previdência reservando para os trabalhadores um futuro de miséria e exploração sem direito a aposentadoria, tentou avançar com o projeto future-se que é a privatização do ensino público superior e a extinção da ciência e pesquisa no Brasil.

Esse governo de extrema direita do presidente Jair Bolsonaro é contra os trabalhadores e juventude. A crise do coronavírus abriu profundas incertezas na juventude e na classe trabalhadora de conjunto, o isolamento social imposto pelos governadores é irracional quando não precede dos testes massivos para todos. Muitos trabalhadores da saúde e de serviços essenciais estão trabalhando sem EPIs, um verdadeiro descaso com a vida dos trabalhadores.

Focando no sistema universitário, Bolsonaro e seus ministros demonstram seu plano de país, não há porque ter ensino superior de qualidade - nem mesmo privado - se seu projeto é fazer do Brasil uma grande fazenda do imperialismo, com condições de trabalho mais que precárias. Ou seja, as universidades particulares que se viram muito beneficiadas (e com maiores índices de Educação à Distância) com programas lulistas da educação como FIES e Prouni, cada uma em seu grau, mas em especial a antiga Kroton, agora Cogna Educação, que se tornou o maior monopólio do mundo na área do ensino superior privado.

O foco em específico, a Cogna, pode se encontrar com interesses distintos de Bolsonaro em longo prazo para a educação mas por agora se alinha à Weintraub. A antiga Kroton foi uma das empresas que mais lucrou com os programas educacionais petistas e assim a que tinha a maior participação. Hoje, o que seria uma parte importante de suas receitas, vem sofrendo cortes e previsões de mais cortes importantes.

Para isso é importante dimensionar, o auge do FIES - um programa de endividamento estudantil, por exemplo teve 700 mil vagas ofertadas em 2016, com a Kroton tomando aí, em torno de 17% à 12% dessas vagas, com o avanço da crise econômica, golpe institucional, Temer e Bolsonaro, o número de vagas ofertadas pelo programa previsto para 2020 é de 50 mil vagas. É um número muito menor que as vagas só da Kroton em 2016. Ainda que esses números assustam, principalmente os acionistas, que viram os lucros caírem no último trimestre de 2019, esses ainda estão na casa das centenas de milhões.

Mesmo não tendo lucros recordes, como tinham as empresas privadas de educação, durante os governos do PT, as bases lucrativas desse modelo se mantém e são extrapoladas com a pandemia. Ainda que isso não seja demonstrado na bolsa já que a ficção acionária, principalmente brasileira, tem corrido à uma suposta estabilidade norte-americana. O EaD em grande medida, junto à condições de ensino e trabalho precárias dentro dessas instituições, são o que mantém as bases milionárias da educação privada. A situação para os estudante de universidades privadas tem sido dramática.

Muitos estudantes foram demitidos de seus empregos nessa crise e muitos desses, do ensino privado superior dependem do seu salário para pagar a faculdade, em muito dos casos, só trabalham para pagar a mensalidade altíssima que é cobrada. Devido a prorrogação do isolamento social, as universidades públicas quanto privadas, estão com seus portões fechados, porém as faculdades privadas seguem com seus interesses apenas nos lucros, segundo depoimentos de alunos da rede privada, as mensalidades não abaixaram mesmo com o aumento de contaminação, desemprego e fome.

Essas universidades, ao invés de atenderem as necessidades sociais agravantes no momento, produzindo máscaras, álcool em gel e aparelhos de respiração, os grandes monopólios privados da educação escancaram sua sede de lucro avançando com o ensino a distância. Essa medida já vinha sendo imposta por Bolsonaro pra rebaixar os salários dos professores e aprendizagem dos alunos.

O ensino a distância é um modelo que aprofunda ainda mais a desigualdade no país, porque muitos jovens não têm acesso a internet e nessa crise do coronavírus, muitos perderam seus empregos, muitos destes, jovens trabalhadores neste momento estão preocupados não só com o COVID-19, o medo do aumento do número de mortes caminha lado a lado com o medo da fome. É se dar ao luxo nesse momento conseguir pagar a internet, fora que muitos estudantes não têm computador em suas casas,tendo acesso à internet pelo celular. As universidades privadas, quando adotam essas medidas, não se preocupam com a realidade dos seus alunos, em sua maioria pobres e negros, que fazem parte também do ensino superior privado, contrário a isso elas se preocupam só como arrancar ainda mais dinheiro em plena incerteza de nossas próprias vidas.

Nós da Faísca, juventude anticapitalista e revolucionária nesse momento de crise social, econômica e sanitária fazemos um grande chamado para os estudantes do ensino superior privado para lutarmos pelo fim das mensalidades cobradas, contra as demissões e cortes de salários. Que os grandes monopólios privados parem de cobrar as mensalidades integral dos alunos, que a educação a distância seja abolida nesse momento porque o cenário não é de normalidade. Muitos estudantes e profissionais da educação perderam seus familiares e seguem com a incertezas de suas próprias vidas, devido ao sucateamento de anos no SUS, os postos públicos de saúde no país entraram em colapso. Nesse momento mais do que antes é importante defender uma universidade que esteja a serviço a luta dos trabalhadores, não vamos pagar com nossas vidas uma crise que não é nossa!

O Esquerda Diário se coloca à disposição para receber relatos e depoimentos dos alunos do ensino privado superior que nesse momento estão contra Bolsonaro e seus ataques e contra as mensalidades e demissões nas universidades privadas.

 
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