Depois de uma temporada de apresentações no Parque da Luz, o Coletivo de Galochas levou sua mais recente peça para apresentações em ocupações, em espaços de luta e resistência dentro de São Paulo. Nesse fim de semana, chegarão à Leila Khaled.

A “Revolução das Galochas” é uma peça que mostra bem a que veio o Coletivo: formado inicialmente por um grupo formado na Faculdade de Artes Cênicas da USP, desde o início seu propósito foi o de questionar os espaços que ocupamos, qual a ordem e a lei que os rege. Começaram seu trabalho com apresentações na Praça do Relógio, no seio da universidade mais elitista do país; mas os muros da USP não foram capazes de abrigar todo o ímpeto do grupo, que tomou a decisão de levar seu teatro para fora, começando pela ocupação da Prestes Maia com seu segundo trabalho, “Piratas de Galocha”.

Agora, com alguma bagagem nas costas, o grupo está, como sempre, de mãos dadas com os movimentos sociais, as lutas dos trabalhadores, a resistência que prolifera na metrópole paulistana. A Revolução das Galochas é uma peça forte, em que os “comuns” se unem para lutar contra o “esquema” que os submete ao individualismo, a trabalhos precários, a uma vida de miséria, ao consumismo extremo, à medicalização da vida, a destruição de qualquer possibilidade de uma existência livre e plena. É uma peça de luta, que não se envergonha disso, enfrentando abertamente a posição conservadora da universidade de onde vem a maioria dos membros do coletivo, e não teme rótulos que tentam diminuir a arte que se coloca em luta, como o de “panfletário”. Os galochas estão na luta, e sua arte também. Quem quiser conhece-los, esse sábado é uma oportunidade.
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Veja intervenção do Coletivo de Galochas no Metrô.