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Nepotismo: governador do DF nomeia esposa para cargo de chefia na Secretaria de Desenvolvimento
Redação

Ibaneis Rocha, governador do DF, novamente reforça sua tendência ao favorecimento familiar e emprega a esposa na direção da SEDES-DF. Devido a uma brecha na lei criada por ele mesmo, a nomeação de cônjuges e parentes em cargos do governo não é considerado nepotismo quando praticado por governadores.

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O governador do Distrito Federal decidiu que a própria esposa é a pessoa mais qualificada para comandar a Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDES-DF) durante o pico do COVID-19. Na terça-feira (07/04), Ibaneis Rocha (MDB) baixou decreto, substituindo o empresário José Humberto Pires pela primeira-dama Mayara Noronha.
Formada em direito, Mayara é sócia de um escritório de advocacia. Sua única experiência conhecida na área de assistência social é a recente promoção de uma campanha com financiamento empresarial e apoio de influenciadores digitais para ajudar idosos em risco pelo surto do coronavírus. Segundo ela, a prioridade da instituição será a salvação dos idosos e “erradicação da fome”, o que soa hipócrita considerando um governo que toma medidas que atacam diretamente os idosos e condenam parte da população à miséria (como o plano de reforma da previdência distrital, por exemplo).
A esposa do governador se apodera da secretaria de desenvolvimento social quase um ano depois de Ibaneis baixar decreto em benefício próprio que legaliza o nepotismo para agentes políticos, alegando as ressalvas que ele mesmo dispõe; “desde que atuem em órgãos ou entidades distintas e sem subordinação”. Mayara também declara que, assim como o marido governador, doará o salário para instituições de caridade – como se fizesse alguma diferença para o casal milionário que mora na mansão mais cara do DF. Mesmo com a curta ressalva, fica explícito o favorecimento próprio e a concentração de poder que mantém Ibaneis sobre a população num momento tão crítico. Antes de Mayara, vários familiares e amigos pessoais já foram favorecidos com cargos no governo, tanto que o decreto de exceção editado em junho de 2019 chega para legitimar a conduta de Ibaneis.
Brasília em tempos de quarentena está sendo fantasiada por supostos bons resultados para fazer a realidade se encaixar nos números estatísticos que prestigiam o governo, além de se aproveitar da comparação com o presidente Bolsonaro que apresenta um plano ainda mais inconsequente. Toda a alegoria que pretende romantizar o momento presente no Distrito Federal é mentirosa. O GDF está subnotificando a proporção de coronavírus na capital oferecendo um número mínimo de testes e deixando que uma quantidade cada vez maior de pessoas mortas tenha um certificado de óbito camuflado por pneumonia ou insuficiência respiratória. O oferecimento de testagem e acompanhamento médico digno continua obedecendo a implacável segregação espacial que desde sempre rege o fluxo de pessoas no distrito.

O potencial da qualidade do trabalho que se poderia fazer com os recursos da Secretaria de Desenvolvimento Social só pode ser atingido se for plenamente administrado pela autonomia da vontade do conjunto dos que lá trabalham. O controle operário deve escalar a força material e humana que dispõe a SEDES-DF num momento decisivo como agora em que vidas e recursos estão sendo sacrificados em benefício das necessidades de um governador elitista. Em meio a crise sanitária elevada pela pandemia, a direção da primeira-dama é absolutamente dispensável do ponto de vista social e cumpre um papel meramente propagandista do governo. A SEDES-DF sofre de uma carência material e profissional denunciada pelo sindicato da categoria, fato já publicado pelo Esquerda Diário. Nesse artigo, a nossa mídia reforça a necessidade da auto-organização dos trabalhadores da SEDES-DF e do sindicato para exigirem aquilo que de fato precisam; testes para saberem se estão infectados ou não, os devidos equipamentos de proteção individual e autonomia para intervirem nos locais de maior necessidade e urgência.

 
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