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CORONAVÍRUS
Com a crise do Covid-19, governos da América Latina aumentam o autoritarismo e a repressão
Zasalamel Ferreira

No meio da crise do COVID-19, governos da América Latina e de mais regiões, avançam com o seu autoritarismo e a repressão policial sob a trabalhadores e população pobre.

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A insuficiência dos governos capitalistas para amenizar efeitos da pandemia do COVID-19 evidencia que enquanto os governos estiverem focados em salvar a economia e os lucros dos grandes capitalistas, o destino da população pobre é sofrer com medidas autoritárias, xenófobas, genocidas, LGBTfóbicas e racistas.

Parte dos grandes analistas sociais preveem um aumento gradativo de medidas autoritárias que em uma primeira instância se associam medidas preventivas, mas que na prática irão servir para conter a revolta social que se aproxima por causa de interesses dos governos em apenas proteger o lucro dos empresários em detrimento da vida das pessoas. Um exemplo claro dessas gestões homicidas que não necessariamente é na América latina, é do estado filipino, do qual o presidente autorizou o exército a atirar para matar qualquer pessoa que desrespeitasse a quarentena.

Esse exemplo a pouco tempo foi adotado no Peru, do qual adota elementos outros elementos mais segregacionistas quando se fala de gênero. O governo adotou uma medida da qual divide homens e mulheres ao acesso às ruas e supermercados. Em certos dias da semana, mulheres podem sair e em outros os homens. Além de não ser totalmente efetivo, a medida afeta de forma brutal o direito de circulação das pessoas trans, uma vez que quem define nesse caso quem seria homem ou mulher são os policiais, esses que estão armados para atirar em quem desrespeitar a quarentena. Essa medida tem por consequência aumentar o autoritarismo do estado sobre os corpos das pessoas e a sua autodeterminação de gênero revelando um aprofundamento do caráter segregador do estado capitalista no Peru.

Exemplos de políticas repressivas no continente latino-americano não faltam. Como o caso dos centros de concentração na fronteira do México com os EUA com a política do Protocolo de Proteção a Migrantes (PPM) que mantém encarcerados os migrantes em centros dos quais não cumprem as básicas medidas sanitárias. O fechamento das fronteiras dos EUA com o México e do Brasil com a Venezuela e o aumento da repressividade por parte dos governos Chilenos, nicaraguenses e venezuelanos que já vinham se deparando com grandes conflitos no terreno da luta de classes se utilizam do fator pandemia para fortalecerem suas polícias e exércitos contra a população que se coloca cada vez mais crítica a esse sistema que a cada dia aprofunda sua decadência e insuficiência para salvar nossas vidas. No Rio de Janeiro a situação se coloca em um nível bastante crítico. Maior parte da população periférica não tem acesso ao saneamento básico e a água potável, indicando uma grande falha estrutural nesses lugares em que o aumento da violência policial já é corriqueiro; ou seja, isso acaba por aumentar a perseguição a população pobre que não tem condições de permanecer em casa por causa das condições de subsistência mínima serem negadas pelo estado.

A escalada autoritária que se põe como saída para a pandemia se disfarça de solução, mas no plano concreto fortalece as forças repressivas que já se colocam contra a classe trabalhadora em defesa dos interesses burgueses passando por cima dos próprios direitos humanos. A saída para a pandemia, não está no controle militar da circulação das pessoas ou na repressão da população mais pobre em risco, e sim na organização dos trabalhadores. É necessário que os trabalhadores se organizem, principalmente nas grandes fábricas, para direcionar a produção conforme seus interesses para produzir máscaras, respiradores, álcool gel e todos os materiais necessários para o combate à pandemia. Os governos se demonstram cada vez mais desinteressados em socorrer verdadeiramente a população e ao invés de estatizar hospitais privados e direcionar orçamento para área da saúde, correm para injetar dinheiro público nos grandes bancos. Para isso são necessários sistemas de saúde controlados por trabalhadores e 100% estatizados e no caso do Brasil, o descongelamento da lei do teto de gastos e o não pagamento da dívida pública para assim direcionarmos os recursos ao combate à pandemia e garantirmos as mínimas condições para a sobrevivência humana em meio a essa situação agravada pelos capitalistas e seus regimes sanguinários

 
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