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CORONAVÍRUS
Experiente em ocultamento de cadáveres na ditadura, Estado brasileiro mente sobre os dados de mortos por COVID-19
Letícia Parks
Bruna Pereira

No site Portal da Transparência do Registro Civil, alimentado por dados transmitidos pelos cartórios do país inteiro, é possível identificar o aumento exponencial de mortes por pneumonia e insuficiência respiratória, em meio à crise do COVID-19. Em diversos estados do Centro-Oeste e Norte, as duas causas já superam, em três meses, o total de mortes pelas mesmas doenças no ano passado inteiro. Não seria absurdo dizer que o Estado brasileiro, especializado em ocultamento de cadáveres e falsificação de laudos de morte, utiliza a falta de testes para replicar a notícia de que ainda não há mortos por COVID-19 em várias regiões do país.

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Imagem: Nelson Almeida

No site Portal da Transparência do Registro Civil, alimentado por dados transmitidos pelos cartórios do país inteiro, é possível identificar a quantidade de mortes por pneumonia, insuficiência respiratória e por COVID-19 (apenas os que foram diagnosticados assim) em várias regiões. Chama a atenção os dados em especial quando se comparam com o ano anterior. Sabe-se que o COVID-19 é uma doença respiratória aguda, por vezes grave, e poderia-se relacionar o enorrne aumento de mortes pelas duas doenças com a ausência de testes massivos que comprovem os reais motivos que levaram a morte tantas pessoas em tão pouco tempo.

No caso de Tocantins, onde se alega não haver nenhuma morte por COVID-19, os mortos por insuficiência respiratória e pneumonia em 2020 atingiram um número espantoso em 4 meses, se comparado com todo o ano de 2019. Em números absolutos, no ano de 2019 morreram 249 pessoas por estas doenças e neste ano, até o dia 8 de abril, morreram 384.

No caso do DF os dados não ficam para trás. Registram-se 12 mortes por COVID-19, no estado em que registra maior incidência de COVID-19 por habitante, relativamente. Em 2019 morreram 1.194 pessoas por pneumonia e insuficiência respiratória, moléstias que em 2020 já mataram 1.337.

Goiás vem acompanhando a tendência apresentada nos estados vizinhos com número de mortes por estas doenças respiratórias quase beirando o quantitativo total do ano passado e 5 mortes pelo COVID-19 segundo o site do Ministério da Saúde.

Esses dados revelam que a não realização dos testes faz com que essas mortes não sejam caracterizadas como COVID-19, uma contradição enorme frente à quantidade de novas mortes que sem esse fator não se explicam.

Esse é o cenário de um Estado que se prepara para um enorme ocultamento do verdadeiro impacto desta doença sobre os mais pobres, os trabalhadores e as regiões com pouco ou nenhum recurso de saúde disponível seja para testes, seja para internações de qualidade, seja para tratamentos adequados. No DF, capital do país, a satélite de Ceilândia, por exemplo, conta com apenas um pronto socorro para uma população de mais de 430 mil habitantes, dentre os quais estão os moradores da maior favela do Brasil, o Sol Nascente. Nada novo no horizonte. Não há muito o que se esperar de uma burguesia habituada com o ocultamento de cadáveres da escravidão à ditadura militar. Uma resposta da classe trabalhadora é mais urgente do que nunca.

 
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