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CORONAVÍRUS | IFOOD
Candidatos ao Ifood mais que dobram devido às demissões em massa e o abandono à própria sorte
Redação

Segundo executivo da empresa Ifood, o número de candidatos a entregador da empresa mais do que dobrou em março. Um exemplo da consequência da ausência de políticas dos governos (federal e estaduais) para garantir as condições dos trabalhadores se sustentarem durante a crise do coronavírus, que leva centenas de milhares à buscar alternativas na informalidade, arriscando suas vidas para não passar fome.

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A pandemia do coronavírus, como já era esperado por muitos, frente às políticas dos governos, atingiu em cheio as vidas da classe trabalhadora. Se de um lado, o governo braveja contra o isolamento e a quarentena, de outro os governos estaduais as mantém sem qualquer garantia de mínimas condições de vida para aqueles que são obrigados a parar de trabalhar, e se apoiando nas medidas reacionárias e autoritárias de Bolsonaro, que autoriza cortes de salários e suspensão de contratos. O resultado disso: milhares de trabalhadores ficam largados à própria sorte, e aumenta busca por um lugar nos empregos informais.

Em entrevista para a Reuters, Diego Barreto, vice-presidente financeiro e estratégico da Ifood, disse que mais do que dobrou a quantidade de candidatos à entregador no mês de março. Um claro reflexo da ausência de políticas por parte dos governos para que aqueles que tiveram seus empregos paralisados possam se sustentar.

As medidas do Governo Bolsonaro – aceitas e em alguns casos elogiadas pelos governadores, mesmo com os embates entre estes e o governo federal – como, principalmente, as duas MPs da Morte, que autorizam empresas a reduzir salários, sem negociação de acordo coletivo, suspender contratos e deixar trabalhadores largados e sem renda em meio à pandemia, sem contar o atraso do pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 para os informais, que já bate semanas desde seu anúncio e que já deixa trabalhadores com contas para pagar, conduzem uma camada enorme de trabalhadoras e trabalhadores a buscar alternativas de trabalho informal, nas empresas que não pararam.

O Ifodd opera no Brasil em mais de 1 mil cidades, e só em março recebeu 175 mil inscrições de candidatos a entrar na plataforma. Em fevereiro haviam sido 85 mil inscrições. A empresa do grupo Movile atua hoje com 140 mil entregadores cadastrados e mais 200 mil terceirizados que atendem diretamente restaurantes.

A alta nos candidatos acompanha (em números mais altos), uma alta na demanda de entregas, frente ao isolamento. Aumentaram o número de pedidos de comida, e de compras de supermercado recebidos pelo app.

Enquanto governadores e Bolsonaro brigam frente o isolamento social, e não apresentam medidas suficientes para garantir que a classe trabalhadora possa se sustentar sem trabalhar, é evidente que iria crescer a demanda de emprego no setor informal. E falamos do setor que já era o mais atacado desde antes da crise do COVID-19, com as medidas neoliberais que vem sendo aprovadas desde o governo golpista de Temer, e com sua continuidade voraz no governo Bolsonaro.

Leia também: Acessar o reduzido auxílio emergencial será um grande desafio para trabalhadores informais

Sem plano de saúde, sem garantias trabalhistas, e agora, com um atraso colossal do auxílio emergencial aos trabalhadores informais, cresce a necessidade da população em buscar formas de suprir a ausência de renda.

É fundamental que agora, frente a essa crise, os governos deixem imediatamente de salvar os bancos e empresas, ao invés de salvar vidas. Isso passa pelas garantias das condições mínimas do sistema de saúde, com a necessidade de testes massivos já, para mapearmos corretamente o vírus no Brasil para se poder atuar, passa pela garantia de leitos de UTI suficientes para a demanda que só cresce e irá crescer mais, assim como a garantia de respiradores a toda a demanda. Mas também passa por medidas econômicas não para salvar as bolsas, mas para salvar o mesmo bolso do trabalhador que Bolsonaro atacou brutalmente com sua MP.

É necessário que sejam cobrados serviços essenciais, como as contas de água e de luz, durante o período de crise. Mas também em primeiro lugar, que o governo inicie imediatamente o pagamento do auxílio aos informais, que foi adiado para iniciar as inscrições via aplicativo nessa terça (07). Um auxílio que pode ser considerado minúsculo, frente aos gigantescos valores liberados por Paulo Guedes para bancos e empresas, e que mesmo assim o governo atrasa dia após dia, deixando trabalhadores largados à própria sorte. Mas a única maneira de garantir as condições mínimas de sobrevivência para aqueles que tiveram seus salários cortados, contratos suspensos, para os trabalhadores informais, para os autônomos, e para a massa de desempregados do país, que seja pago um salário de R$ 2.000 reais (a média salarial do brasileiro), como forma de garantir o sustento de milhões de famílias com suas rendas atacadas pela crise.

 
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