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Em meio a pandemia do corona vírus, governo Bolsonaro aproveita para anunciar a expulsão de Quilombolas do seus territórios
Redação

Em meio a uma crise pandêmica, que demonstrou a insuficiência do sistema sanitário mundial, hoje o mundo vive com um nível de incerteza em relação ao futuro como nunca visto no presente século. Bolsonaro quer remover do assentamento mais de 800 famílias quilombolas no Maranhão.

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A data da execução não foi anunciada ainda, mas independente, é uma declaração absurdamente autoritária contra 30 comunidades quilombolas que habitam em seus respectivos locais desde século XVII. O atual presidente é declaradamente inimigo dos quilombolas já é sabido antes mesmo das eleições, com seu discurso extremamente racista contra um morador de um quilombo.

Como afirma C.L.R James,

“O único lugar onde os negros não se rebelaram é nos livros de historiadores capitalistas... Não é estranho que os negros tenham se rebelado. Teria sido estranho se não o fizessem.” [1]

Não é só falsa, mas também extremamente criminosa, qualquer versão que representa a história do povo negro como pacífica, a história do nosso povo é marcada com grandes resistências e revoltas. No Brasil, o país com mais negros fora da África, os quilombos são os principais símbolos de polo de resistência contra as atrocidades cometidas pela escravidão.

O principal quilombo foi o de Palmares, estimasse que chegou a possui 20 mil pessoas, que já na sua época virou referência no legado de resistência contra a escravidão capitalista. Os portugueses e os holandeses logo providenciaram acabar com o local, pois só por saber da sua existência outros escravos se encorajavam em se revoltar contra seus senhores, teve seu brutal assassinato em 1694, mas deixou o seu legado e de Zumbi principal líder do quilombo para seus descendentes. E que hoje a fundação que leva seu nome, Fundação Palmares, possui um capitão do mato [2] como presidente.

Em meio a uma escalada reacionária, marcada principalmente com o golpe institucional e com a vitória do filho indesejado deste golpe nas eleições presidências de 2018, a realidade da população negra brasileira fica cada vez mais trágica. Com Bolsonaro na presidência e governadores como Witzel, no Rio de Janeiro, e Dória, em São Paulo, é destinado para os trabalhadores, pobres, periféricos e que em sua grande maioria é negra, possui um futuro degradante, independente de qual projeto seja implementado. [3]

O documento publicado confirma o projeto de “aluguel” da região da Alcântara para a construção de bases bélicas, como Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), que possui como principal interessado nada menos que EUA. O absurdo não pode ser maior, o projeto neoliberal de venda do país não está apenas voltado para as indústrias brasileiras, mas também em seu território, independentemente se possui áreas de demarcação indígena o quilombola ou não.

Se dentro das grandes cidades a população em gera e principalmente os moradores das favelas não é oferecido nenhuma solução real para o combate à covid-19, sendo deixados a própria sorte. Os quilombolas estão sendo ameaçados em perder suas terras para a construção de base bélica, ao invés de ser oferecido condições para a sua população não ser infectada ou detectar quem está.

A política criminosa dos governantes com a classe trabalhadora é alarmante. A necessidade de testes massivos para todos torna-se cada vez mais claro como a primeira medida para um verdadeiro combate ao corona vírus, mas isso é negado em detrimento ao lucro dos capitalista.

Dentro do sistema de saúde os seus funcionários vêm se sacrificando todo dia por todo mundo, e com o aumento de casos no Brasil a situação aqui será a mesma. Muitos governantes falam que é uma guerra contra o vírus, mas não toma medidas de guerra para solucionar. Não mudam a economia, da linha de produção, para fornecer produtos como álcool em gel até ventiladores para leitos, ou de serviço que garanta a quarentena para os casos confirmados.

Para que esses pontos sejam concretizados não será pela vontade dos burgueses, mas sim se a classe trabalhadora tomar em suas mãos o poder de decisão do que produzir e fazer. Sendo a classe trabalhadora brasileira maioria de negros, este devem ser linha de frente para esse processo.

Notas:

[1] C.L.R James,”A Revolução e o Negro”, em M. Pablito, D. Afonso e L. Parks, A revolução e o negro, Edições Iskra, p. 23

[2] http://www.esquerdadiario.com.br/Presidente-da-Fundacao-Palmares-afirma-que-quarentena-geral-e-maior-imbecilidade

[3] http://www.esquerdadiario.com.br/Favela-questao-negra-e-coronavirus-apontamentos-marxistas-sobre-o-negro-e-a-luta-de-classes

 
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