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URGENTE: tomar a produção para a fabricação de respiradores no Brasil
Redação

Não cessam as notícias e declarações dos empresários de que estão mais preocupados com seus lucros do que com as vidas das pessoas. Em pronunciamento ontem (24) e hoje pela manhã na coletiva de imprensa Bolsonaro afirma que as fábricas, o comércio e as escolas devem voltar ao normal. Tudo em nome dos lucros dos capitalistas. No entanto, já é de conhecimento geral, propagado por analistas e especialistas em saúde, que faltarão respiradores e as equipes médicas começarão a ter que decidir quem vive e quem morre.

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O Brasil tem 65 montadoras de veículos, das quais 37 estão paradas em férias coletivas, que poderiam ser rapidamente convertidas em fábricas de peças de respiradores e ventiladores pulmonares que em coordenação com outras fábricas mais especializadas poderiam produzir esses equipamentos em larga escala. Para isso seria necessário que os capitalistas abrissem mão de seus lucros e deixassem de produzir automóveis. Não precisamos de carros nesse momento! Somente os trabalhadores podem se organizar e reabrir essas montadoras para produzir o que é preciso para salvar as vidas afetadas pelo coronavírus.

Estima-se que só em São Paulo poderão faltar pelo menos 6 mil respiradores e leitos hospitalares. Se o coronavírus afetar 1% da população brasileira, ou seja 2,09 milhões de pessoas e 10% dessas pessoas (209mil) precisarem de respiradores poderão faltar 147,7 mil respiradores em todo o país, pois segundo dados do DataSUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde) e do IBGE (Instituto de Geografia Estatística) existem 61219 respiradores pulmonares no Brasil. Contudo, para evitar o cenário catastrófico de falta de leitos hospitalares seria necessário dispor de todo o sistema privado de saúde e converter milhares de hotéis em hospitais com leitos de UTI. Seriam necessários profissionais da saúde suficientes também para dar conta dessa demanda, contratação massiva desses profissionais e estudantes em fase final de curso também.

A perspectiva é que não serão 5 ou 7 mil mortes como disse Roberto Justus em vídeo amplamente difundido ao colocar seus interesses econômicos à frente das vidas. O Estado Espanhol chegou ao assustador número de 738 mortes em um dia, e com 3434 óbitos ultrapassou a China, assim como a Itália. Em 3 meses o COVID-19 já matou o equivalente a 15 meses da gripe H1N1 em 2009-2010 no mundo. Como o epicentro do contágio ainda não atingiu um pico em vários países o coronavírus pode chegar a milhares senão milhões de mortes.

Na Itália, Espanha e França, trabalhadores já se manifestaram com greves espontâneas que obrigou as centrais sindicais a chamar uma greve geral na Itália por exemplo. Trabalhadores franceses cujas fábricas pararam por conta do coronavírus, se mostram dispostos a voltar ao trabalho se for para ajudar a resolver a crise sanitária fabricando respiradores ao invés de encher os bolsos do patrões fazendo automóveis. Se essas montadoras deixam de operar em função dos lucros capitalistas e passam a operar sob controle dos trabalhadores seria possível produzir e distribuir tudo o que é necessário para superar a crise sanitária em aliança com os trabalhadores da saúde que estão sendo verdadeiros heróis num sistema de saúde por décadas precarizado pelas políticas neoliberais.

Não há uma saída burguesa e capitalista para a crise do coronavírus, nem para a crise econômica, a única saída possível para evitar milhares de mortes tanto pelo COVID-19 quanto pela carestia de vida dos próximos tempos está com os trabalhadores. Os empresários capitalistas não irão abrir mão de seus lucros, estão demonstrando isso a cada momento com declarações endossadas pelo presidente da República Jair Bolsonaro. Por isso é fundamental que nós trabalhadores criemos essa saída, ocupando as fábricas e, dispondo de todos os equipamentos de segurança possíveis, fabriquemos respiradores, ventiladores pulmonares e tudo o que for preciso. Precisamos levantar uma forte campanha pela estatização de todos os hospitais privados sob controle dos trabalhadores, exigir a conversão de quartos de hotéis em leitos hospitalares, criar recursos com o confisco dos bens dos grandes sonegadores bilionários, impostos progressivos sobre as grandes fortunas, estatizar os bancos e todo o sistema financeiro sob controle dos trabalhadores. A cada hora que passa se abre mais essa perspectiva de que seremos nós ou eles, os capitalistas a pagarem por essa crise que eles criaram. Se eles tiverem que pagar será com suas fortunas tiradas do nosso sangue e suor durante décadas, mas se nós tivermos que pagar será com nossas vidas. Não morreremos para salvar esses parasitas burgueses que colocam seus lucros acima de nossas vidas. Nossas vidas valem muito mais do que os lucros deles.

 
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