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Coronavírus
Banco Central anuncia R$1,2 trilhão para salvar os bancos. Quantos testes rápidos de coronavírus poderíamos comprar com esse dinheiro?
Redação

Injeção colossal de capital é a principal resposta que o Ministério da Economia apresentou até agora diante da catástrofe econômica e sanitária que vive seus primeiros dias no país. Porém, se fossemos enfrentar realmente o vírus, a prioridade da grande maioria da população, o que poderíamos fazer com essa quantia?

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Combinando-se à crise sanitária que enfrentamos com o novo coronavírus, perspectivamos nas mídias o profundo agravamento de uma crise econômica que sentencia os setores mais vulneráveis a morrer de fome. Além das condições precárias de vida e trabalho, contamos com um sistema de saúde despreparado, sem estrutura e completamente colapsado, onde as pessoas estão morrendo enquanto esperam um atendimento efetivo. Pacientes com suspeita de contaminação muitas vezes morrem nos próprios corredores dos hospitais - cena que já era frequente no país, antes da epidemia - ou são orientados a retornar para as suas casas sem o direito a realizar o teste, mesmo apresentando diversos sintomas.

Assim, seguindo a orientação disseminada, uma parcela da população se isola em quarentenas domiciliares sem a chance de realmente saber quem já está contaminado pelo vírus e podendo colocar em risco sua saúde e a de seus familiares e amigos - principalmente levando em consideração que a maioria dos contaminados parecem ser assintomáticos, mas ainda assim transmissores da doença. Enquanto isso, uma grande parcela da população, composta por trabalhadores que não tem o direito ou possibilidade de se isolarem em suas casas,
continuam sendo expostos a aglomerações no transporte público e em seus locais de trabalho, sem orientação adequada de higienização e condições básicas de salubridade, como distanciamento social no trabalho, acesso a produtos essenciais como máscaras, álcool gel, ou até mesmo roupas protetoras para os trabalhadores da saúde ou que lidem com serviços essenciais como os transportes. Nessa situação, os trabalhadores não têm o mínimo de proteção e segurança, sendo postos em risco pela falta de equipamentos e pela indisponibilidade de testes rápidos, para que tenham o mínimo controle da situação de contaminação nos locais de trabalho, onde estão sendo expostos diariamente para continuar a manter os lucros de patrões que não pensam em suas vidas.

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O Banco Central, nesta segunda-feira (23), divulgou a disponibilidade de uma soma de 1,2 trilhão de reais para os bancos no país, o que equivale a 16,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Neste mesmo dia, Bolsonaro decretou a MP 927, também conhecida como MP da morte, cercando a classe trabalhadora ao desemprego e a miséria. Escancarando que os grandes capitalistas estão dedicando a riqueza nacional para os bancos, enquanto a população adoece com o vírus e pena o desemprego e a fome com a paralisação não remunerada imposta pela quarentena, vemos o Estado aplicar condições que favorecem os banqueiros e protegem seus lucros, rompendo com o discurso neoliberal de Paulo Guedes que até poucos dias atrás insistia em “responsabilidade fiscal” e cortes de gastos, uma política que é a verdadeira culpada pelo provável colapso de um sistema de saúde devastado na última década.

Se a preocupação do governo reacionário de Bolsonaro fosse a saúde da população Brasileira frente a essa pandemia, a necessidade de testes rápidos já teria sido atendida e teríamos acesso a postos de exames para todos. Façamos uma conta simples:cada teste rápido custa 75 reais, caso a política de combate ao coronavírus utilizasse uma quantia como a de R$1,2 trilhão - como foram anunciados aos parasitas bancários - para a compra de testes rápidos, teríamos o suficiente para testar a população mundial duas vezes, ou seja 16 bilhões de testes. Agora, é evidente que não precisamos de toda essa quantidade de testes nem no Brasil, nem no mundo. Para testar, hipoteticamente, os 209,3 milhões de brasileiros, por R$75, precisaríamos de R$15,7 bilhões de reais, uma quantia extremamente modesta diante da destinada ao capital financeiro (aproximadamente 1,3% da quantia, para ser mais específico).

Por esses motivos, a saída para essa crise não se dará pelas mãos dos genocidas que a criaram, e sim pelas mãos de quem já está na linha de frente, lutando contra o vírus e o colapso da economia: os trabalhadores industriais, produzindo máscaras, álcool gel e respiradores, os trabalhadores da saúde, com um SUS 100% estatal e sob controle dos mesmos. Pelas mãos dos cientistas e pesquisadores, colocando a indústria médica a serviço das necessidades populares e usando os laboratórios e universidades para pesquisar vacinas, remédios e métodos diagnósticos para combater o vírus. Somente os trabalhadores podem dar uma saída para essa crise, coordenando a produção de acordo com os reais interesses sanitários, farmacêuticos e científicos da massa da humanidade. Que os capitalistas paguem por essa crise que eles mesmos criaram, a vida dos moradores de favelas, jovens, idosos e a classe trabalhadora de conjunto vale mais que os lucros desses parasitas, chega de pagar com as nossas próprias vidas o que é responsabilidade deles, e para isso, em primeiro lugar exigimos: Testes para todos já!

 
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