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HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA USP: “Estão condicionando para quem dão máscaras e para quem não dão, sem avaliar o risco que os funcionários estão correndo aqui”
Redação

A situação dos hospitais em todo o país é alarmante. Fruto de anos de políticas privatistas, falta de contratação e sucateamento, com a crise do coronavírus a situação fica mais escancarada, especialmente com a situação de trabalho dos profissionais da saúde, que estão na linha de frente para salvar vidas. Falta de EPIs, como máscara e álcool gel, são alguns exemplos que estão ocorrendo em todos os hospitais.

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No Hospital Universitário da USP (HU), a situação dos trabalhadores é crítica, com racionamento ou falta de EPIs, além dos profissionais que fazem parte do grupo de risco, pois carregam alguma comorbidade que pode agravar os sintomas se contaminados ou são maiores de 60 anos. Relatamos aqui o depoimento de alguns profissionais do HU sobre a situação precária de trabalho:

“Acabei de chegar aqui no HU, vou dar plantão de 12 horas, não tem máscara cirúrgica para todo mundo. Aliás, são poucos os que tem, dois ou três. O pessoal da recepção também está sendo obrigado a trabalhar sem máscara, não aceitaram a escala de revezamento, o pessoal tá todo mundo aqui, sem necessidade, porque diminuiu o fluxo, não tem exame, é só urgência e emergência, e elas estão aqui trabalhando sem máscaras, expostas no balcão sem vidro de proteção. Estão falando que a chefia tem que dar as máscaras, mas ela está afastada, não está aqui. A minha chefia está correndo atrás, não liberaram roupa privativa para a gente usar, a gente tem que usar nossa roupa com jaleco por cima. Não tem EPI para todo mundo hoje.”

“As meninas aqui da Nutrição estão trabalhando sem máscara e elas têm contato com todos os pacientes do HU, não só os pacientes que estão com suspeita, mas também os que estão saudáveis. Elas precisam de máscara para trabalhar, mas a chefia falou que não vai liberar porque a prioridade são os enfermeiros e os médicos. Eu respondi que já que não somos prioridade nós podemos fechar a Nutrição então.”

“Estão condicionando para quem dão máscaras e para quem não dão, sem avaliar o risco que os funcionários estão correndo aqui, trabalhando sem os EPIs necessários.”

“O refeitório está funcionando normalmente. Até onde eu entendo, esse refeitório deveria estar fechado, atendendo só os acompanhantes.”

“Sobre a questão do refeitório, eu acredito que nenhum caso confirmado de COVID possa sair de isolamento, então acho que não corre o risco de que pacientes confirmados com a doença frequentem o refeitório. Mas agora já saiu do controle, já há contaminação comunitária, ou seja, vai passando de um para o outro, não tem mais como isolar a fonte. E os acompanhantes, a gente não sabe quais os cuidados que estão tendo fora daqui. Teria que ter um protocolo de funcionamento do refeitório. Talvez o acompanhante não frequentar o refeitório, a comida ser entregue no quarto. Paciente também, comer cada um no seu quarto. Porque é isolamento social, o refeitório é um lugar onde vai haver uma aglomeração de pessoas. Algum protocolo tem que ser pensado junto com a chefia do refeitório para evitar aglomeração de pessoas e proteger quem está trabalhando lá. Eu acho que a entrega de comida no quarto das pessoas seria o mais saudável. E aqui o pessoal que trabalha dentro do hospital também ter que fazer um revezamento de horário, alguma coisa nesse sentido, para não expor os funcionários.”

“ Um colega chegou no andar para fazer exame no leito de paciente em isolamento e pediu EPI. Disseram que não tinham. Daí ele falou que não ia fazer., porque a orientação é que a enfermagem daria para eles. Ela falou que ele era baixo clero, e baixo clero pode ficar sem”

O comando de mobilização do Sintusp, Sindicato dos Trabalhadores da USP, votou uma série de medidas para o hospital para exigir que reitoria e superintendência garantam a segurança e integridade dos profissionais da saúde, liberação para os maiores de 60 anos e grupo de risco e EPIs adequados para todos os funcionários.

Veja aqui o informe do representante dos funcionários da USP no Conselho Deliberativo do HU, Adriano Favarim, e de Babi Della Torre, funcionária do Hospital e representante dos funcionários no Conselho Universitário, após a reunião ocorrida hoje, 23 de março.

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