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Como evitar o colapso do sistema de saúde e evitar mais mortes pelo Coronavírus?
Redação

A estratégia do Governo para “combater” o COVID-19 baseia-se basicamente em evitar o colapso do sistema de saúde. Entretanto, a cada momento se vê com mais clareza seu fracasso. Precisamos tirar lições do processo em outros países para responder: O que devemos fazer para de fato enfrentar o coronavírus?

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No Estado Espanhol, tanto o ritmo de contágio quanto o de mortes pelo coronavírus estão crescendo exponencialmente. Os números que são expostos pelas pesquisas do governo indicam claramente este fracasso. A estratégia do governo centra-se exclusivamente em evitar o colapso do sistema de saúde de um sistema que foi saqueado com inúmeros cortes e em proteger os interesses das grandes fortunas das grandes empresas.

A política de “detecção precoce” para evitar a propagação generalizada não foi levada a cabo efetivamente justamente por não haver pessoal suficiente, material suficiente e nem vontade real de resolver estas insuficiências. É isso que explica o porquê dos profissionais da saúde serem tão castigados não apenas pelas jornadas de trabalho extenuantes, mas também pelo contágio do mesmo vírus ao qual estão combatendo.

O Governo do Estado Espanhol priorizou então que se faça o teste do coronavírus apenas nas pessoas com sintomas graves. Ou seja, com asfixia e problemas respiratórios. Portanto, o grande número de óbitos são pacientes que estavam na UTI. Ao invés de uma política de prevenção e contenção do vírus, foi apenas realizada uma política de paliativos aos que estão em pior estado, e o resto que "busque sobreviver" (salvo membros da casa real, políticos, empresários ou jogadores de futebol).

Não obstante e apesar das restrições, o sistema de saúde público está colapsando. A epidemia não foi parada, muito pelo contrário, aumentou muito. O custo para parar o COVID-19 será maior a nível econômico, e pior ainda, em vidas humanas. O mesmo está passando na Itália e algo perto disso está começando a se dar no país galo.

Já na Alemanha não há o mesmo problema. Segundo seus números, há mais de 7,3 mil contágios e apenas 17 falecidos. Uma taxa muito mais baixa que a do Estado Espanhol: 10 mil casos, com 342 falecidos. Na Itália, se superam 2,2 mil mortes pelo coronavírus, com uma taxa de 7,7%. A diferença é que a Alemanha, desde o princípio, fez testes mais generalizados que o Estado Espanhol e a Itália.

A Alemanha fez 35 mil testes semanais. Muito pouco, considerando que há uma população de 80 milhões. Será difícil impedir a propagação do vírus, embora ele esteja diminuindo a velocidade e impedindo um rastro de mortes, como acontece na Itália e na Espanha.

“Precisamos de mais pessoal e mais material!”

Há apenas uma forma de evitar o colapso do sistema de saúde e retardar a propagação, freando-a em seus estágios iniciais: um enorme investimento na área da saúde para recuperá-la dos cortes e que seja capaz de enfrentar um vírus altamente contagiável como o COVID-19. Como afirmava as profissionais da saúde do Hospital Infanta Elena de Huelva, no Estado Espanhol:

"Mais pessoal, mais material." Enfermeiras e profissionais de saúde do Hospital Infanta Elena de Huelva exigem medidas específicas para enfrentar o colapso do sistema de saúde.

Precisamos ampliar drásticamente a equipe dos hospitais: garantir o emprego de todos os profissionais da saúde, recontratar todos aqueles que foram demitidos do sistema durante esses anos, incorporar todos os funcionários da saúde privada e incorporar todos os alunos que estão nos últimos anos de estudo de carreiras relacionadas à saúde, com urgência e treinamento intensivo para a ocasião.

A falta de material é algo inconcebível. Temos que expropriar, sem pagamento, todas as empresas que produzem máscaras, luvas e todos os materiais necessários para enfrentar o vírus e colocá-las sob controle dos trabalhadores. Desta maneira, os profissionais da saúde poderão estar protegido. Assim, poderá iniciar-se rapidamente a distribuição gratuita destes materiais entre os trabalhadores que realizam tarefas essenciais e para o resto da população. De mesmo modo, temos que colocar para produzir material sanitário todas as fábricas e empresas que, com seu material habitual, possa aportar para a fabricação destes materiais de saúde.

Precisamos generalizar agora mesmo os testes para a maior quantidade possível da população, e comprovar quão estendido está o coronavírus. Começando pelos setores mais castigados pelo COVID-19 como os idosos, pessoas com complicações e doenças, etc. Fazer os testes evitará que as mortes aumentem de forma desmensurada como estamos sofrendo.

É extremamente necessário expropriar todos os espaços de saúde privados imediatamente e sem pagamento. Precisamos unir as instituições de saúde privadas ao restante do sistema público para conformar um único plano de saúde que seja controlado pelos comitês de trabalhadores de hospitais e seus usuários.

O alto custo destas estas medidas iniciais (e outras) deve recair sobre os lucros multimilionários das empresas privadas de saúde e dos impostos sobre as grandes fortunas dos capitalistas.

Um plano emergencial destes não pode ser realizado por nenhuma empresa capitalista, nem seus governos. Justamente porque, mesmo existindo um vírus de uma magnitude impressionante, eles sempre colocam na frente os seus próprios interesses: de manter seus bolsos cheios e de competir com outras empresas. Não querem gastar dinheiro conosco a menos que estejam completamente obrigados a isso.

Um plano de choque que defenda a vida dos trabalhadores e do povo deve ser levado a frente pela mobilização dos trabalhadores, com os profissionais da saúde na linha de frente e com o apoio de comitês de usuários. Apenas desta maneira estaremos seguros das medidas que o Governo toma, que cada vez mais mostra sua verdadeira cara.

 
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