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CORONAVÍRUS
Se os bancários adoecerem, quem pagará o FGTS aos trabalhadores?
Bancários do MRT

As poucas e totalmente insuficientes medidas anunciadas pelo governo para auxiliar financeiramente os trabalhadores diante da crise do coronavírus envolvem a liberação antecipada do PIS, novos saques do FGTS e um “voucher” de R$ 200 para os trabalhadores sem carteira assinada. Todos esses valores serão pagos através da Caixa Econômica Federal mas tanto governo como o próprio banco não estão nem um pouco preocupados com as condições de trabalho dos bancários e da da população diante desta crise.

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Bolsonaro depois de negar enquanto pôde a crise de saúde pública no país, com o mais profundo descaso e colocando em risco a vida de milhares de pessoas frente a crescente pandemia do coronavírus, crise essa que chegou hoje (no balanço oficial do Ministério da Saúde que, está longe de refletir a realidade) ao assombroso número de 428 infectados, 4 mortos e mais de 8800 casos suspeitos, foi obrigado a mudar sua atitude e tratar com mais seriedade, pelo menos no discurso, a crise que se instalou com força no Brasil em um momento onde especialistas dizem que o pior ainda está por vir.

Como mostramos nessa matéria sabemos que a grande preocupação de Bolsonaro e Guedes não são os trabalhadores e a vida da população mas sim salvar a pele dos empresários e banqueiros durante a crise. Mas para tentar “mostrar serviço”, em coletiva de imprensa hoje, Bolsonaro e seus ministros anunciaram algumas medidas que são totalmente insuficientes diante da calamidade que está colocada para a classe trabalhadora, fruto da precarização do SUS e das reformas e ajustes neoliberais.

Entre as medidas anunciadas hoje está a destinação de R$ 5 bilhões de reais para o pagamento de um “voucher” de apenas R$ 200 mensais para os trabalhadores sem carteira assinada, se comparado com os R$ 75 bilhões destinados ao salvamento dos banqueiros podemos ver mais claramente que o governo pretende nos fazer pagar também por essa crise. Além disso, o pagamento antecipado do PIS e uma nova rodada de saques de FGTS já estavam sendo planejadas como forma de dinamizar a economia.

Nas agências da Caixa o coronavírus é questão de tempo

Para operacionalizar estes pagamentos o Governo Federal está contando com o papel da Caixa Econômica Federal e de todos os seus trabalhadores sem no entanto fornecer qualquer condição mínima de segurança a saúde destes milhares de bancários efetivos e terceirizados que serão fundamentais para viabilizar estes pagamentos, sem garantir também a saúde dos milhões de clientes que terão de comparecer as agências para efetuar os saques.
Hoje as agências bancárias da Caixa já estão em funcionamento com um fraquíssimo plano de contingência para o coronavírus, sequer garantindo o mínimo que seriam máscaras e álcool gel tanto para os trabalhadores como para os clientes. Também segue sem uma orientação clara da direção do banco para a liberação dos bancários que estão no grupo de risco, chegando inclusive ao absurdo de condicionar a liberação apenas dos que cumprissem as condições necessárias ao homeoffice, algo inimaginável já que não são todos que possuem computadores e internet compatíveis com as exigências. Ainda menos garantindo estas condições para as trabalhadoras e trabalhadores terceirizados.

Já foram inclusive relatados casos de bancários com a confirmação da infecção pelo novo coronavírus, um deles em um prédio sede da Caixa em Brasília e a resposta do banco foi apenas evacuar o andar, realizar uma limpeza e retornar as atividades nos mesmos postos de trabalho mesmo com o risco de contágio já que diversos trabalhadores podem ter tido contato com a pessoa infectada.

E as entidades sindicais parecem estar em casa de quarentena...

Diante deste cenário absurdo que oferece risco a todos os trabalhadores e clientes é chamativa a passividade dos sindicatos e das associações de pessoal da Caixa nos diversos estados do país, entidades que deveriam estar na linha de frente no combate as precárias condições que estão sendo oferecidas pela Caixa. Segundo informações do Sindicato dos bancários de São Paulo a única medida tomada até agora pelo comando nacional dos bancários foi a criação de um “comitê bipartite de crise para acompanhamento do tema e implementação de comunicação preventiva, que tem um impacto na vida do trabalho e no dia a dia das pessoas”. A questão é que nada pode se garantir por parte dos banqueiros que no caso do grupo de risco, como citamos acima, ao invés de garantir a liberação de todos sem qualquer desconto de salário e benefícios, apenas orientará que possam fazer o homeoffice mas sem garantir as condições para tal.

São necessárias medidas sérias para garantir a saúde de todos, diante da falta de funcionários que já assola as agências no dia a dia, e que tende a se aprofundar em um cenário onde diversos trabalhadores tenham que ser liberados, temos que exigir a imediata contratação de todos os aprovados no último concurso, garantindo que se possa realizar um escalonamento nos atendimentos para diminuir o risco de contágio, além disso temos que priorizar o atendimento a população para que possam realizar os saques de seus benefícios sociais, como PIS, FGTS, Bolsa Familia, Seguro Desemprego e os demais auxílios que possam ser criados.

As entidades sindicais deveriam organizar a criação de comitês de saúde e higienização independentes com representantes de todos os setores das agências para organizar as medidas de higiene e fluxo de trabalho e atendimento para não deixar nas mãos dos banqueiros a segurança de todos os trabalhadores das agências e da população.

 
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