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Coronavírus
EUA bombardeia o Iraque em meio à pandemia do Coronavírus
Nina DeMeo

Mesmo com o coronavírus se espalhando rapidamente pelo globo, causando uma crise sanitária de proporções históricas, o exército estadounidense começa novos ataques militares no Oriente Médio. Os EUA devem cessar todas as intervenções militares e redirecionar seu orçamento militar para o combate à pandemia.

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Em meio à crise sem precedentes que o mundo encara no momento como resultado da pandemia do coronavírus, o exército estadounidense segue levando adiante ataques aéreos pelo mundo. No dia 12 de março, os EUA lançaram uma série de foguetes, atingindo cinco alvos no sul do Iraque, sobre quais oficiais militares iraquianos disseram ter danificado um aeroporto civil inacabado e matado três soldados iraquianos, dois policiais e um trabalhador civil. O ataque foi um em uma série de retaliações contra o Iraque que começaram em dezembro, e escalaram após o assassinato do comandante da elite militar Quds Force iraniana Qasim Solemani. O ataque de quinta-feira foi uma retaliação direta por um ataque realizado no dia anteior por uma milícia apoiada pelo Irã que matou um soldado britânico e duas tropas americanas.

Até mesmo com 4,300 casos de coronavírus (uma projeção modesta dada a insuficiente distribuição de kits teste) já tendo aparecido nos EUA e com mortes projetadas para mais de 2,2 milhões, os EUA continua redirecionando fundos que poderia ser utilizados para combater a crise da saúde pública para as intervenções militares. O exército dos EUA está neste momento dando passos extra para reforçar suas bases no Oriente Médio ao mandar bateria antimíssel Patriot e outras armas para o Iraque nas próximas semanas. Como resultado, centenas de novas tropas irão ao país para instalar as baterias anti-míssel, apesar da demanda iraquiana de remoção das tropas da região. Enquanto os EUA segue fortalecendo sua força militar contra o Irã, o povo iraniano está sofrendo desesperadamente não só de um dos surtos mais severos de coronavírus do mundo, mas também pelas incapacitantes sanções de remédios e comida que tem dificultado a habilidade do governo de responder efetivamente à pandemia.

Até pouco, o presidente Trump se referiu ao coronavírus como nada mais que um resfriado, menosprezando as consequencias potencialmente mortíferas por aqueles que contraiam o vírus. O governo federal tem sido incrivelmente lendo para responder à crise do coronavírus dentro dos EUA. O coronavírus não apenas apresenta uma séria crise da saúde, exacerbada pelo sistema de saúde inadequado dos EUA, mas também catalisou uma severa crise econômica para os trabalhadores. Enquanto muitos temem a ramificação do vírus, mais de 27 milhões de estadounidenses seguem sem seguro e podem potencialmente encarar dívidas médicas. Mais além, apesar da afirmação de Trump durante seu discurso do State of the Union em janeiro que os Estados Unidos estão atualmente ostentando os menores índices de desemprego em anos, muitos destes empregos são precários em meio à economia gig; eles proporcionam pouca segurança e nenhum direito para trabalhadores precários. Consequentemente, 18% dos trabalhadores dos EUA perderam seus empregos ou estão trabalhando muito menos horas desde a chegada do coronavírus. Enquanto isso, a resposta retaliatória dos militares aos ataques foi rápida e seguida por uma ação precisa. Apesar de que muitos já estejam sofrendo como resultado do coronavírus, os EUA continua fortalecendo sua máquina de guerra.

Os EUA não deveria gastar dinheiro em estruturar novos sistemas de mísseis Patriot em bases americanas ao redor do mundo, implantando tropas, fortalecendo porta-aviões no Oriente Médio. Os EUA tem que redirecionar todos os fundos militares para uma resposta de saúde pública emergencial. Em vez de ocupar, bombardear e oprimir pessoas em outros países, o orçamento militar deste ano, de 738 bilhões de dólares deveria ser usado para construir centenas de hospitais improvisados e fornecer milhares de leitos de UTI em todo o país. Além disso, os EUA precisa fechar todas as bases militares no estrangeiro, cessar toda intervenção militar e encerrar sanções econômicas. Ao seguir com as intervenções militares, os EUA também está prejudicando a habilidade de combater sua própria crise do coronavírus do Iraque, que estão tentando conter, mas está em crescimento. Os EUA precisa sair do Iraque também para que o Iraque e todos os outros países que sofrem como resultado da intervenção militar dos EUA, possam focar nas suas próprias respostas de saúde pública.

Uma crise sanitária desta escala e magnitude querer uma resposta imediata e tática para combater efetivamente o surto. A escassez de produtos como ventiladores, máscaras, desinfetantes para as mãos, luvas, e outros materiais necessários para parar a propagação do vírus só evidencia a irracionalidade do gasto militar e intervenções contínuas dos EUA no estrangeiro. Se os EUA tem recursos para bombardear o Iraque, então também tem recursos para combater a pandemia.

Artigo traduzido do Left Voice, integrante estadounidense da Rede Internacional de Diários La Izquierda Diario e pode ser encontrado em inglês aqui.

 
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