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Coronavírus: Estudantes da USP organizam abaixo-assinado pela igualdade dos efetivos e terceirizados
Redação

Após pronunciamento do CRUESP que determina suspensão das aulas na Universidade de São Paulo por conta do coronavírus, estudantes da USP organizam abaixo-assinado para exigir a liberação dos trabalhadores efetivos e terceirizados sem desconto salarial.

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Na última semana, a crise que envolve a pandemia do Coronavírus segue espalhando-se ainda mais, atingindo cerca de 14 estados no Brasil, com vários declarando situação de emergência. O estado de São Paulo é onde a crise se apresenta de forma mais aguda e onde está a maioria dos casos. A orientação é para que museus, bibliotecas e eventos cancelem suas atividades, e que funcionários públicos com mais de 60 anos trabalhem em casa. As aulas nas redes de ensino básico e nas universidades também estão sendo suspensas.

Diante disso, a reitoria da Universidade de São Paulo (USP) suspendeu as aulas, mas decidiu obrigar os trabalhadores a irem trabalhar, aplicando ponto facultativo a partir da próxima segunda-feira, 23, somente àqueles que possuem idade igual ou superior a 60 anos mediante apresentação do laudo registrado no SESMT (que leva cerca de uma semana para produzir este documento). Essas e demais informações podem ser vistas na nota oficial.

A reitoria mostra mais uma vez que está do lado dos empresários que lucram com a universidade, não permitindo que pare o funcionamento da Universidade. A retórica de preocupação com a difusão do vírus se desfaz quando obriga que os funcionários utilizem transporte público, fiquem expostos e inclusive exponham seus familiares ao risco. São os trabalhadores e as trabalhadoras, principalmente as terceirizadas que ocupam os postos mais precários, os que são mais prejudicados e atingidos pela propagação do vírus.

Nós da Faísca USP que, junto a estudantes independentes, dirigimos o Centro Acadêmico da Letras (CAELL) e da Faculdade de Educação (CAPPF), acreditamos que são os trabalhadores, em suas unidades, que devem coletivamente definir um plano de contingenciamento, como seguir seus trabalhos e as funções imprescindíveis a serem executadas frente a situação, e não a reitoria que criou um comitê que é presidido por um dos responsáveis pela precarização do Hospital Universitário. Por isso, estamos impulsionando, junto com outros centros acadêmicos, um abaixo-assinado que exige a liberação dos trabalhadores efetivos e terceirizados da USP, sem nenhum tipo de desconto salarial, abono no banco de horas, demissão ou transferência para os terceirizados.

Acesse o abaixo-assinado clicando aqui

Ora os governos são negacionistas, ora eles alimentam o alarmismo e o medo para imprimir medidas autoritárias e forçando os trabalhadores a continuarem trabalhando. São os mesmos que depois de anos de crise capitalista e de degradação dos serviços de saúde deixaram os trabalhadores, em especial os idosos, reféns da pandemia. No Brasil, a PEC do Teto de gastos, que congela o investimento em saúde e educação, a reforma da previdência, novos cortes do governo Bolsonaro e agora a reforma da previdência estadual de João Doria, tudo isso pode nos levar a uma crise sanitária sem precedentes, frente aos sinais de que uma nova recessão se adianta.

Nos somamos aos trabalhadores, efetivos e terceirizados, e reivindicamos que eles sejam liberados dos seus postos de trabalho com a garantia dos seus direitos, refeição e salários, pela Universidade e também com o mesmo apoio médico e hospitalar que as universidades oferecem aos estudantes, trabalhadores efetivos e professores. Além disso, é urgente a contratação emergencial de profissionais da saúde para o Hospital Universitário (HU) reabrir seus leitos e pronto-socorro para a comunidade USP e os moradores da região da Zona Oeste.

Nos restaurantes universitários transitam em média 5 mil estudantes por dia. É imprescindível a suspensão dos serviços já, que expõem a riscos não somente os trabalhadores, mas todos aqueles que frequentam o espaço.

Sabemos que dentro da Universidade, o elitismo da reitoria se expressa não só com os trabalhadores, mas também com os estudantes de baixa renda, atacando a permanência estudantil, por isso, para não prejudicar aqueles que dependem do bandejão para se alimentar, devemos exigir medidas e soluções da reitoria, apoiando que os trabalhadores sejam liberados e não fazer com que eles arquem com os problemas de permanência causados pelo desmonte da universidade. Por isso, a alimentação de todos que utilizam os bandejões, especialmente os moradores do CRUSP, deve ser garantida pela reitoria por meio de Bolsa Alimentação e cestas básicas, compra emergencial de fogões e instrumentos para as cozinhas do CRUSP, liberação de todo o alimento estocado nos bandejões, compra e distribuição de álcool gel e produtos de limpeza para todos os estudantes como importantes medidas preventivas do coronavírus.

Para realizar tudo isso é fundamental construir a auto-organização dos estudantes e funcionários, para não deixarmos na mão daqueles que não tem interesse algum na preservação da saúde da comunidade. Convidamos a todes a assinarem o abaixo-assinado impulsionado por alguns centros acadêmicos da USP para fortalecer essa exigência.

O grito dos trabalhadores italianos de que “nossas vidas valem mais do que os lucros capitalistas” deve se fazer ouvir em cada local de trabalho e de estudo por todo o mundo.

 
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