Doria seguiu a linha de Crivella ontem para tratar dos desastres causados pelas chuvas. Por um lado, culpa a população, por outro trata trata os elementos naturais como as grandes culpadas. Por trás desses discursos, se escondem poderes públicos que só beneficiam aos empresários e cortes de recursos para contenção de enchentes.
As buscas por 29 pessoas desaparecidas durante as chuvas fortes na Baixada Santista, no litoral paulista, continuam na manhã desta quarta-feira, 4, à medida que o Corpo de Bombeiros vasculha os escombros de deslizamentos em Santos, São Vicente e no Guarujá. O balanço mais recente divulgado pela Defesa Civil confirma 19 mortes com o temporal. Doria declarou:
"O fenômeno da natureza, a quantidade de chuvas vem se ampliando, ano a ano. As tragédias com essa quantidade de chuva ocorrem, aliás não só no Brasil, em outras áreas do mundo, e até no ‘mundo civilizado’, nos Estados Unidos da América, acontece isso”. E culpou as mudanças climáticas por sua negligencia enquanto governador:
“O controle de fato vai exigir solidariedade mundial, para que o número de emissões diminua e haja compreensão que a mudança climática afeta diretamente a vida e a existência das pessoas também”.
Essas mortes poderiam e deveriam ser evitadas, portanto são de inteira responsabilidade do governo João Dória e das prefeituras, que garantem seus privilégios e lucros dos empresários enquanto a da população tem que se submeter às habitações precárias e em situação de risco, fruto da exploração, do desemprego e da miséria cotidiana.
A cidade mais atingida foi Guarujá, que concentra o maior número de mortes (15), pessoas desaparecidas (22) e desabrigadas (11). Na sequência, estão os municípios de Santos (3 óbitos e 5 desaparecidos) e, por fim, São Vicente (1 óbito e 2 desaparecidos). Ao todo, quase 200 pessoas estão desabrigadas: 155 no Guarujá, 6 em São Vicente e 37 em Santos. Também culpou a população que mora nas encostas, prometendo "moradias populares". Pura demagogia para se livrar das críticas:
“É dificil você prevenir tragédias dessa natureza. Com a quantidade de população que habita hoje nas encostas, eu sobrevoei de helicóptero, centenas de habitações, todas elas irregulares, eu tenho certeza. É um trabalho de longo prazo, não de curto prazo. É preciso providenciar moradias populares e retirar essas pessoas das encostas e colocá-las em áreas mais seguras”.
Em São vicente, um casal de idosos morreu. Um asilo atingido pela chuva sofreu uma erosão que engoliu o chão do prédio que abrigava os idosos.
Ontem (3) o prefeito do Rio de Janeiro, pastor Marcelo Crivella, declarou que a culpa das mortes por deslizamentos na cidade são das próprias vítimas, porque “escolhem” habitar locais onde “gastam menos com xixi e cocô”.
Uma reforma urbana que desse condições de moradia e reestruturasse as comunidades mais pobres vitimadas pela chuva, enchentes e deslizamentos, era o mínimo esperado por parte desses governos. É urgente um plano de obras públicas, controlado pelos trabalhadores e pela organização dos bairros, que garanta essa reforma urbana que gere emprego e renda para as famílias, custeada pela dívida milionária dos empresários da construção civil, que lucram impunes em cima do roubo nas obras da públicas.
Imagem: Jornal da Orla
Informações: Agencia Estado
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