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GREVE DA PETROBRAS
É preciso organizar atos de solidariedade aos petroleiros em todo o país!
Flavia Valle
Professora, Minas Gerais
Maíra Machado
Professora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT

Já estamos no sexto dia da greve nacional dos petroleiros, uma greve que tem como objetivo principal impedir a demissão de mais de 1000 petroleiros, entre efetivos e terceirizados, da Fábrica de Fertilizantes de Araucária no Paraná, além de se chocar com o rápido avanço da privatização da Petrobras.

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São 6 dias se enfrentando com as decisões judiciais dos mesmos que pela via da Operação Lava Jato, tentaram atacar a Petrobras e abrir caminho para a privatização e entrega as empresas imperialistas. Quase uma semana de enfrentamento com a patronal, que se utilizou até de absurdos cárceres privados contra os trabalhadores impedidos de sair de seus postos de trabalho por até 50 horas, e com a grande mídia se dedicando a esconder a greve da população. A repressão aos grevistas agora inclui a Petrobras enviar (em mãos) cartas as residências dos grevistas ameaçando-os, como está sendo denunciado por vários sindicatos. Por essa enorme repressão que os grevistas estão sofrendo não é possível esperar mais nem um dia para que esses trabalhadores recebam a mais ampla solidariedade de todos os partidos de esquerda e centrais sindicais. Sabemos que sua vitória significaria uma vitória para todos trabalhadores do país.

A pauta dos grevistas, em um país com milhões de desempregados e um governo ávido por entregar todas as riquezas nacionais ao imperialismo, já seria o suficiente para que fosse vista como uma trincheira hierárquica dos trabalhadores e jovens brasileiros, mas a importância da greve dos petroleiros não termina por aí. Não é um detalhe uma categoria tão estratégica como os petroleiros se organizarem para defender os postos de trabalho de seus companheiros, sem distinção entre efetivos e terceirizados. É enorme o potencial que essa greve tem de contagiar o país e colocar a classe trabalhadora no sentido de luta e mobilização, para enfrentar o projeto ultra neoliberal e reacionário de Paulo Guedes e Bolsonaro.

É exatamente por isso que a grande mídia burguesa segue decidida com o cerco contra a greve, para que não se torne uma grande causa popular nacional e não sirva de exemplo para tantas outras categorias que sofrem com os ataques dos governos, como os professores, funcionários públicos e os trabalhadores dos correios, etc.

Infelizmente, até agora os partidos de esquerda, sindicados e entidades estudantis não buscaram tornar a defesa resoluta da greve dos petroleiros, para que a greve vença e seja parte de criar mobilização dos trabalhadores de conjunto contra o governo Bolsonaro, em tarefa número 1 e urgente. Eles mal tem feitos denúncias dos ataques da empresa, algo elementar para alguém com acesso a mídia fazer, muito menos tem usado essa influência para organizar o que é necessário e urgente: atos em solidariedade em todo o país.

É por esse prisma que o Esquerda Diário, o Movimento Revolucionário de trabalhadores e a Juventude Faísca vem colocando toda sua energia em divulgar e apoiar de forma ativa cada ação dos petroleiros, e chamam a que todos os partidos de esquerda como PSOL e PSTU, e por essa via a CSP-Conlutas, também cubram de solidariedade a greve da Petrobras.

Não é uma opção para os petroleiros não poder contar com o enorme auditório que os parlamentares do PSOL poderiam dar para propagandear sua greve e romper o cerco da mídia, denunciando a repressão covarde que estão sofrendo da patronal e da justiça.

Ganhar a opinião pública e a população para a defesa dos petroleiros é entender que uma vitória nessa greve é um passo enorme para toda a classe trabalhadora. Os petroleiros sabem disso, e não à toa em diversos lugares estão atuando como verdadeiros Robin Hood, vendendo gás de cozinha para as pessoas a preços reduzidos, mostrando que o governo só não diminui o preço dos combustíveis para manter o lucro exorbitante daqueles que se beneficiam justamente das privatizações da Petrobras.

Também os sindicatos e as centrais sindicais precisam romper com a paralisia e usar seu alcance nacional para tornar viva e real uma campanha de solidariedade aos petroleiros em cada local de trabalho do país, com ato, panfletagens, delegações para fortalecer os piquetes nas unidades da Petrobras, campanhas midiáticas nas redes e mídias oficiais. A maior federação petroleira, a FUP é filiada à CUT, porém essa que é a maior central sindical do país se contenta com uma ou outra postagem na internet, uma bandeira por piquete, e não à verdadeira e forte promoção ativa da solidariedade. Uma categoria estratégica do país, majoritariamente vinculada à CUT, está em luta e sua vitória poderia dar melhores condições aos trabalhadores em todas outras empresas, porém as centrais sindicais e a própria CUT estão felizes e contentes em seu rotineirismo, organizando uma panfletagem para dia 14, daqui a 8dias.... Um rotineirismo que está a serviço de deixar os petroleiros sozinhos, está à serviço da continuidade de demissões e privatizações, declarem elas o apoio a Bolsonaro como uma UGT ou não.

Não podemos permitir isso. Precisamos exigir que mudem imediatamente sua orientação, abandonem sua rotina, e coloquem recursos financeiros e humanos no apoio aos petroleiros, começando pela maior central sindical e aquela mais vinculada aos petroleiros, a CUT deveria imediatamente promover panfletagens, atos e todo tipo de ação para que a população se solidarize com os petroleiros e contribua com sua vitória.

Para mover tantas forças como essas que são necessárias é preciso que os petroleiros tenham pontos de apoio, começando pelos partidos que se reivindicam socialistas, como o PSOL, seus parlamentares e mesmo os inúmeros Diretórios Centrais dos Estudantes que dirigem. Organizações de esquerda, especialmente aquelas com influência sindical em petroleiros como correntes do PSOL e o PSTU também precisam mudar imediatamente sua orientação passiva e de espera. Não é possível que locais que tenham direções sindicais “socialistas” estejam muito para trás de locais dirigidos pelo PT e que nenhuma ação de solidariedade esteja acontecendo em todo o país. Os parlamentares de oposição e especialmente os “socialistas” poderiam dar visibilidade a chamado a atos, bem como exigir das centrais sindicais e movimentos sociais que se movam.

É urgente usar o poder de convocatória dos parlamentares do PSOL, das entidades estudantis, movimentos sociais e sindicatos para convocar atos em apoio à greve nacional dos petroleiros em todas as principais cidades do país, para denunciar a repressão aos trabalhadores, lutar pela pelas demandas da greve e fazer dessa luta combustível para mobilizar os trabalhadores, junto a juventude, contra os planos e ataques reacionários de Bolsonaro e Paulo Guedes.

Chamamos o PSOL e todos os partidos de esquerda a fortalecer urgentemente a greve dos petroleiros. Precisamos, e podemos voltar a fazer viva a consigna de 1995: somos todos petroleiros. Sua luta contra as demissões, contras as privatizações podem ser uma causa nacional!

 
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