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DIA DA VISIBILIDADE TRANS
“Pela primeira vez vou trabalhar como realmente sou”, se assume mulher trans no trabalho
Redação
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Viralizou relato de Carla de Santana, de 40 anos, trabalhadora do Tribunal de Justiça em Praia Grande, SP. No dia 27, dois dias antes do dia da visibilidade trans (hoje, 29 de janeiro), Carla postou nas redes uma foto em que afirma que “chegou a hora de vencer medos, superar preconceitos e quebrar tabus”, em referência ao primeiro dia em que se assume como mulher trans na comarca. Trata-se da primeira mulher declaradamente trans a trabalhar no Tribunal de Justiça de toda a baixada santista.

Após inúmeras dificuldades na vida, Carla conta que foi parar em uma clínica de “cura gay”, ficando alguns meses lá durante o ano de 2019. A experiência foi traumatizante: “Precisava tomar banho em um local aberto, com outros homens perto, e na época eu já tomava hormônios. Era constrangedor”. Ela conta também que tomava remédios, era obrigada a ouvir músicas evangélicas e fazer trabalhos como limpar banheiros.

A mudança dos últimos dias foi libertadora. Em reportagem para o g1, Carla afirma que “Eu me sinto segura. Todos me veem como mulher hoje. Ontem me despedi de quem eu era. Agradeci ao Willian (seu nome de batismo), por tudo que ele me proporcionou, por tudo que conquistou e por me dar a segurança de hoje poder, finalmente, ser a Carla”.

O acontecimento não é casual tendo em vista o dia da visibilidade trans. Dias como esses, que são sistematicamente atacados por setores transfóbicos, de extrema-direita e ultrarreligiosos, devem servir para que mais carlas possam se assumir e bater no peito sua identidade. Como não cansamos de denunciar no Esquerda Diário, a transfobia no Brasil assume contornos cruéis. O Brasil é o país em que mais se matam transexuais e travestis no mundo, de acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais. Lideramos os rankings de busca por pessoas trans em sites de pornografia. A população trans sistematicamente ocupa os postos de trabalho mais precários que existem, muitas vezes é relegada à prostituição, está sendo afetada pelos ataques ao SUS…

Na medida em que setores evangélicos e da extrema-direita atacam a própria existência das pessoas trans, levando a frente políticas monstruosas como as clínicas de “cura gay” e outras, notícias como essas de Carla de Santana são um pequeno, porém importante, alento para a visibilidade desse setor da sociedade. É preciso transformar cada episódio como esse em combustível para a luta contra a transfobia no país, pela visibilidade trans e contra o preconceito da direita e dos setores evangélicos que hoje ganham força com o governo Bolsonaro.

 
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