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TRABALHADORES DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Restaurantes da USP param exigindo contratação e contra a prática de assédio!
Adriano Favarin
Membro do Conselho Diretor de Base do Sintusp

Na ultima sexta-feira, dia 27/03, as trabalhadoras e trabalhadores dos Restaurantes da USP realizaram uma paralisação das atividades em protesto contra o assédio moral, o fechamento do Restaurante da Prefeitura e a sobrecarga de trabalho, exigindo a contratação imediata de trabalhadores

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Na ultima sexta-feira, dia 27/03, as trabalhadoras e trabalhadores dos Restaurantes da USP realizaram uma paralisação das atividades em protesto contra o assédio moral, o fechamento do Restaurante da Prefeitura e a sobrecarga de trabalho, exigindo a contratação imediata de trabalhadores. Junto a mobilização iniciada pelas trabalhadoras, mães e pais de alunos das creches, os bandejões da USP também respondem contra a política de sucateamento e desmonte da Universidade de São Paulo.

Sobre o estopim da mobilização, Marcelo ‘Pablito’, trabalhador do Restaurante da Física e Diretor do Sindicato de trabalhadores da USP (SINTUSP) nos conta que “a situação chegou no seu limite, com quase 60 funcionários a menos e sem contratação há anos, a sobrecarga de trabalho tem adoecido praticamente um trabalhador por mês! Nos últimos dias, havíamos optado por organizar um abaixo-assinado exigindo contratação de funcionários e a reabertura do restaurante da Prefeitura, as chefias, porém, começaram a esconder as folhas e, a mando do Waldyr Jorge, retiravam as faixas de denúncia e jogavam no lixo os boletins do Sindicato. Essa situação de assédio e repressão teve seu ponto alto com os xingamentos racistas que uma das chefes desferiu contra uma cozinheira. Está todo mundo insatisfeito e sentindo na carne, nos músculos e no psicológico, os efeitos do desmonte da universidade com a sobrecarga de trabalho e o assédio moral.”

Essa revolta dos trabalhadores já vinha se expressando em tentativas de resposta política aos problemas que os restaurantes têm enfrentado fruto da política da Reitoria, Pablito fala que “os próprios trabalhadores fizeram um levantamento de que faltam cerca de 53 funcionários para atender a demanda atual dos Restaurantes, contando a reabertura da Prefeitura, além da necessária efetivação dos terceirizados do Restaurante da Química. Além dessa iniciativa, uma trabalhadora elaborou uma planta da sala de lavagem do Restaurante da Física a partir de propostas dos próprios trabalhadores do setor, propondo também a adequação dos cardápios e a substituição dos pratos por bandejas em todos os restaurantes. Aliás, essa sala foi reformado há poucos meses mas, pela administração e chefias não terem ouvido os próprios funcionários, se mantém toda uma estrutura que prejudica o trabalho e a condição de saúde dos trabalhadores! Essas iniciativas demonstram que, quem conhece o funcionamento e trabalho do restaurante e sabe as necessidades e a melhor forma de garantir o atendimento da demanda e as corretas condições de saúde e trabalho, são os próprios trabalhadores, e não as chefias, a Superintendência, nem muito menos a Reitoria”.

A paralisação dos trabalhadores teve um ponto de apoio bastante importante que foi a intervenção que os estudantes da USP haviam feito no dia anterior no Restaurante Central denunciando as grandes filas e exigindo a contratação de mais trabalhadores. Vários estudantes ocuparam o bandejão e serviram as refeições, lavaram as bandejas e organizaram o serviço, sentindo, em pequeno, as dificuldades daquele trabalho diário de servir quase 4.000 refeições. Pablito disse que “essa atitude dos estudantes deu uma injeção de ânimo nos trabalhadores e demonstrou a potencialidade que tem a aliança entre os estudantes e os trabalhadores. Há alguns anos, os estudantes conquistaram a abertura dos bandejões de domingo, mas ao não exigirem junto disso a contratação de mais funcionários terminaram deixando a Reitoria livre para conceder essa demanda aos estudantes sobrecarregando ainda mais os trabalhadores. Essa política da Reitoria não podemos permitir, de tentar dividir estudantes e trabalhadores, fazendo com que a conquista de um seja um ataque ao outro.”

Pablito comentou a importância da presença de Diretores de Base do SINTUSP (CDB) e de outras unidades, como uma delegação vinda da Prefeitura do campus e a atuação da Secretaria de Mulheres denunciando tanto o racismo quanto o machismo presentes nos assédios. Além de fortalecer o sentimento de que a luta é uma só. Os ataques que hoje atingem os Restaurantes, as Creches, a Prefeitura e o Hospital com mais força, não só são uma mostra do que pode vir pela frente para as demais unidades da USP, como também, permitir o desmonte dessas unidades significa estarmos mais desarmados para resistir a continuidade dos ataques.

Por fim, sobre as reivindicações dos trabalhadores, Pablito colocou que “conquistar a adequação dos cardápios e a colocação de bandejas em todos os restaurantes, além do avanço na discussão sobre a compensação de horas que os trabalhadores vem sendo obrigados a cumprir, devido as pontes dos feriados e os recessos, foram pontos importantes. Também posso destacar a coesão entre todos os restaurantes e a construção de uma comissão representante, como o enfrentamento contra o racismo e as condições das mulheres trabalhadoras, as mais atingidas pela precarização do trabalho.” Pablito ainda diz que “é necessário uma mobilização do conjunto da USP para avançarmos em questões como a exigência de contratação, por isso, devemos batalhar em todas as unidades para construir uma forte paralisação no dia 14/04, que coloque a relação de forças para o lado dos trabalhadores e possamos estar em melhor localização para barrar os ataques da Reitoria e do governo de São Paulo”.

 
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