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EDITORIAL MRT
Sobe dia a dia preço da carne e custo de vida: reajuste automático salarial e atacar os lucros do agronegócio!
Mateus Torres

O povo trabalhador é quem paga dia a dia pela crise que os capitalistas e governantes geraram. Tiram nossa aposentadoria, nossos empregos, precarizam nossos trabalhos, a saúde pública, educação, rebaixam o poder de compra dos nossos salários e agora querem nos tirar até a possibilidade de comer carne. Basta! Pelo reajuste automático dos salários de acordo com o aumento do custo de vida das famílias trabalhadoras, que sabemos que vai muito além dos índices de inflação.

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Em qualquer lugar de trabalho e moradias do povo pobre há um assunto que está na boca do povo: o preço da carne. Não poderia ser diferente com tamanha explosão em tão pouco tempo, inviabilizando ou reduzindo o consumo de milhões em todo o país desse produto essencial da alimentação popular. Isso mostra que a situação econômica do povo não tem nada a ver com a bolsa de valores e com a propaganda que o governo Bolsonaro quer nos fazer acreditar de que a vida do povo pobre vai melhorar apresentando alguns índices parciais de um pífio crescimento economico que somente os capitalistas sentem. Sempre com as eternas promessas de que se aguentamos mais sacrifícios, um dia o país vai ter melhores empregos e renda. E nunca os sacrifícios são para os grandes empresários. Com esse argumento, já passaram a reforma trabalhista e uma série de precarizações do trabalho, a reforma da previdencia e tantos outros ataques.

E não é só com o valor da carne que as famílias trabalhadoras e pobres estão sofrendo. Aumentou a gasolina, o gás de cozinha, o pão e uma série de outros itens básicos de consumo do povo. Os índices que apresentam da inflação não tem nada a ver com a realidade da vida, como sentimos no dia a dia, antes mesmo desses aumentos o DIEESE já somente a compra de cesta básica consumia 43,8% de um salário mínimo.

A desvalorização do real frente ao dólar, que chegou em patamar recorde, e também é um verdadeiro ataque aos nossos salários, porque há uma série de produtos que consumimos no dia a dia que tem seu preço vinculado ao dólar.

Mas o valor da carne expressa algo ainda mais absurdo da irracionalidade capitalista. Como se não bastasse que num dos maiores produtores de petróleo do mundo como o Brasil, o povo amarga preços altíssimos dos combustíveis, o Brasil está entre os líderes da produção agropecuária mundial, e a carne e outros produtos desse ramo explodem seu preço porque para os capitalistas só importa ter mais e mais lucro, nunca a vida do povo. Então, toda essa produção agropecuária se volta em grande medida para a exportação e não interessa para eles se no país há fome, miséria, falta de alimentos e preços absurdos. Não importa se há terras improdutivas e uma enorme população sem terra e sem trabalho, que poderia produzir carne e os produtos que são necessários para as necessidades do povo brasileiro e resolver o problema do emprego de milhões. Eles tratam o país como um mero espaço para o lucro, onde podem inclusive devastar a Amazônia e o meio ambiente impunemente.

O PT segue perpetuando, deixando passar os ataques e conduzindo tudo à espera das eleições daqui a 3 anos

Apesar dos discursos de Lula que fala que o povo tem que resistir, o PT não impulsiona nem chama nenhum plano de luta a partir da CUT e das entidades estudantis e sociais que dirige (assim como o PcdoB, como a CTB e a UNE) ou sequer encontro nacional para debater como organizar uma verdadeira resistência. É que a estratégia do PT segue sendo meramente eleitoral, de esperar que o governo se desgaste sozinho com os ataques e o PT possa capitalizar o descontentamento nas eleições de 2020 e 2022. Enquanto isso, o povo segue pagando a conta da crise e, como vimos nos 13 anos em que foram governo federal e em cada governo estadual, o PT nunca se enfrenta com a “herança maldita”. Pretende mostrar aos capitalistas que podem ser responsáveis administradores de um país pós-Bolsonaro, pós-Guedes mas onde já não tenhamos aposentadoria, direitos trabalhistas, estatais, etc. Essa situação permite entender como a queda de popularidade de Bolsonaro estagnou, tamanha disparidade temporária que seja na luta de classes no país e no restante da América Latina, e por outro lado, permite até mesmo a Lava Jato, enfraquecida, ir planejando alguns elementos de contra-ofensiva contra Lula.

Mas não se deveria esperar outra postura, já que o PT, juntamente com o PcdoB, quando estiveram no governo federal deixaram a Vale privatizada, continuaram beneficiando as multinacionais no país e prestando serviços valiosos ao imperialismo como na ocupação ao povo haitiano, favoreceram o grande latifúndio e o agronegócio, não fizeram uma reforma agrária, muito pelo contrário uma quantidade menor de terras e famílias foram atendidas nos governos Lula e Dilma do que até mesmo FHC, ou seja, não somente não mudou nenhuma das bases estruturais desse país que depende de exportação de commodities e produtos primários, fortaleceu essa lógica e este setor burguês que é dos mais reacionários e ligados ao imperialismo.

Nossas vidas valem mais do que seus lucros!

Os processos da luta de classes internacional, que tem agora o seu principal palco na greve geral na França contra a reforma da previdência, mostra o único caminho para resistir aos ataques: a luta das massas.

É fundamental nos organizarmos nos locais de trabalho e o conjunto dos setores que se colocam à esquerda do PT e PcdoB e dizem que o caminho é oposto ao da conciliação com os golpistas, com os capitalistas, com o imperialismo, para exigir uma forte campanha nacional que permita construção de um plano de luta das grandes centrais sindicais, mostrando a demagogia discursiva do PT e PcdoB que falam contra os ajustes e ataques mas não somente deixam eles passar sem luta, como são parte da implementação da reforma da previdência nos Estados onde governam, como já está acontecendo no Maranhão e Rio Grande do Norte.

Esse plano de luta é a única forma de barrar os ataques em curso, deveria incluir como uma de suas pautas a resposta ao aumento do preço da carne, a desvalorização absurda dos salários e o aumento do custo de vida, que é parte do que mais estão sentindo as massas nesse momento. Mas deveria incluir também uma medida emergencial para baratear a carne no mercado interno que seria confiscar a produção dos principais monopólios pecuaristas e deslocar esse estoque para o consumo nacional, lutando pela estatização, sob controle dos trabalhadores de todos gigantes do agronegócio da soja, carne, milho, permitindo assim melhores condições de trabalho e um manejo ambiental não predatório, bem como que garanta que essas imensas riquezas controlada por um punhado de monopólios não sirvam para enriquecimento de imperialistas, banqueiros e latifundiários mas os interesses do povo.

O nível da insatisfação que se expressa em massa nos comentários com o preço da carne expressa que as direções do movimento de massas controlam as potencialidades de resistência para canalizar eleitoralmente daqui a vários anos e enquanto isso nós que pagamos a conta. É preciso “falar francês” e fazer como o povo do Chile, que é a única linguagem que os governantes e empresários entendem. Nos organizemos pra impor uma perspectiva de resistência para as direções.

 
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