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MEIO AMBIENTE
Em vídeo, irmão de brigadista de ONG preso acusado de incêndio, denúncia ação da polícia
Redação

Em vídeo gravado por irmão de um dos quatro brigadistas de ONG que combate o incêndio nas florestas de Alter do Chão no Pará, denúncia ação da polícia e diz que militantes são vítimas e que "o que aparece na mídia não é verdade". Eles estão sendo privados de defesa e informação.

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Nesta última terça (26), quatro brigadistas de Alter do Chão, em Santarém no Pará, foram presos pela Polícia Civil sob a acusação de terem ateado fogo na floresta para produzir vídeos e vender para ONGs e conseguirem patrocínio internacional. A polícia prendeu os brigadistas sem terem provas e nem sequer uma ordem judicial.

Nesta quarta (27), o irmão de um dos brigadistas presos gravou um vídeo denunciando a ação da polícia e dizendo que os militantes presos estão sem acesso à informação e privados de defesa.

“Faço este vídeo apelando porque o que aparece na mídia não é a verdade. Estão colocando estes quatro meninos como criminosos, eles são vítimas de alguma coisa que agente não sabe direito o que acontece, mas a gente precisa de ajuda. Estes quatro meninos arriscavam a vida combatendo o fogo na Amazônia, defendendo a floresta, e agora eles precisam de nossa ajuda para que essas informações sejam dadas de forma verdadeira”, diz o jovem.

“Ajude a mostrar às pessoas que esta história tem um outro lado e que a gente tenha a divulgação real do que está acontecendo. Até o momento a gente não sabe nem do que eles estão sendo acusados. Eles estão sendo privados de informação , privados de defesa”, ressalta.

Veja o vídeo abaixo:

Ambientalistas e indígenas da região saíram em defesa dos brigadistas e em repúdio à ação da polícia. A ONG Saúde e Alegria afirma não saber qual é a acusação contra ela."Eu queria deixar claro que a gente desconhece, não sabemos até agora porque a gente está sendo acusado. Porque foram no nosso escritório sem decisão judicial, com um mandato genérico para apreender tudo. Do que que a gente está sendo acusado?", desabafou.

Em nota oficial, a polícia civil do Pará afirma que os brigadistas teriam colocado fogo na floresta para produzir vídeos e vender para ONGs, como a WWF-Brasil. A polícia afirma que a instituição comprou as imagens para conseguir patrocínio internacional para combater os incêndios.

Essa narrativa muito se assemelha ao discurso de Bolsonaro e de sua base governamental mais ferranha, que durante as escandalosas queimadas na Amazônia, que tiveram expressão internacional, com atos protagonizados por ONGs e ativistas ambientais, bem como uma massiva população jovem, afirmou queos incêndios teriam sido provocados por "ONGs para atacar seu governo".

Sob o governo Bolsonaro vemos uma inversão do discurso de proteção ambiental. Seu ministro do Meio Ambiente advoga em primeiro lugar em nome do interesse do agronegócio, sempre colocando como antagônico o desenvolvimento econômico, a preservação ambiental e a garantia das terras dos povos originários. A perseguição e criminalização das ONGs é mais um fato dessa inversão de discurso, cujo verdadeiro intuito é a devastação ambiental em nome do máximo lucro para o agronegócio.

Repudiamos a ação da polícia e exigimos que os brigadistas tenham direitos à defesa jurídica contra as acusações que estão sofrendo.

 
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