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RACISMO
No país de Marielle e Ágatha, Fundação Palmares tem presidente que nega racismo e ataca Zumbi
Redação

Novo presidente da Fundação Palmares já atacou a memória de Marielle Franco e defende que a escravidão foi benéfica aos descendentes, uma vez que viviam em piores condições na África.

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Fundação Cultural Palmares, entidade ligada ao Ministério da Cultura com o foco de fomentar identidade cultural e memória dos negros e negras, tem novo presidente nomeado a partir de decreto publicado no Diário Oficial da União: militante de direita, Sérgio Nascimento de Camargo, que já afirmou que no Brasil não existe racismo de verdade e que a escravidão foi "benéfica para os descendentes".

Fundação Palmares, responsável por promover memória de negros e negras no país

Anti organização do Movimento Negro no Brasil, Sérgio coleciona uma vasta lista de absurdos racistas contra a população negra, com discursos próximos à base mais reacionária do governo Bolsonaro. A frente da Fundação Palmares, o governo Bolsonaro mostra que está disposto à atacar a cultura e a memória, bem como com suas reformas e ajustes, precarizar brutalmente a vida dos negros e negras do país.

Além disso, Sergio Camargo é defensor do fim do feriado da Consciência Negra, um dia histórico de luta no país, onde o povo negro sai às ruas para denunciar o brutal racismo estrutural na sociedade. Somado à isso, Sérgio também já atacou Marielle Franco vereadora negra assassinada, cuja morte permanece sem respostas sobre os seus culpados.

Veja: Mulher negra é condenada por roubo por causa de seu cabelo crespo

No país com uma das maiores populações carcerárias do mundo, sendo que 64% são negros e, em sua maioria, jovens, e que tem enfrentado uma ofensiva repressiva das policias, em especial no Rio de Janeiro, com morte escandalosa de Ágatha Felix pelas mãos da polícia, Sergio ousa afirmar que o "racismo beneficiou descendentes", uma vez que negros viviam em piores condições na África antes da escravidão.

Marielle Franco, vereadora assassinada friamente. Caso permanece sem respostas

Agora, presidindo a fundação que recebe o nome de Zumbi dos Palmares, Sérgio já atacou o maior líder da resistência negra contra a barbárie da escravidão deste país, a política racista de Bolsonaro tomará ainda mais corpo.

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Mesmo sendo negro e jovem, Sérgio não cansa de atacar a memória daqueles que morreram contra a escravidão, daqueles que sofrem e morrem até hoje fruto do caráter racista inerente de um país escravocrata, e para além disso, do próprio capitalismo.

O povo negro deve ser linha de frente do combate à tais ataques ideológicos, mas sem separá-los dos ataques econômicos, que estarão a serviço de aprofundar ainda mais as miseráveis condições de vida e a taxa de exploração, pois é a juventude negra hoje que ocupa os piores postos de trabalho e que morrerá trabalhando, ou trabalhará até morrer.

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A luta contra o racismo é inseparável da luta contra o capitalismo, pois este foi responsável por fundar e até hoje se apoia nessa monstruosidade para garantir seus lucros, para dividir a classe trabalhadora e para que possa atacar ainda mais a nossa classe de conjunto. Os negros serão linha de frente no enfrentamento à Bolsonaro, ao Congresso, aos projetos miseráveis que os capitalistas querem nos impor.

 
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